Melinda
O dia hoje foi tranquilo no trabalho, as crianças estavam calmas para uma sexta feira, o que considero estranho.
Com o tempo livre que tive a única coisa que pensei, a única pessoa que passava pela minha cabeça a cada minuto, foi o Max e no nosso beijo. Se eu ainda tinha dúvidas dos meus sentimentos por ele, essas dúvidas acabaram no momento que nos beijamos, nunca senti nada assim por ninguém. Foi algo mágico, como nos contos de fadas, quando a princesa finalmente beija o seu príncipe.
Mas quando acabou eu caí em mim, sabia que não era um conto de fada e sim a vida real, não poderia deixar de pensar no efeito que isso tem sobre mim, a Ayla, ele, e todo o mundo ao redor de nós. Quando se tem uma criança no meio, todo passo deve ser bem pensado.
Eu preciso de um tempo longe dele para ter certeza que é o certo, não posso perder mais alguém, não suportaria vê-lo indo embora. Ainda não o conheço tão bem, tenho dúvidas sobre muitas coisas, ele não sabe quase nada sobre mim, e nem eu dele, apesar de gostar dele pelo que conheci dele, acho válido darmos tempo ao tempo.
Em meio a esses pensamentos vejo que o sinal toca, as crianças saem desesperadas.
— Tchau, tia linda — as crianças gritam em uníssono antes de saírem correndo.
A Ayla como de costume ficou me esperando. Eu espero a Vick aparecer antes de levá-la, já que sei que a Vick sempre vem atrás de mim.
Logo que ela aparece, peço a Vick para ficar com a Ayla hoje na hora da saída, não queria encontrar com o Max, não sei como o olharia e reagiria, afinal, não nos vimos depois do nosso beijo, e eu o expulsei de casa, teria que no mínimo me desculpar.
Não demorou muito e logo a Vick estava de volta. Hoje ele veio cedo buscar a Ayla, um avanço.
Arrumo minhas coisas, e chamo a Vick, que vem comigo para a minha casa.
— Você tinha que ver a cara dele — Vick fala. — Ele ficou preocupado com você, está na cara que ele gosta de você de verdade.
Chego já colocando as chaves no gancho e me sentando no sofá. A Vick me acompanha e senta um pouco mais distante, mas ao lado do meu lugar no sofá.
— Não estou dizendo que ele não gosta, só não sei se é isso que eu quero — digo.
— Arrisca uma vez na vida, Melinda — ela fala com chateação.
— Não é assim também, Vick. Ele tem uma filha, não posso meter a menina nessa história, se não der certo entre a gente, vão ser três corações partidos e a Ayla já está sofrendo sem a mãe e com toda essa mudança de cidade, ela acabou de conhecer o pai, não posso tirar ele dela.
— Você não vai tirar ele dela, só vai pegar ele emprestado algumas vezes — ela fala e eu a encaro fazendo cara feia. — Cara feia pra mim é fome — ela fala e eu reviro os olhos. — Você tem que falar com ele.
— Eu vou falar, mas não agora.
— Ele me pediu um número de alguma babá para a Ayla — ela muda de assunto. Mas claro, não totalmente.
— Ele vai contratar uma babá em tempo integral?
— Não, disse que era só por uma noite.
— Tá vendo aí, aposto que ele já vai sair com o Joseph para algum barzinho.
— Não julgue, e sabemos que você só está querendo arrumar uma desculpa, ele não é o imbecil do seu amigo — ela fala e reviramos os olhos.
— Mudando de assunto, você tem visto o Joseph? — pergunto.
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Minha Pequena Ayla
RomanceMelinda, uma professora do jardim de infância que ama o seu trabalho, cansada do amor e de procurar o seu par perfeito começa a crer que sua família se resume aos seus alunos e sua única amiga, mal sabe ela que sua vida acabará de mudar quando um ho...