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Meu celular desperta indicando que preciso começar a me arrumar para o ioga e eu gemo de dor ao esticar meu braço para pegá-lo. Maldita hora que deixei que Christopher me arrastar para academia, eu devia ter me mantido firme ontem. Hoje tenho que ir ver o local em que a editora vai fazer minha festa de lançamento e mal tenho condições de levantar. Meu corpo inteiro está doendo, principalmente porque levei Isabelle para andar de patins durante a tarde e passei parte da noite escrevendo.

— Filho da puta — xingo quando ouço a campainha tocar.

Com muito esforço, consigo me levantar e vestir meu robe. Ontem à noite estava sentindo tanta dor depois que saí do banho, quem nem vesti um pijama e dormi apenas de calcinha. Abro a porta séria, hoje realmente não estou com paciência para os joguinhos dele.

— Oi, Christopher! Tchau, Christopher! — tento fechar a porta, mas ele a segura — Sério, Christopher, hoje não!

— Está dolorida, não é? — sorri levemente e suspiro.

— Estou e não estou com paciência.

— Eu imaginei, por isso vim tão cedo. Para te encontrar antes que fosse para o ioga.

— Não pretendo ir hoje... Quero voltar a dormir.

Como se fosse o dono do lugar, ele entra em meu apartamento, fecha a porta atrás de si e segue para a cozinha. O folgado abre minha geladeira, serve um copo de água e volta até a mim, que o olho incrédula.

— Você sabe que não te convidei para entrar, não é?

— Sei — dá de ombros — Toma isso — me entrega o copo e um comprimido.

— O que é isso?

— Apenas um relaxante muscular para aliviar um pouco as dores — suspiro e tomo o remédio sob seu olhar — Vamos, vou te fazer uma massagem — segura meu pulso, me puxando em direção ao meu quarto.

— Christopher, não! — me solto dele, impaciente.

— Dulce, uma massagem vai melhorar, vamos.

Fico paralisada no corredor, mas ele não se intimida com isso e vai para o meu quarto. Espero que se dê conta de que não o estou seguindo e volte, mas alguns minutos se passam e ele não aparece. Respiro fundo, tentando controlar minha irritação e vou atrás dele disposto a colocá-lo para fora nem que seja na base da porrada.

— Christopher, por favor... — um pedaço de pano voa em minha direção e consigo pegá-lo antes que me atinja — O que é isso?

— Seu short de pano, imagino que não deva estar usando nada por baixo desse robe — sorri maliciosamente e seu olhar desce por meu corpo — Veste ele e deita de bruços.

— Christopher, não é uma boa ideia — suspiro — Está vendo que isso não vai dar certo?

— Dul, você está toda dolorida e só estou querendo te ajudar. Amigos ajudam o outro, não é? — o encaro em silêncio — Tudo bem, você quem manda.

Christopher passa por mim e penso em me virar para acompanhá-lo até a porta, mas suas mãos seguram meu ombro, mantendo-me no lugar. Seus polegares apertam os pontos doloridos e solto um gemido de alívio.

— Estão muito tensos, aposto que está escrevendo que nem uma louca essa semana e somando com os exercícios que fez... Tem certeza de que não quer a massagem?

Outro gemido escapa quando sua mão desce por minhas omoplatas pressionando outros pontos. Estou completamente rendida a ele agora. Suas mãos encontram o nó do robe e o abre, sinto sua respiração ficar mais pesada quando suas mãos empurram o tecido por meus ombros e fico apenas de calcinha. Ele tira o elástico que tenho no pulso e junta meu cabelo em um rabo-de-cavalo, amarrando-o em seguida, então me empurra delicadamente para a cama e me deito de bruços.

O vizinho de cimaOnde histórias criam vida. Descubra agora