Capítulo XL - Jimin

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Park Jimin

Quando a cirurgia de Jungkook chegou ao fim, um dos médicos participantes veio nos contar as boas novas. Ou pelo menos, o que esperávamos que fosse.

— Acabou doutor? Como foi doutor? Ele está bem doutor? Como está meu sobrinho querido doutor?... — A Sra. Jung foi desesperada até o médico, sedenta por uma resposta positiva. Eu estava ao seu lado, mas não conseguia falar nada.

— Tivemos algumas complicações no processo da cirurgia, mas isso não alterou o status da mesma, que foi um sucesso. Jeon Jungkook está bem e no momento está adormecido, ele deve acordar em um ou dois dias.

Aquela noticia encheu nossos corações de alegria. Não demoraria muito até que Hoseok tivesse seu primo de volta, a Sra. Jung tivesse seu querido sobrinho de volta, a ajumma tivesse seu ajudante e amigo de volta... E eu tivesse o meu grande amor de volta. Naquele dia, voltei para casa sorridente, dançando na chuva.

Porém, os dias se passaram, e os mesmos se tornaram semanas, e por fim meses. Eu visitava ele todos os dias. Seu rosto mantinha sua aparência angelical, mas afetado por um tom pálido, seus lábios levemente roxos e nenhum sinal ele despertaria.

Com as visitas até o hospital, notei que a minha rotina já tinha se tornado fixa. Eu deitava um pouco ao seu lado e alisava o seu belo e liso rosto, dava-lhe beijos em sua bochecha vez ou outra. Eu cantava para ele algumas das nossas músicas favoritas, na esperança tola de que ele acordaria, sorriria para mim e tomaria sua parte na canção. Pensamentos tolos. Por fim, regava as flores que a ajumma colhia em seu jardim semanalmente.

A Sra. Jung o visitava todos os dias também, e não se surpreendia mais ao me ver deitado ao seu lado algumas vezes.

— Como ele está, querido? — Perguntava a mesma, aflita.

— Como sempre, Sra. Jung. — Respondia eu, sem nenhum tom de alegria na voz.

Ela tomava o meu lugar e eu voltava para meu quarto nos fundos da lanchonete em que eu trabalhara.

Quanto mais a minha esperança pela volta de Jungkook se esvaia, mais triste e fraco eu me sentia. Depois de dois meses e meio, desisti de meu trabalho. O chefe ainda tentou entender e me pediu para explicar-lhe o porquê da mudança tão repentina. Mas eu já me sentia tão quebrado por dentro, que falar do assunto só me machucaria mais.

— Senhor? Você não me disse ainda para onde é sua passagem. — Saí de meus pensamentos quando a moça defronte a mim chamou minha atenção.

— O que? — Perguntei, meio atordoado.

— Qual seria o seu destino? — Insistiu a mesma.

— Busan! Busan! — Respondi de uma vez.

Naquele momento, eu já havia entendido que Jungkook jamais acordaria. Eu teria perdido o amor da minha vida, a única pessoa que um dia me amou. Eu perdi tudo, voltei à estaca zero. Aquele era o momento de enfrentar a besta do meu passado.

Já era noite quando cheguei em Busan. Andando pelas ruas, um cartaz velho e meio rasgado voou ao meu encontro. Apanhei o mesmo para ver o que estava escrito. Lá estava a minha imagem.

"Park Jimin. Fugitivo de Manicômio e acusado de tentativa de Homicídio. Louco perigoso."

— Então esse foi o eu que deixei em Busan? Bom saber. — Joguei o papel e deixei que o vento o levasse para longe.

Andei mais um pouco e por fim encontrei o lugar a qual sempre pertenci, a prisão de meu corpo e alma. Aquele maldito hospital. Mas aquele não era o meu destino, e sim a casa de uma das pessoas que trabalhara ali.

Peculiares | JiKookOnde histórias criam vida. Descubra agora