Depois de várias tentativas frustradas de ligar para Melinda e finalmente desistir e me convenci que seria melhor esperar para quando chegássemos em casa.
A Ayla não fala comigo desde então, apenas me observa e ao que parece, parou de falar novamente.
- Max, as coisas não podem continuar na forma que está, a Ayla não pode ficar assim, meu filho - ela diz enquanto me ajuda a fazer as malas da pequena.
- Eu sei, eu estou tentando.
- Pois tente mais, não pare de tentar até tê-la de volta, não a deixe escapar, não a perca.
- Será que não já perdi? - falei mais para mim do que para ela.
- Não seja bobo, foi apenas uma briga de casal, a primeira de muitas ainda.
- A senhora não sabe as coisas absurdas que falei para ela, jamais terei o seu perdão.
- Meu querido, ela tem o coração muito bom para guardar rancor, de tempo ao tempo, faça a sua parte que ele irá se encarregar do resto.
- Assim espero, mãe - digo. - Assim espero.
--♡--
Toda a viagem de volta foi feita em silêncio, a Ayla dormiu quase toda parte.
Quando chegamos em casa levo as malas e a Ayla para dentro, a mesma ainda dormia serenamente. Sei que deveria deixar a Melinda sozinha por um tempo, mas eu precisava vê-la, eu preciso me explicar.
Fui até a porta dela e toquei a campainha até não aguentar mais, gritei por ela e a porta não foi aberta, nem sei se ela está em casa, mas se estiver já provou que não está disposta a me atender.
Volto para casa e fico na sala encarando uma garrafa de uísque que ficava guardada, escondida no fundo do armário mais alto, nunca imaginei que voltaria a beber, mas parece ser o único meio de diminuir essa dor, nem que fosse por alguns curtos momentos.
Na mesma hora que faço menção em pegar a garrafa ouço o meu celular tocar.
Ligação on.
- Nem ouse fazer isso - Maya fala do outro lado da linha.
A procuro pela casa, foi uma coincidência tão grande que podia jurar que ela poderia me vê de alguma forma.
- Como sabia?
- Eu te conheço, sabia que sem a Melinda ou a Ayla você faria besteira, já vou logo te adiantando que bebida não cura ferida, pelo contrário, só traz mais problemas.
- Eu sei, foi só uma recaída.
- Conseguiu falar com ela?
- Não me atende e não abre a porta, fiquei igual a um idiota na porta a chamando.
- Mas você é um idiota por tê-la perdido para começo de conversa, agora aguente.
- Até você?
- Eu te avisei que se você fizesse algo eu te mataria, então sinta-se aliviado de eu não fazer coisa pior que apenas te da bronca.
- Eu entendo, sei que fui um babaca.
- O que você disse?
- Muitas coisas, inclusive que só eu sei o que é melhor para minha filha, e posso ter dito a palavra 'minha' várias vezes.
- Você disse que a filha e não dela? - ela pergunta com a voz alterada.
- Basicamente.
- Você tem alguma problema? - posso ouvir sua respiração pesada do outro lado. - Posso te pedir uma coisa?
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Minha Pequena Ayla
RomanceMelinda, uma professora do jardim de infância que ama o seu trabalho, cansada do amor e de procurar o seu par perfeito começa a crer que sua família se resume aos seus alunos e sua única amiga, mal sabe ela que sua vida acabará de mudar quando um ho...