Capítulo XXXVI - A senhora da sala branca

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— Mas o meu problema era que, eu não passava de uma alma perdida no mundo dos humanos, nenhum deles me veria.... Exceto o rapaz que eu encontrara naquela noite, o rapaz que olhou para mim e implorou para que eu o deixasse sozinho. Aquele rapaz conseguia me ver, aquele rapaz era especial.... Aquele rapaz, era Park Jimin.

— Jimin... — Uma lágrima solitária escorreu de meu olho ao ouvir aquele nome.

— Foi então que eu comecei a procurar este garoto por toda parte. Mas, sempre que eu o encontrava, ele fugia até que eu o perdesse de vista. Foi aí que eu soube que ele, diferente de você e a senhora da sala branca, era uma pessoa com um poder amaldiçoado. Eu sabia que Jimin jamais me ouviria, então pedi para que a senhora me ajudasse com alguma dica.

"E assim a senhora fez."

Uma voz ecoou naquela pequena sala, uma voz feminina. Olhei para os lados assustado, procurando de onde aquela voz teria saído. Foi então que percebi que as paredes do local começaram a abrir, tornando a sala mais espaçosa, porém, a única luz que iluminava aquela sala que crescia apagou, instalando o breu no local.

Não pude ver nada durante alguns segundos, mas ainda segurava a mão de Taetae, que estava em silêncio, sem dizer uma só palavra.

Depois de um curto período de pura escuridão, uma luz acendeu ao longe, e a mesma se expandiu rapidamente tomando conta de todo o local. Que agora tornara-se de um cubículo mal iluminado para uma sala larga e totalmente clara. Ao longe, uma senhora de cabelos grisalhos estava sentada em sua cadeira de balanço, enquanto fazia algo com as mãos.

Olhei para Taetae, que sorriu para mim e começamos a caminhar em direção aquela mulher desconhecida.

— A senhora da sala branca disse ao garoto Taehyung que a única coisa que ele faria a Jimin era lhe causar pânico e fazer com que o mesmo corresse para longe de seu espirito. E se Taehyung usasse isso para fazer com que Jimin corresse em uma direção específica?

A senhora passou a falar, enquanto nós continuávamos andando ao seu encontro.

— Mas Taehyung sabia que o garoto Jungkook não saia de casa, a não ser quando sua tia precisasse de algo, então Jungkook comprava para ela. Por sorte, Jungkook gostava de ir em uma loja específica, onde uma ajumma simpática trabalhava sozinha. Esse poderia ser o ponto de encontro dos dois.

Quanto mais nos aproximávamos, mais eu sentia que a voz da senhora da sala branca não me era estranha.

— Porém, Jungkook passava poucos minutos dentro daquela loja, então de alguma forma, Taehyung e a senhora da sala branca teriam que fazer algo para que Jungkook passasse mais tempo dentro daquela loja.

Meu sorriso abriu, eu não tinha mais dúvidas.

— Então a senhora da sala branca fez com que Jungkook arrumasse um trabalho naquela loja, assim ele passaria mais tempo ali e foi isso que aconteceu. Na noite do primeiro dia de trabalho de Jungkook naquela loja, Taehyung apareceu para Jimin, fazendo com que o mesmo se assustasse e corresse como louco. Taehyung desaparecia e aparecia em pontos específicos, fazendo com que Jimin corresse para onde ele queria. Foi aí que Jimin chegou até a loja, e por estar morrendo de fome ele resolveu entrar na mesma e comprar algo para comer. — Concluí enquanto chorava.

— Você terminou a história perfeitamente, meu querido Jungkook.

A senhora falou para mim, levantando-se de sua cadeira e revelando sua face para nós. Sim, era a ajumma.

— Então quer dizer que a senhora foi responsável por Jimin ter entrado naquela loja naquela noite? — Perguntei para ela.

— De certa forma sim. — Disse ela, sorridente.

— E o papo de que ele era um estranho para você? E o jeito que a senhora agia quando no início com ele? Sempre achei que a senhora não gostasse dele.

— Não menti quando disse que ele era um estranho para mim, afinal eu não sabia quem era o rapaz que Taehyung levaria até a loja. E eu agi daquela forma apenas por que eu queria testar Jimin, se ele gostasse realmente de você, ele faria de tudo para ser gentil comigo, mesmo eu não sendo com ele, por que ele sabia que você gosta de mim. Então, era apenas uma prova.

— A senhora é impressionante mesmo, ajumma.

— Acho que eu não preciso mais dizer como eu voltei para cá, não é mesmo? — Perguntou Taetae para mim.

— Não. — Sorri.

— Então acho que meu trabalho está feito. Você seguirá a ajumma e ela te levará de volta.

— Mas eu não quero voltar.

— Como? — Os dois falaram surpresos.

Peculiares | JiKookOnde histórias criam vida. Descubra agora