Paralisado

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"Estou paralisado

Onde estão meus sentimentos?

Eu não sinto as coisas

Eu sei que eu devia

Estou paralisado

Onde está o eu de verdade?


Estou perdido e isso me mata por dentro"

NF - Paralized

POV Adrien

Bati a porta do apartamento violentamente não ligando a mínima se quebrasse aquela merda, quem aquela coisa azulada pensa que é pra me afrontar daquele jeito?

Quem ela pensa que é pra me fazer de nova pesquisa para sua futura profissão hipócrita, a maioria dos profissionais de psicologia são pessoas que buscavam entender a própria mente perturbada, eu sabia que provavelmente ela mesma tem a própria escuridão pra lidar.

Marinette me chamou de sociopata e pior que eu provavelmente devo ser um, mas não é nem um pouco fácil admitir isso pra mim mesmo, admitir que preciso de tratamento é como admitir que estou enlouquecendo, e eu não quero enlouquecer, na verdade provavelmente já estou enlouquecendo.

Ela mesma disse eu não tenho emoções e tinha admitido a mim mesmo que isso era normal, mas pela expressão de choque em seus olhos azuis. Eu estava bem errado.

Eu não sinto e isso devia ser bom, certo

O medo refletido em seus olhos azuis me diziam ao contrário mas eu tentava ignorar isso, eu a liguei? Como eu não me lembro disso?

Provavelmente por estar chapado como o belo filho da puta que é, meu subconsciente zomba. Reprimo a vontade de manda-lo ir a merda. Ela me disse que eu precisava de ajuda, mas não pensava assim. Eu estou bem vivendo assim, eu bebo e transo quase todas as noites o que mais eu ira querer?

No fundo eu sabia que estava me enganado, mas era isso que eu fazia, fiz por boa parte da minha vida e provavelmente vou continuar fazendo.

Reprimo qualquer coisa que possa me fazer sentir, eu sei que se eu buscar ajuda vou voltar a ser o velho eu. Não quero voltar a sentir dor como aquele garoto assustado sentiu, não quero chorar rios de lagrimas sem fim como nos meus dias mais amargos naquela mansão.

- Adrien – aquela voz familiar me faz piscar os olhos freneticamente, me apoio sobre uma mesa que fica ao lado do sofá. Estava procurando em minha mente algum sinal de alucinação talvez causada pela droga que me derrubou na noite anterior, mas não. Eu sabia que era real, podia muito bem ver aquele homem em minha frente como uma maldita lembrança de tempos ruins e escuridão, eu o odiava mais que a mim mesmo. – Podemos conversar?

- Desculpa, esta falando serio? - Eu ri sem humor como uma criança idiota com o seu pedido, achando maravilhosa sua expressão de irritação ao meu deboche.

- Adrien é um assunto serio, não tenho tempo pras suas brincadeirinhas – resmunga mexendo em seus óculos.

- Claro, desde quando o grande Gabriel Agreste tem tempo para brincadeiras de criança com seu amado filho – minha voz esta carregada de humor enquanto bato palmas para ele, eu me sinto extremamente satisfeito de ver a pura irritação que eu causo nesse homem, eu poderia ficar a vida toda o infernizando e nem mesmo ia ter remorso por isso.

Someone You Love | Adrienette Onde histórias criam vida. Descubra agora