Capítulo 13. Ânsia.

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~Notas da Autora~

Olá, como vão?
Obrigado pelo comentário e votos.
SOBRE O CAPITULO: ele é mais "dramático" focando nos pais do Draco e em como ele se sente em relação a eles, por isso pode ser mais tenso de ler. Infelizmente precisava incluir algo assim.. por que quero tentar demostrar que Draco ainda se sente muito inseguro em relação a tudo, enfim boa leitura e até semana que vem ;)

Você não é seu pai – eu digo essa frase pra mim mesmo desde sempre.

~Fim da Nota~

É engraçado porque quando era uma criança eu o amava, mas conforme fui crescendo comecei a entendê-lo e o sentimento se transformou em medo.

Eu meu lembro do momento em que enxerguei meu pai diferente.

Era meu aniversário de 7 anos e minha mãe me presenteou com um gatinho. Eu o chamava de Pooh porque ele me lembrava de um desenho trouxa que assisti uma vez – um ursinho amarelo que amava mel – Pooh era amarelinho com listas alaranjadas e também gostava de mel.

É um gato estranho.

Foi meu primeiro bichinho e eu como uma criança fiquei super apegado nele – dormia, brincava, passeava e lia um livro com Pooh no meu colo – eu o amava tanto que quando ele sumia eu passava o dia todo chorando até ficar doente. Pooh foi meu primeiro "amigo". Contava tudo para a bolinha de pelo que parecia me entender sempre miando respostas às vezes ria sozinho na sua companhia ouvindo seu ronronar aumentar.

Posso dar a entender que fui uma criança solitária, mas pra mim ter o gatinho já era o bastante e como disse eu o amava provavelmente Pooh me amava do seu jeito felino, então pensava – não preciso da atenção dos meus pais com ele ao meu lado posso ser feliz nessa casa – um pensamento bobo e infantil que foi massacrado num dia depois de ser aceito em Hogwarts.

Essa é uma das lembranças que por mais que quisesse não consigo esquecer sou atormentado por ela diariamente...

Lúcio me puxava em direção ao seu escritório fechando as portas e assim que entramos me estendeu uma varinha apontando para sua mesa. Por estar assustado demais só notei quem estava dormindo sobre os documentos importantes do meu pai ao tê-lo gritando em meu ouvido. Pooh, não mostrou interesse aos berros continuou a dormir.

Com os olhos esbugalhados e suando frio encarei meu pai preste a chorar, mas antes que o fizesse recebi um tapa forte o bastante pra me jogar no chão. Pooh no mesmo segundo abriu os olhinhos azuis e observou a cena – seus pelos eriçaram como um porco espinho e se colocou na minha frente miando alto para Lúcio – meu pai só ficou mais irritado gritando ordens que não conseguia cumprir.

Aconteceu tudo rapidamente um flash de luz verde e o silêncio no cômodo. Eu demorei para entender o que tinha acontecido e ao compreender me coloquei a chorar. Pooh não respirava e vê-lo daquela maneira me fez entrar em choque. Os gritos, soluços e o choro eram desesperados enquanto abraçava seu corpinho chamando por si, mas Pooh continuava imóvel e sem vida.

Tive meu primeiro ataque de pânico naquele momento. Os dias e as semanas seguintes foram um inferno. Meu pai não sentia remorso ou qualquer coisa desse tipo. Segundo ele o que fez foi pra me deixar mais forte – o amor não tinha espaço nas nossas vidas – aprendi que amar era o mesmo que atrair desgraça, seja pra mim ou para aquele que amasse e por medo fui a marionete perfeita do Lúcio.

Seu olhar frio estudava cada movimento meu – fui manipulado – nas suas mãos fui um brinquedo cheio de defeito. Agia como um babaca com a maioria das pessoas porque senão o fizesse acabaria recebendo uma surra ou coisa pior. Afastava aqueles que tentavam ser meus amigos com palavras cruéis – seria ruim pra eles se aproximarem – obedecia ao que meu pai pedia a risca.

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