POV Adrien
Deixei a garota em casa antes de me direcionar ao meu apartamento a música alta me chamou atenção. Entrei no mesmo dando de cara com algumas garotas animadas. Olhei em volta em busca dos meus companheiros de apartamento.
A música incrivelmente alta já não era mais incomoda aos meus tímpanos. Eu já estava acostumado a noites e noites de festas.
A sala estava cheia de gente e a fumaça de maconha era nitida, olhei na cozinha e pude ver duas garotas se beijando como se não houvesse amanhã. Procurei por Plagg em meio a adolescentes bêbados que destruiam a casa.
Quem faz uma festa em plena quarta feira? Não que eu esteja reclamando apenas penso na bagunça que teremos que arrumar assim que a festa acabar.
- Eu juro que se meu quarto tiver aberto! - rosno sentindo a irritação me dominar. Plagg sabe que meu quarto é uma zona proibida naquele maldito apartamento.
Vou em direção ao mesmo e suspiro aliviado de ver que continuava trancado. Olhei pelo corredor e pude ver o moreno se enroscando com uma garota de cabelos dourados.
Revirei os olhos, eu nunca nego uma festa mas não estou no clima pra isso nesse momento. Me preparo para abrir a porta mas uma mão em meu ombro me impede. Viro para a pessoa pronta para dar uma bronca enorme no filho da puta.
- Calma! Amiga! - ela ri como um maldito fantasma. Pisco meus olhos tentando me lembrar se o cheiro forte da maconha poderia me causar alucinações. - Adrien?
Seus olhos azuis piscam esperando alguma reação minha mas eu não consigo nem se quer me mover. Não estava preparado para esse momento e sinto como se tivesse paralisado.
Havia tantos arrependimentos e tanta dor em tudo relacionado a ela. Eu só... Não consigo sentir com a intensidade que conseguia anos atrás. Achei que no momento que a visse todos os pedaços iriam se encaixar.
Mas isso estava longe de ser verdade, o vazio ainda estava aqui. Constante e agonizante se misturando com o cheiro familiar de drogas e bebidas.
- V-você voltou? - perguntei ouvindo minha própria voz falhar. Porque não estava sentindo? Qual meu maldito problema?
- Achei que ia ficar feliz em me ver - a um pouco de tristeza em sua voz. Mas ela parece tão diferente de anos atrás, seus olhos não tinham mais o mesmo brilho assim como os meus. E ela estava longe de parecer inofensiva.
- Eu estou... Só.... Não estava esperando isso - digo sincero. Ela sorri e me envolve em seus braços, por alguns segundos me esforço para procurar algum sentimento em meu ser nem que seja a dor que me cortava. Mas... Não, Não tinha nada.
- Eu consegui fazer a nossa mãe assinar minha emancipação eu tive que ter a assinatura do meu pai também mas a dele não foi tão dificil de conseguir. Ele está tentando recompensar o abandono e eu não sei como me sentir sobre isso - explica mexendo em alguns fios loiros. Ela parece tão segura de si mesma. Tão melhor do que a garotinha assustada que me recordo.
- O que houve? - pergunto. Ela sorri antes de olhar em volta me deixando claro que não era o local apropriado para uma conversa daquelas. Eu concordei e saimos com um pouco de dificuldade do apartamento. Fiz uma careta ao ver Nino vomitando a vodka que havia ingerido. Foda-se ele vai limpar!
O ar é puro longe da fumaça tóxica que ja fazia parte da minha rotina. Olho para a garota ao meu lado analisando cada um dos seus traços. Ela está com uma mala em suas mãos e anda graciosamente sobre Paris. Parecia o tipo de garota má que faria da vida de qualquer homem um inferno. Sorri com esse pensamento.
Chegamos até a cafeteria que eu havia ido com Marinette e nos sentamos no estofado vermelho. Olho ao redor observando o movimento antes de sentir o olhar da loira sobre mim.
- Está distante - observa reprimido os labios em uma pequena linha. Eu concordo meio incerto sobre como reagir. Eu deveria saber como reagir.
- Eu não sei o que fazer. Não imaginei que a veria novamente a raiva de saber que nunca mais voltaria era a única coisa que senti por anos. - Confesso mexendo nervosamente em meus fios puxando alguns no ato. - Só não consigo....
- ...Sentir - completa seus olhos azuis tão claros como eu me lembrava. Havia tanta compreensão em sua voz que me senti tonto por alguns segundos - Eu sei como é. Isso tem frequência de ocorrer quando temos traumas do passado.
- Porque? - pergunto incerto sobre sua justificativa. Ela sorri de maneira amarga.
- Costumamos ser uns merdas com o mundo apenas para não nos machucamos novamente. De um jeito tortuoso, isso nos faz humanos. - seu tom de voz é suave e por um momento eu quero acreditar nela. Quero acreditar que ainda tem algum sentimento por pior que seja vivo dentro de mim. Mas... Não tinha.
Talvez esse seja o sentimento...
Talvez isso seja estar morto por dentro...- Você superou? - perguntei curioso. Ela apenas mexeu a cabeça rindo sem humor.
- Se me tornar uma vadia ridicula é superar. Então estou otima! - diz tentando soar seria mas ela acaba rindo de verdade ao pegar o café que havia pedido. Ela cheira o liquido e da uma pequena lampida na xícara. A observo fazer uma careta totalmente perdido.
De repente ela tira da bolsa uma garrafinha de alcool meus olhos estão arregalados e posso ver isso pela risada que ela soltou.
- Quer? - pergunta despejando um pouco do líquido em sua xícara. Eu não nego nem poderia já estava me arrependendo de não ter bebido ate cair naquele início de noite.
Parecia até loucura eu estar com minha irmã, as 8 da noite em uma cafeteria bebendo cafe com vodka.
- E você superou? - perguntou bebendo um gole generoso da sua bebida.
- Se me tornar um idiota que transa todas as noites e fuma que nem louco enquanto se entope de cachaça é superar. Estou otimo! - debocho experimentando o gosto diferente que o café tinha combinado com o álcool.
Ela ri e estranhamente sinto uma pequena sensação de nostalgia mas não passa disso. Minhas emoções estão adormecidas a tanto tempo e parece que vai continuar assim pelo resto dos meus dias.
- Somos novamente a dupla fudida de anos atrás - Seus olhos transmitem os mesmos sentimentos conflituosos que os meus. E eu tenho a certeza de que somos reféns do nosso passado complicado.
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Someone You Love | Adrienette
FanfictionAdrien era um tanto quanto complicado e Marinette viu ali uma chance de estudar ainda mais a fundo a mente humana, ja que seu amor pela psicologia era algo que sempre a motivou a ajudar o próximo. Ela só não esperava que Adrien Agreste fosse mudar s...