Pov Marinette
O silêncio do local era até mesmo reconfortante levando em consideração os motivos que me fizeram sair de casa.
O loiro estava a minha frente bebendo seu café silênciosamente. Seus dedos deslizavam suavemente sobre a caneca como se ele pudesse ver algo a mais refletido na porcelana preta.
- Desculpa - murmuro pro funcionário posso sentir o olhar de Adrien sobre mim - Eu gosto com exatas 2 colheres de açúcar. É uma mania.
O homem assente e pega a caneca para ser trocada. O loiro apenas continua a me olhar me deixando desconfortável.
- Mania? - pergunta arqueando a sombrancelha. Reviro os olhos diante seu sorriso debochado.
- Sim, Agreste. Mania - concordo mexendo minha cabeça. Ele da de ombros enquanto volta a se concentrar em sua caneca. - Quem estava la em cima?
Ele levanta os olhos como se estivesse se preparando para dar mais uma de suas respostas rudes. O repreendo com o olhar vendo suas feições se suavizarem em rendição.
- Gabriel Agreste. - murmura como se o nome queimasse sua boca - Ele foi la da uma justificativa por ter sido um merda por anos.
- E isso te balançou? - pergunto assim que o homem entrega meu novo café, suspiro me deliciando com o sabor familiar.
- Não. Não me balançou - se defende rapidamente, sua voz um pouco alta ao se elevar sobre a mesa. Ele percebe seu pequeno descontrole e volta a se sentar direito, respirando fundo - Eu apenas fiquei em choque
- É natural, Adrien. Por você se privar de sentir como pessoas normais. Seu corpo fica sem reação. Ele não reconheceu e nem soube o que fazer com o que quer que você tenha sentido e isso ocasionou um ataque de pânico. - explico. Ele apenas bebe um longo gole do seu cafe parecendo estar realmente prestando atenção em mim e isso me motivou a continuar - Você provavelmente sabe que o cerebro humano pode fazer coisas incríveis se for treinado. Você conseguiu se anestesiar contra a dor e isso seria saudável se tivesse se livrado só dos sentimentos ruins, mas com os ruins levou os bons também.
- Não importa - ele murmura olhando para os lados como se o assunto não lhe agradace mas era necessário.
- Não sente falta de sentir mais do que o prazer e êxtase que drogas e sexo lhe oferece. Você sabe que isso não são sentimentos ou emoções reais é apenas o seu corpo reagindo a substâncias quimicas e o ato sexual. É sem graça. - comento com sinceridade. Ele parece refletir sobre isso porque seus olhos me fitam com verdes muito mais claros do que estou acostumada.
- Não sei viver de outra forma - confesa. Meu coração se aperta em meu peito ao notar o quão perdido ele estava. Como eu não notei antes o quanto de dor ele carregava por trás daquela marra de auto confiança exagerada.
- Eu vou te ajudar. Precisa sentir não importa o quão ruim seja. Nossas emoções nos fazem ser quem somos. - digo firme, coloco minha mão sobre a mesa e nossos dedos se encostam levemente, a eletridade que senti nesse pequeno gesto me faz levantar a cabeça. Por um segundo me perdi nas esmeraldas que me fitavam, há algo de magnético em seus olhos que poderia assustar qualquer outra pessoa com facilidade, mas não a mim.
- Me promete uma coisa? - ele pergunta. Seus olhos ainda presos nos meus, concordo com a cabeça sem nem mesmo hesitar - Se você ver que vai me fazer mal lidar com isso. Me impeça de sucumbir.
A sinceridade em sua voz me balança de uma maneira desconcertante. Pisco meus olhos tentando ter a certeza de que não estava tendo algum tipo de alucinação. Mas Adrien ainda estava ali, seus olhos suplicavam por ajuda. E eu iria me arrepender amargamente e sabia disso. Mas prometi, se eu perceber em algum momento desse mês que sentir é demais pra ele. Irei deixa-lo em paz. A ultima coisa que quero é contribuir pra sua dor
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Someone You Love | Adrienette
FanfictionAdrien era um tanto quanto complicado e Marinette viu ali uma chance de estudar ainda mais a fundo a mente humana, ja que seu amor pela psicologia era algo que sempre a motivou a ajudar o próximo. Ela só não esperava que Adrien Agreste fosse mudar s...