Someone You Love | Adrienette

Todos Temos Motivos, e Você?

A incredulidade em meus olhos era nitida, olhei para o loiro em busca de algum apoio mas eu sabia que ele não poderia me dar, de todos os lugares que eu pensei que poderia dar de cara com esse homem nojento, a escola estava sem dúvidas em último lugar. 

- Olá Marinette - seu sorriso sádico me da ansia de vômito, sinto meus olhos marejarem a lembrança ainda esta fresca em minha cabeça. Suas mãos em meu corpo, a vontade de gritar, seus dedos em minha coxa. 

- Se eu fosse você não dirigiria a palavra a ela - Adrien rosna para minha surpresa, ele não parecia confortável com a situação. Parecia até mesmo incrivelmente irritado. - Garanto que seu nariz não será a unica coisa quebrada.

Pisco meus olhos tentando processar a situação em que me encontrava, eu estava em choque, dividida entre a vontade de chorar e correr. Meu instinto de sobrevivência estava ligado em seu máximo. Se ele me tocasse eu me defenderia como um animal selvagem.

- Não seja tão convencido - Josh debocha sorrindo para o loiro. Como um homem detestável desses conseguiu se formar em educação?  - Eu te arrebentaria tambem. Esse hematoma em seu rosto deixa isso bem claro.

Adrien levanta bruscamente me fazendo dar um pulo pelo susto, me afasto deles me colocando contra a parede. Seus olhos crepitam em raiva.

- Qual seria sua justificativa professor? Sou um adolescente cheio de hormônios que tem problemas com raiva. E o senhor não poderia revidar sem ter problemas serios com a justiça. Vamos colocar além de agressão, tentativa de estupro em sua ficha criminal extensa! - cospe praticamente no rosto de Josh, demonstrando o quanto repudiava o homem em sua frente. Josh não parece afetado pela expressão assassina do Agreste. Que mesmo eu não admitindo me causava um frio na espinha.- Provavelmente ja deve ter feito isso. É isso que faz? Droga garotas por sexo! É patético. 

O mais velho ri, uma risada sádica e doentia que fez todos as celulas do meu corpo tremerem em agonia, seu olhar cai sobre mim.

- Teria sido uma noite prazerosa, Querida. Eu só dei o empurranzinho que faltava nos dois sabiamos que era timida demais pra ir direto para uma cama. - Ele diz. Meus olhos se arregalaram e as lagrimas que eu tentava impedir deslizaram dos meus olhos. Me aproximei desse homem nojento sentindo a repulsa por ter que respirar o mesmo ar que ele.

Sem nem mesmo pensar comecei a soca-lo, ignorando totalmente as consequências que me traria bater em um professor.

As lagrimas caiam grossas de meus olhos e os socos ficaram cada vez mais rápidos. Ele ria como um maldito sádico tentando pegar em meus braços. Minhas unhas lhe fizeram uma marca sangrenta mas nada comparado ao mal que ele queria me causar.

Senti mãos em meus quadris me puxando para longe do homem que eu queria arranhar ainda mais. Me debati contra aquele aperto gritando alto.

- Ei, isso não vai ajudar - sua voz estava doce totalmente o oposto do olhar ameaçador que direcionava a Josh. Que parecia estar vendo um show maravilhoso de camarote. 

- Vai ajudar, Sim! - grito alto o suficiente para mostrar ao loiro que não estava brincando. Tento me debater ainda mais, mas o aperto dele é bem mais forte do que eu. Começo a transferir meu odio a Adrien que não parece demonstrar reação enquanto começo a socar seu peito com uma certa brutalidade.

- SAI DAQUI! - grita para o moreno que apenas da de ombros. Antes de se retirar. Mas consigo ouvir suas palavras ameaçadoras. 

- Isso não acabou. 

