Mais alguns dias se passaram e já estava chegando a hora de voltar pra minha cidade.
Eu e o Max continuamos estranhos um com o outro, tenho passado a maior parte do meu tempo com a Ayla.
Todos foram embora ontem a noite e nós vamos embora amanhã a tarde, logo voltamos as nossas rotinas.
- Tem certeza que vocês têm que ir embora amanhã? - dona Elisa nos pergunta.
- Temos sim - ri fraco. - Mas vocês podem ir nos visitar sempre que sentirem falta da pequena.
- Então vocês vão ter que me levar junto agora - ela brinca fazendo todos rirem.
- Mas pode deixar que na próxima oportunidade estaremos lá - Roberto fala. Sorri com a notícia.
Termino de por a mesa com eles e subo para terminar de arrumar a mala.
Quando eu chego no quarto o Max estava deitado com a Ayla.
- Eu venho depois - digo após ver os olhos curiosos deles em mim.
- Não precisa, estávamos falando de você - Max diz.
- Posso saber o que vocês falavam de mim?
- Não - Max diz.
- Segredo, tia - Ayla sorri. - Eu vou ver a vovó e o vovô agora.
A minha pequena sai do quarto me deixando a sós com o seu pai.
- Bom, eu acho que também vou - viro rapidamente em direção a porta.
- Espera - ele me segura pelo braço.
Olho para ele que me encarava intensamente.
- O que quer? - pergunto.
- Conversar.
Ele me solta e faz menção para que sente na cama. Sentamos e ele começa a falar.
- Sei que foi bobo da minha parte ficar agindo dessa maneira com você esses dias, era pra ser um feriado divertido e deixei o clima chato entre a gente, você me desculpa? - ele diz tudo de uma vez. Fico surpresa com suas palavras.
- Eu que peço desculpas por me meter, você tem razão, você deve saber o que é melhor pra ela bem mais do que eu - digo.
- Isso significa que não acha mais uma boa idéia ela voltar na antiga casa?
- Não, ainda acho que ela precise disso.
- Se você não mudou de opinião, por que está se desculpando? - ele levanta na cama de repente.
- Não pedi desculpas pelo que penso, pedi pelo que falei, mas não mudo o meu ponto de vista só por você não concorda com ele - digo com a voz um pouco alterada.
- Que bom saber disso, me sinto menos culpado agora - diz ainda sério. - Você tem razão.
- Tenho?
- Sim, você tem razão quando disse que eu sei o que é melhor pra ela mais que você - ele diz sério e frio. - Vou deixar você arrumar suas coisas, se precisar de mim estarei com a minha filha - ele deu ênfase na palavra "minha".
- Como pode dizer uma coisa dessas? Ela é sua filha, nossa menina e eu só quero o melhor pra ela.
- Ela é minha filha e eu digo o que é melhor. Não se meta mais nos assuntos que compete a Ayla e a mãe dela.
Não consegui dizer mais nada. Ele saiu me deixado sozinha
Ele já disse tudo, a filha é dele e somente dele, ela nunca vai ser minha, o Max não tem nenhuma intenção de dividir ela comigo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Pequena Ayla
RomanceMelinda, uma professora do jardim de infância que ama o seu trabalho, cansada do amor e de procurar o seu par perfeito começa a crer que sua família se resume aos seus alunos e sua única amiga, mal sabe ela que sua vida acabará de mudar quando um ho...