Paco consegue esperar até nossos pedidos serem servidos para começar as perguntas, tentando soar o mais casual possível.
— Não sabia que estava tão próxima do seu vizinho, pensei que você não foi com a cara dele...
— Resolvemos esse assunto. Às vezes o ajudo com as crianças e somos meio que amigos, mas não diria tão próximos assim.
— Pelo que Mai contou...
— Ah, nos encontramos por acaso e ele se juntou a nós. Nesse interrogatório, você vai me dizer o que foi aquela disputa também ou vamos fingir que nada aconteceu?
Paco dá de ombros e passa algum tempo em silêncio, como se estivesse muito concentrado na comida, o que me faz rolar os olhos.
— Vou dizer a você a mesma coisa que disse a ele, não sou território para ser marcado. Me surpreende você, que me conhece há tanto tempo, agir daquele jeito e pensar que eu ficaria contente.
— Ele tem algum motivo para tentar marcar território?
— Nenhum de vocês dois tem — rebato, grosseiramente.
Não gosto ter que agir assim, mas estamos separados e eu realmente não gostei nada daquela situação. Passei quase dois dias sem falar com Christopher, teria sido mais se meu corpo traidor resistisse as provocações dele. Então é justo que eu deixe as coisas bem explicadas a Paco também.
Não querendo estragar a noite, ele muda de assunto e conseguimos ter um jantar agradável, até estendemos a noite para uma caminhada rápida na orla antes dele me deixar em casa.
— Você disse que nenhum de nós tem nada para disputar, mas se ele entrou no jogo é porque acredita que tem.
— Paco, por favor... — peço em um suspiro.
A forma que ele me encara, me faz perceber que ele já sabe que aconteceu algo entre mim e Christopher, e por mais que a curiosidade esteja estampada em seus olhos, jamais me pedirá a confirmação disse, e essa iniciativa não vai partir de mim, pelo menos não agora.
— Boa noite, Dul!
— Boa noite, Paco! Se cuide.
— Você também!
Observo o carro dele sair do condomínio antes de entrar. Um aperto no peito me diz que nossa relação vai passar por alguma mudança e eu espero que não seja algo doloroso para nós dois.
XXX
Meu celular toca quando começo a tirar o carro da vaga. Volto a deixá-lo em ponto morto, antes de alcançar o celular em minha bolsa e estranho a ver o nome de Christopher. Pelo horário, ele deveria estar chegando em casa para trocar a moto pelo carro e ir buscar as crianças na escola.
— Oi, aconteceu alguma coisa? — pergunto assim que atendo.
— Acabei de ser convidado para cobrir um evento para um site! — diz animado o que me faz sorrir.
— Isso é ótimo, Chris! Aposto que você vai se sair muito bem!
— Mas o evento começa em uma hora, será que você pode pegar as crianças na escola e tomar conta delas por algumas horas? — seu tom de voz é uma mistura de receio e ansiedade — Prometo que te recompenso quando eu chegar em casa.
— Qual tipo de recompensa, Uckermann? — sei o quanto essa oportunidade é importante para ele e jamais me negaria a isso, mas entro em seu jogo, deixando minha voz mais baixa que o normal.
— Do tipo que te faz gozar muito em minha boca e em meu pau — puta merda! Meu corpo inteiro se incendeia somente com isso, ao mesmo tempo, minhas bochechas coram ao pensar que alguém poderia tê-lo ouvido.
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O vizinho de cima
Hayran Kurgu+18| FINALIZADA | REVISADA Ainda se recuperando de uma profunda depressão causada pela morte prematura de seu filho e um tendo que lidar com um bloqueio criativo que a impede de cumprir seus prazos, Dulce Maria resolve mudar de vida e cidade em busc...