Capítulo 21

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Melinda

Ontem foi o melhor encontro que já tive na vida, não tive muitos bons, eram sempre com os amigos da Vick e os caras que ela arrumava para mim, mas se eu tivesse tido um bom, não teria sido melhor do que esse.

Não diria este é o melhor apenas pelo restaurante que é um dos meus favoritos, mas pela companhia que é muito boa.

Max se enforcou ao máximo para me agradar, eu amei ser tratada, com gentileza e respeito.

Acho que ele já mostrou o suficiente que é diferente dos outros caras, e está me provando a cada dia que o julguei mal esse tempo todo.

Mas tenho que admitir que o medo de me entregar está sendo maior que a coragem de me jogar em um relacionamento.

Eu já me machuquei muito antes, sair do fundo do poço é um longo caminho, cada um lida de uma forma com a dor, e eu, prefiro não senti-la, é o meu jeito de lidar.

Claro que eu e a Vick discordamos, e deve ser por isso que ela tem vários amigos e eu só tenho ela.

- Não acha, Linda? - Vick fala me tirando dos meus devaneios.

Percebo que ela fala a horas de assuntos que não faço ideia.

- Ah? Sim, sim - concordo sem nem saber do que ela estava falando.

- É mesmo, o que eu disse? — ela fala fingindo está zangada.

- É...disse...O que você disse? - gaguejo enquanto falo. Ela arqueia uma sobrancelha.

- Você nem me ouviu, estou falando há horas sozinha - ela faz drama revirando os olhos e finge chateação.

Cruza os braços e vira o rosto para que eu não o veja.

- Desculpa, estava distraída — me retrato.

- Não me diz que está pensando no bonitão? — Vick ri maliciosa. - Já posso chamar ele de cunhado?

- Não viaja garota - falo dando um leve empurrão no seu ombro. - A gente nem conversou sobre isso, quero dizer, nem sei se ele quer alguma coisa séria.

- Tá brincando, não é? — ela se ajeita no sofá para ficar com o seu corpo de frente para o meu. - Esse cara beija o chão que você pisa, ele faz de tudo por você, como ainda pode duvidar?

- Não é assim, Vih — seguro a sua mão. - A gente se beijou duas vezes, isso não é um conto de fadas com felizes para sempre, e eu disse, nós nós beijamos só duas vezes e eu não consigo o tirar da minha cabeça, é claro que eu tenho medo, isso eu não escondo de você, mas e se ele não sentir o mesmo? Nos nunca falamos sobre isso — falo tudo conforme meus pensamentos, falo rápido sem parar para respirar.

- Calma — ela fala. — Vocês tratem de conversar.

- Porque é bem fácil tocar no assunto 'sentimentos' - digo e ela revira os olhos. - Mas me conta uma coisa...

- O que? - ela diz.

- O que foi aquilo você e o Joseph? - Sorri maliciosa.

- Nem vem, ele só foi gentil.

- E desde quando você acha ele gentil?

- Desde ontem. - Ela da de ombros. - o Joe foi legal comigo e depois do cansaço que a Ayla nos deu, nem deu tempo da gente brigar.

- Joe? - indago com curiosidade. - Desde quando se tratam com apelidos?

- O apelido foi você quem deu, só reciclei ele - ela fala. - Aliás, nem adianta criar ideias na cabeça, eu já te falei que não gosto dele.

- Aham... até parece - falei baixo, mas o suficiente para que ela escutasse e revirasse os olhos. Sorri com isso.

- Vamos mudar de assunto que falar do Joseph já me desanima. - me engana que eu gosto, senhorita Victória.

- O que quer fazer então?

- Shopping!- ela grita animada.

- Em pleno domingo? Ai não, Vick. - choramingo.

- Por favor, Linda. - Ela faz biquinho. - nunca mais saímos só nós duas, você fica o tempo todo com o bonitão e a princesinha, parece ate que esqueceu de mim.

- Ai que amiga ciumenta eu tenho. - Digo segurando o riso e a puxo para deitar a cabeça no meu colo. - Vamos fazer como os velhos tempos então.

- Pipoca, brigadeiro e filme de romance?- ela pergunta e eu assinto. - Perfeito. A nem te contei, os meus pais perguntaram de você, querem saber porque não apareceu mais lá.

- O que você disse?

- Ora, falei a verdade uai. - Ela diz como se fosse óbvio.

- Que verdade, Victória?- pergunto seria. Os pais da Vick são como a minha família, eles ficariam muito chateados se descobrissem que estou namorando e não os apresentei.

, eu não estou namorando, mas conheço a Vick, ela pode ter insinuado isso.

- Que você estava ocupada com a escola, e tinha uma nova aluna e o pai dela que ocupava todo o seu tempo livre. - Ela diz. - Não precisa ficar irritada, não falei da parte romântica da história, agora vamos ver o filme — ela fala sabendo o que penso.

- Tá, vou fazer a pipoca e o brigadeiro. - Digo e me levanto para ir a cozinha.

A Vick escolhe o filme entanto faço as comidas.

Passamos o resto do dia comendo besteira e vendo diversos filmes de romance. Sinto falta desses momentos com ela.

Vick sempre foi do tipo que nunca se apaixona, ela sempre foi independente no quesito sentimentos, mas sei que no fundo só está guardando o seu coração para o príncipe encantado dela.

Apesar de sair bastante, ir a vários encontros e se divertir em bares, para ela não passa disso, quando ela dorme com um cara ela não espera que ele ligue no dia seguinte. A Vick sempre foi assim. Diferente dela, eu espero que meu príncipe me ache, mesmo que eu nem procure ninguém, como também não saia com ninguém até lá.

Acho que ambas esperamos o cara perfeito, só decidimos esperar de formas diferentes, ela prefere beijar os sapos a procura do príncipe, como no filme da princesa e o sapo, um dos favoritos da Ayla. E eu estou esperando trancada numa torre, como no filme da Rapunzel. Mas talvez já tenhamos os encontrados, só não sabemos disso ainda, afinal, tudo acontece quando tem que acontecer.

Continua...

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Beijos, Larissa.

Minha Pequena AylaOnde histórias criam vida. Descubra agora