No momento em que a porta se fecha, minhas pernas cedem e caio bruscamente no chão. Adrien parece perdido sobre o que fazer para me acalmar. E eu apenas me amaldiçoou por mostrar tanta fraqueza na frente do maior idiota da terra.

- Eu vou dar um jeito - ele sussurra. Eu o observo tentando fazer meu corpo parar de tremer.

- Por que? - pergunto baixinho limpando meus olhos.

- Por que não gosto daquela cara. E não vou deixar ele machucar outra pessoa. Nunca mais! - diz entredentes encarando os meus olhos. Pisco algumas vezes processando a informação. Havia algo em seu tom de voz, que me fez pensar que havia muito mais história entre eles do que parece.

(...)

- Não tente bancar o psicólogo não vou falar com você! - digo seriamente enquanto o loiro a minha frente apenas abana os braços em sinal de rendição. 

- Não estou lhe pedindo explicações. Estou apenas lhe oferecendo uma bebida - se defende se sentando na mesa da cafeteria que ficava ao lado da escola. Não sei porque aceitei entrar no local apenas me pareceu tentadora a ideia de beber um café quente. 

- Vai contar o motivo? - pergunto assim que peço um café a uma garota morena que havia vindo buscar nossos pedidos. Ela sorria exageradamente para o loiro que a examinava minimamente, seus olhos cairam sobre o decote da garota ficando ali por um bom tempo, revirei os olhos. Homens!

- Motivo? - repete meio perdido. Mordo minha lingua me perguntando mentalmente porque diabos estou conversando com ele.

- Da rixa que tem com Josh - eu não sei porque mas tinha algo nos olhos do Agreste que me fez ver que o ódio de ambos era mútuo e já bem prolongado.
 
- Vamos trocar segredos agora? - ele debocha enquanto leva sua xícara aos labios. 

- Touché - murmurro bebendo o liquido, sentindo o mesmo aquecer meu interior. A sensação que o café me causava era ao contrário do das pessoas normais. Ele me acalmava de uma maneira incrivelmente pertubadora.

- Ele só é um babaca, que eu adoraria quebrar a cara - murmura. Reviro os olhos por um momento pensei que talvez tivesse um motivo nobre em me ajudar. Mas esse era Adrien Agreste o histórico dele deixava bem claro que suas intenções nunca eram nobres.

- Claro - sussurro mexendo no guardanapo da mesa. O loiro parece me examinar com cuidado. 

- Olha, Mariana...

Ele mal termina sua frase e eu levanto bruscamente da mesa. Seus olhos verdes se arregalaram ao me observar deixar algumas notas sobre a mesa.

- Nem meu nome você sabe e estuda comigo a anos. Pelo amor de Deus! - bufo. Com toda certeza decorar o meu nome devia ser difícil quando se tinha tantas outras em sua cama.

- Marlene...? - tenta novamente parecendo pensativo. Reviro os olhos e dou as costas pra ele. Posso ouvi-lo bufar frustrado. - Por que é tão complicada? 

- Complicada? - Me viro para ele sentindo minha pulsação acelerar - Você seu cretino de merda. Deixa meu trabalho cansativo. Sabe quantas garotas vem me encher sobre você por mês? 15. Garotas idiotas que caem na sua conversa e vão falar sobre amor próprio como se tivessem algum. Fora garotos que você implica ou espanca por achar que não são bons o suficiente para o seu grupo de amigos. E no fundo eu devo compreender você pois é isso o que faço, tento entender a mente humana. Mas quando olho pra você só vejo um idiota em busca de sexo e bebida pra afogar problemas do passado.

Cuspo as palavras sem nem mesmo pensar, assim que noto minhas palavras levo minhas mãos a boca tentando de alguma forma engoli-las de volta. Mas eu não podia, ja tinha dito.

O olhar de Adrien estava me pertubando. Minhas palavras o afetaram e com medo da direção que essa conversa levaria segui meu caminho pra casa, sem nem mesmo olhar para o loiro paralisado em frente a cafeteria.