Capítulo XXXIV - Jungkook

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Jeon Jungkook

Acordei em um lugar calmo, um campo extenso e muito verde, gentilmente pintado por algumas flores aqui e acolá. O céu exibia um lindo azul turquesa, com poucas nuvens que mais pareciam algodões macios beijando o céu. A brisa soprava fresca e trazia o doce perfume das flores ao redor, que me fazia viajar em seu aroma suave. Eu não sentia dores, não sentia tristeza, não sentia nada. Estava completamente feliz.

Andei por aquele lindo campo, parando um pouco para admirar aquela vista que meus olhos contemplavam, era algo quase mágico.

Ali também haviam muitas árvores, algumas delas frutíferas. As mais comuns eram macieiras, que estavam lotadas de lindas maças grandes e vermelhas. Era tão grandioso, que até mesmo a vontade de comer uma delas era um insulto a sua linda imagem. Era uma arte perfeita. Um quadro produzido pelo pintor mais habilidoso do mundo.

Uma das árvores infrutíferas me chamou atenção, alta e de galhos fortes, que me deu vontade de subir, para ter uma vista ainda mais ampla daquele lindo paraíso onde eu havia acordado.

Subi por seus galhos e com facilidade cheguei ao topo, olhando para a visão melhorada que agora eu tinha daquele local. Ao longe, era possível ver montanhas grandiosas, banhadas pelo branco da neve que repousava nas mesmas como um lindo bebe que adormecia nos braços de sua mãe. A paz que tudo aquilo me trazia era algo indescritível.

Voltei a prestar atenção na linda área verde do local e algo me chamou atenção. Uma toalha vermelha retangular, que decorava o gramado verde debaixo da sombra de uma das árvores. Era possível notar também a presença de três pessoas sentadas na mesma, que riam e conversavam enquanto tomavam algo em suas xícaras de pura porcelana. Desci da árvore e me aproximei daquele trio.

— Jeon Jungkook! — Gritou um dos dois rapazes, acenando para mim, estranhei o fato do mesmo saber meu nome, o que me deixou ainda mais curioso para saber a identidade daquelas três pessoas misteriosas.

Ao chegar mais perto deles, minha garganta fechou e as lágrimas rolaram de meus olhos.

— Mamãe... Papai... Taetae... — Falei sorrindo para os mesmos que ficaram de pé e me retribuíram com seus lindos sorrisos.

Corri para os braços de mamãe, que me abraçou com ternura, selando seus lábios em minha testa. Papai me abraçou fortemente, ele tinha uma aparência linda e parecia tão bem quanto era na época que mamãe era viva. Taehyung me acolheu em seus braços, e beijou minha bochecha delicadamente.

— Eu senti tanta saudade de você Taetae. — Falei, choramingando.

— Eu também, Kookie.

...

Conversamos muito e rimos bastante, enquanto a brisa soprava nossos cabelos e nos trazia mais felicidade e paz. Eu poderia ficar ali para sempre, mas eu sabia que algo estava errado, e eu tinha que saber o que era.

— Mamãe, eu morri? — Perguntei para a mesma, que deixou sua xicara no chão e tornou sua expressão facial mais séria.

— Isso você quem decidirá, meu querido. — Disse ela, segurando minha mão.

— Como assim? — Perguntei. Minha cabeça deu um nó ao ouvir sua resposta.

Ela sorriu para mim e levantou-se, esperando papai se levantar logo em seguida. Os dois pegaram um na mão do outro, e sorriram para mim novamente.

— Querido, você não está morto, ainda. Seu corpo está adormecido enquanto seu espírito viajou até nós. Você decidirá se quer voltar ou se quer ficar conosco.

— Eu quero ficar, nem preciso pensar duas vezes para tomar essa decisão.

— Sabemos como você está vendo sua vida agora meu filho, mas antes de tomar essa decisão, você precisa saber o que realmente aconteceu. Você precisa ver o que seus olhos não te permitiram ver. — Falou o papai.

— Como?

— Taehyung lhe contará tudo meu querido, mas eu e o papai temos que ir agora. — Falou a mamãe sorrindo.

— Não, por favor, não vão! — Me levantei desesperado e abracei os mesmos. — Não quero perder vocês novamente.

— Você nunca nos perdeu meu amor, nem nunca nos perderá. Continuaremos guardados em seu coração para sempre, até que nos encontremos de novo. — Continuou ela, alisando o meu cabelo.

— Quando vamos nos encontrar de novo?

— Em breve meu amor, em breve.

Os ventos sopraram fortes e as folhas se desprenderam de suas árvores, voando ao encontro do casal ali perto de mim. Papai e mamãe foram envolvidos pelas lindas folhas que logo em seguida se dispersaram, levando os dois.

Naquele momento, tudo se tornou escuro e eu não enxerguei mais nada. Por um momento pensei em correr, mas senti que estava sentado em algo, e logo uma luz fraca acendeu-se, me fazendo perceber que eu estava em uma pequena sala, onde Taehyung se fazia presente, sentando defronte a mim.

— Vamos começar.

Peculiares | JiKookOnde histórias criam vida. Descubra agora