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— Bom dia, linda — diz apoiando o queixo em meu ombro e um suspiro involuntário me escapa.

— Bom dia, lindo — viro minha cabeça para beijar sua bochecha.

— Onde nós estamos? — aponta para a paisagem.

— Farol da Barra. É lindo, não é?

Nossa vista é da praia mais famosa de Salvador, hoje é domingo e o lugar está lotado, o amar azul brilha de longe. No calçadão, as pessoas caminham, andam de bicicleta e patins, crianças correm, tem pessoas passeando com cachorros. Eu amo essa cidade, já estive aqui algumas vezes para eventos, mas nunca me canso dela.

— Sim e quente, muito quente — rio pelo nariz — Essa é avenida que fica lotada no carnaval?

— Sim! Um dos melhores do mundo, mas é lotado.

— Já veio? — concordo — Com o Paco?

— Sim... Annie, Poncho e Mai também — Christopher fica em silêncio e não insisto, ele precisa aprender a lidar com a insegurança que sente.

— E como foi? — sorrio com a pergunta, me recostando mais a ele.

— Só ficamos três dias, mas foi incrível. A energia do baiano é sem igual. A cidade brilha quando é carnaval.

— Podemos voltar futuramente, se você quiser — concordo e passo meu nariz levemente em seu pescoço — Porque saiu da cama tão cedo?

— São quase nove horas, lindo.

— Mas dormimos muito tarde — mordisca minha orelha e me arrepio.

— Liguei para minha mãe — ele suspira — Não adianta ficar assim, eu precisava fazer isso. Não posso obrigá-la a te aceitar ou gostar de você, até porque, quem tem que gostar sou eu! Não vou aceitar que nos falte com respeito ou te constranja como tem feito.

— Que noiva protetora eu tenho — brinca. Me engasgo com a saliva e acabo me afastando dele quando meus olhos lacrimejam pela tosse — Você está bem?

— Noiva? — ele inclina a cabeça.

— Pensei que tínhamos voltado.

— Sim, acabamos de fazer isso, não significa que estou aceitando o pedido de casamento. Vamos com calma, ok? Não vamos agir no impulso das coisas, meu bem.

Christopher suspira e penso que vai ficar chateado comigo, mas sorri levemente e concorda.

— Só de estarmos juntos outra vez, me sinto feliz. Se quer esperar mais para darmos esse passo, eu entendo — segura meu pulso e me puxa para seus braços outra vez — Eu te amo, Dul!

— Também te amo, Chris! — o enlaço pelo pescoço e o beijo suavemente — Que tal tomarmos um banho e descermos para o café da manhã?

— Minhas coisas ficaram com a Mai.

— Veste a roupa de ontem, depois passamos no quarto dela e pegamos. Eu estou com fome — ele ri pelo nariz e planta um beijo suave em meus lábios.

— Isso não é novidade, lindinha.

— Ei, para de implicar comigo, acabamos de voltar.

— Implicar com você e te irritar é algo que sempre vou fazer, tem que aceitar — rolo os olhos — Agora vamos tomar banho, vem.

— Só banho mesmo, você me deixou dolorida — resmungo quando entramos no quarto e ele ri atrás de mim.

— Você quem disse que eu estava contido demais, amor.

O vizinho de cimaOnde histórias criam vida. Descubra agora