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Em poucos minutos todos estão dentro do carro e Christopher dirige apressado enquanto Luna segura minha mão com força. Bendita hora em que ele me convenceu a vender nossos antigos carros e fazer uma dívida pelos próximos dois anos ao comprar uma minivan com oito lugares e um fundo grande o suficiente para caber minha mala e a dos bebês ou estaríamos indo para o hospital em carros separados e apertados.

Eu ouço Lucas ligando para algumas pessoas, provavelmente avisando o que está acontecendo, mas não consigo entender muito o que ele diz. Estou preocupada por minha bolsa ter estourado tão cedo, a obstetra queria segurar até a trigésima quinta semana para dar tempo de engordarem mais um pouco. Eles estão tão seguros dentro de mim, por que precisam sair agora?

— Dulce, não chora — Luna murmura apertando minha mão e fungo — Fica tranquila, meus irmãos vão ficar bem.

A olho emocionada. Luna, Alexandre e Lucas podem não me chamar de mãe, o que é totalmente compreensivo, mas eles me consideravam assim, tanto que sempre se referem aos bebês como irmãos, nunca como sobrinhos. Passo a mão em minha barriga suavemente e arquejo de dor, quando sinto uma pontada forte em meu ventre que chega a irradiar para minha lombar.

— Ah, Céus! — gemo de dor e aperto o banco com as unhas — Christopher, acelera esse carro!

— Estou indo o mais rápido que posso, amor!

— Não está não! Acelera logo, isso está doendo!

— Calma, amor! Estamos chegando...

— A culpa é toda sua! — grito apertando os olhos com força — Nunca mais vamos transar! Nunca mais!

— O que é transar? — Gael pergunta atrás de mim e suspiro. Preciso me lembrar que tem criança no carro.

— Depois eu te explico, Ga — Alexandre diz divertido.

Quando chegamos a maternidade em que fiz meu pré-natal, já tem uma equipe aguardando por mim com uma cadeira de rodas e rapidamente me encaminham para um quarto com Christopher atrás de mim. As crianças não podem entrar e se despedem de mim com gritinhos de boa sorte. Meu marido me ajuda a trocar a camisola pelo avental do hospital e minha obstetra entra no quarto logo em seguida.

— Dulce, vamos manter o plano inicial da cesárea, está bem? Acho mais seguro como eu expliquei anteriormente.

— Por favor, só me dá a maldita anestesia logo! — peço irritada e ela ri divertida.

— Vou pedir que te levem para o centro cirúrgico.

Eu não sei em que momento Christopher lembrou de ligar para o fotografo que contratamos, mas sei que quando saio do quarto, ele está tirando fotos nossas enquanto outro filma tudo. É um momento que queremos deixar registrado para o resto de nossas vidas.

Entro na sala sozinha acompanhada das enfermeiras enquanto Christopher vai colocar a roupa apropriada para poder ficar comigo. Deito na maca, abrindo meus braços como se estivesse na cruz e fecho os olhos, sentindo aplicarem a anestesia. A dor vai passando rapidamente e quando abro os olhos, Christopher já está ali ao meu lado, usando a toca e a máscara necessária, seus olhos me encaram com tanto amor que sinto que vou explodir de felicidade.

— Vai dar tudo certo, não é? — ele sorri largamente. Não consigo ver seus lábios se esticarem, mas seus olhos se estreitam e brilham ainda mais e isso é o suficiente para mim.

— Vai, meu amor! — apoia a boca em minha testa e sinto seu beijo através da máscara — Preparada para saber o sexo?

— Estou mais ansiosa para saber que estão bem, na verdade — suspiro.

O vizinho de cimaOnde histórias criam vida. Descubra agora