O vizinho de cima

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Quando o aniversário de Christopher chega, só faltam nove dias para a audiência e ele está um poço de nervosismo. Tento convencê-lo a fazer algo, mas ele prefere apenas pedir algumas pizzas e ficar em casa com os irmãos. A noite é agradável e divertida, ficamos apenas nós seis jogando jogos de tabuleiro, rindo e comendo.

Mas eu não quero deixar a data passar em branco, não apenas por ser o primeiro aniversário em que passamos juntos, mas porque Christopher está precisando relaxar um pouco, então combino com Anahí para as crianças passarem o final de semana em sua casa e pego Christopher em frente ao trabalho na sexta a noite.

— Aonde vamos?

— Eu não te dei meu presente de aniversário ainda — sorrio levemente ao vê-lo franzir o cenho.

— Deu sim, as crianças me entregaram as camisas, lembra?

— Foi presente delas.

— Que você pagou — dou de ombros — Dulce...

— Chris, relaxa! Tenho certeza de que você vai gostar da surpresa.

Eu passei alguns dias pesquisando um hotel que seja perfeito para passarmos o final de semana aproveitando. Amo estar com as crianças perto e a rotina que temos durante a semana, mas uns dias sozinha com ele, são muito bem-vindos.

Levamos quase duas horas para chegar ao hotel, já que ele fica em uma cidade vizinha e Christopher vai durante todo o caminho me perguntando para aonde vamos, parece uma criança pequena e já está me irritando, mas sei que essa é sua intenção.

— Christopher, me lembra de nunca mais te fazer uma surpresa, ok? — peço quando estaciono o carro. Ele ri me olhando.

— Você fica tão linda irritada — rolo os olhos.

— Faltou muito pouco para eu te jogar para fora desse carro e passar com ele por cima de você — retruco, soltando do carro.

— Vamos passar o final de semana nesse hotel? — concordo — Isso aqui é lindo, Dulce!

— Eu sei, passei alguns dias procurando por um lugar assim — sorrio ao observá-lo admirando o lugar a nossa volta, que é incrivelmente arborizado.

— Eu não tenho roupas — me olha confuso e sorrio maliciosamente.

— Talvez você não precise delas — Christopher gargalha ao se aproximar de mim e abro o porta-malas, apontando para as duas mochilas.

— Que pena, pensei que estava falando sério sobre eu não precisar delas.

— Só para o caso do hotel pegar fogo e precisarmos sair correndo daqui — brinco ao vê-lo pegar as mochilas.

Apesar de não aparentar tanto por fora, o hotel é luxuoso. Resolvi ostentar, pegando um dos quartos mais caros do lugar, parcelado em três vezes no cartão. Não que eu me importe, três dias tendo Christopher só para mim, fará valer a pena.

Depois que fazemos o check in somos guiados até o nosso quarto, que é uma espécie de chalé mais afastado. A última coisa que eu quero é receber reclamação de barulho dos outros hóspedes. O quarto é incrivelmente bonito e enorme, a cama é duas vezes o tamanho da minha, tem uma banheira gigantesca bem em frente as portas de vidro que dá para  o motivo que me fez escolhê-lo, a varanda tem uma piscina privada longe dos olhares de outras pessoas.

— Uau! Agora entendi o que quis dizer sobre não precisarmos de roupa — diz assim que ficamos sozinhos, me fazendo rir levemente — Esse é melhor presente que já recebi, tenho que dizer.

— Que bom que gostou! — o abraço pela cintura — Apesar do presente ser cheio de segundas intenções, já que terei você inteirinho para mim durante esse final de semana e quero fazer muitas coisas — mordo meu lábio inferior enquanto deslizo minha mão por seu ombro — Meu plano é te fazer relaxar bastante pelos próximos dias.