Capítulo 14

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Melinda

Quando chego ao andar de baixo, vejo o Max e ele parece está lendo algo no celular.

— Max? — o chamo e ele me olha.

— Cadê ela? — ele vem até mim e parece nervoso. — Como ela está?

— Melhor, eu acho.

— Como assim, acha que está? — ele fala um pouco alterado. — Responde, Melinda.

Ele praticamente grita. Meu sangue ferveu e a raiva subiu. Quem esse cara pensa que é pra falar assim comigo?

— Olha aqui — digo me aproximado. — Se você tivesse atendido a pelo menos uma das ligações saberia, como é que você sai e deixa a sua filha de quatro anos com uma desconhecida e ainda por cima não se importa nem um pouco, ao ponto de não olhar esse CELULAR! — cuspo as palavras de uma vez e uso o mesmo tom de voz que ele.

— Você não tem o direito de falar assim comigo — ele fala no tom de voz habitual agora.

— Você só pode está de brincadeira — digo ainda irritada. — Olha a hora que você chegou em casa, você nem viu as mensagens e menos ainda as ligações.

— Eu estava ocupado! — ele grita. — Eu deixei o celular no silencioso e não mexi nele a noite toda.

Ele vem na minha direção e posso ver que ele está tão irritado quanto eu.

— Ela está dormindo agora, se você puder não gritar, ajuda — falei e dei as costas indo em direção as escadas.

— Pra onde você vai?

— Ver quem realmente importa — respondo enquanto subo os degraus. — Você vem ou não? — ele não responde, mas posso ouvir ele caminhar, sei que está vindo logo atrás de mim.

Chegamos ao andar de cima e adentro no quarto da Ayla sem esperá-lo.

Quando chego posso vê-la desesperada em seu sono profundo, ela estava sonhando.

— Mamãe? Mamãe? — ela fala enquanto dorme. — Não me deixe, por favor, não me deixe — meus olhos enchem de lágrimas.

Olho em direção a porta e vejo o Max parado a olhando.

— Calma, meu amor, estou aqui pra você
— digo enquanto tento acalma-lá. Me sento a sua cama e a puxo para mim.

— Ela está suando — diz o gênio ainda no batente na porta.

— A febre está abaixando — digo como se fosse óbvio. — Pega o termômetro aí dentro dessa maleta — aponto para a maleta que está em cima da penteadeira da Ayla.

— Isso aqui? — ele me entrega.

— Não sabe o que é um termômetro? — reviro os olhos e pego da sua mão. Colo de baixo do braço da Ayla e enxugo seu rosto molhado com as mãos. — Vai ficar tudo bem, meu amor.

— Tia? — ela fala sonolenta. Ela começa a chorar. — Eu acho que tive um pesadelo.

— Eu sei, minha pequena — digo tentando acalma-lá. — Não chora, não chora.

— Não chora, filha — Maxwell fala. — Estamos aqui agora — seu choro começou a cessar assim que ouve a voz do seu pai.

— Onde estava papai? A tia Linda te ligou e a Bia também — ela tenta ter uma explicação. — A Bia ficou nervosa e a tia Linda teve que cuidar dela também.

— Eu sei, o papai não viu o celular — ele se senta na cama. — Desculpa, me desculpem — ele fala e posso ver seus olhos lacrimejarem. — Eu não deveria ter ido, deveria ter ficado aqui com você.

Minha Pequena AylaOnde histórias criam vida. Descubra agora