Maxwell
Passamos o resto da tarde ontem com a Melinda e sua amiga, mas só quando dei uma carona para ela descobri que ela era a minha vizinha.
Fiquei feliz em conhecê-las, além do Joseph, elas são as únicas pessoas que conheço na cidade, e que sorte uma delas ser minha vizinha.
Nunca me dei bem com meus vizinhos, na realidade, nem os conheço. Em São Paulo a vida é corrida demais para se passar perguntando da vida alheia ou conversando com vizinhos.
Mas acho que há algo além nesse meu gostar de ter uma vizinha e amiga, a Melinda despertou algo em mim que há tempos não sentia.
Eu não namoro há muito tempo, acho que a mãe da Ayla foi a última mulher com quem tive um relacionamento longo; eu não costumo me apegar a ninguém, me acostumei a ser sozinho ou estar sozinho.
Saio dos meus pensamentos ao ouvir uma batida leve na porta. Em seguida ela é aberta revelando a Ayla de pijama com seu coelho de pelúcia.
— Oi, meu amor — digo me sentando na cama. — Vamos nos arrumar para a escola?
Ela me olha e em seguida abaixa o olhar.
— Não precisa ter medo, está bem? — digo para ela. — Vem aqui, meu docinho.
Chamo e ela vem, a coloco sentada ao meu lado.
— Você vai conhecer vários amiguinhos novos e vai ter uma professora bem legal — digo. — O que acha disso?
Ela apenas me olha e da um leve sorriso.
— Se você não gostar, podemos mudar de escola no próximo ano — digo.
Ela me dá um meio sorriso. Já é alguma coisa.
Tenho quase certeza que não é assim que se educa uma criança, mas o que posso fazer, gosto de ver minha filha sempre com um sorriso no rosto.
— Vamos ficar bem bonita para seu primeiro dia, certo? — ela confirma com a cabeça.
A levo para o banho e depois de vesti-la arrumamos a sua mochila para levar para a aula.
Seu uniforme é uma blusa branca com detalhes na cor roxa e rosa na estampa xadrez, tinha outras combinações de cores, mas segundo o Joseph, a série dela era roxo e rosa ou azul e verde, então deixei a Ayla escolher qual cor queria, e a saia, na verdade short saia, é xadrez na mesma cor da blusa.
Ela ficou linda de uniforme.
Depois de vesti-la, levei ela para tomar café da manhã, fiz panquecas para nós, um iogurte de morango para ela, e um café para mim, fiz carinhas nas panquecas para ela, já que ela pareceu gostar das que a minha mãe fez.
Comemos e depois deixei ela um pouco assistindo a televisão e fui me arrumar.
Tomo um banho rápido, depois da Ayla nunca mais soube o que é passar horas em baixo do chuveiro num único banho, agora todos os meus banhos são pensando no que Ayla está fazendo esse tempo sozinha.
Visto uma roupa mais casual, já que não irei trabalhar, e vou apenas levá-la a escola.
Antes de sair de casa separo todos os documentos que tenho que levar, já estava com a transferência do antigo colégio dela e os demais documentos exigidos.
Coloco a Ayla no carro, mas antes de entrar também dou uma olhada na casa vizinha, mas não vejo nenhuma movimentação, acho que ela não está em casa.
Suspiro desapontado por não ter a visto pela manhã, tenho vontade de ficar horas conversando com ela, é tudo tão leve com a Melinda.
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Minha Pequena Ayla
RomanceMelinda, uma professora do jardim de infância que ama o seu trabalho, cansada do amor e de procurar o seu par perfeito começa a crer que sua família se resume aos seus alunos e sua única amiga, mal sabe ela que sua vida acabará de mudar quando um ho...