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Paco nos pega de surpresa ao dizer que a data da última audiência foi marcada para início de Janeiro. Ele também está um pouco surpreso com rapidez que as coisas estão acontecendo, esses processos sempre foram lentos e demorados, e eu não estou com um pressentimento muito bom em relação a isso, mas tento não deixar transparecer, porque Christopher está uma pilha de nervos e as crianças começaram a perceber que algo não está indo bem, ainda mais agora que já estão em período de férias.

— Porque o Chris está tão nervoso? — Luna me pergunta depois de vê-lo andar de um lado para o outro enquanto conversa com Paco.

— Alguma coisa do trabalho — forço um sorriso — Já escreveu sua cartinha de papai-noel?

Luna arqueia a sobrancelha e me olha como se eu fosse de outro problema, antes de sorrir debochadamente e inclinar a cabeça.

— Sério?

— Não quer ganhar presente?

— Não sou mais criança, já vou fazer onze anos.

— Seu aniversário ainda é em março e você é criança sim — pincelo seu nariz, o que a faz rolar os olhos — Por que quer tanto crescer? Ser adulto não é tão legal assim.

— Pelo menos vocês não precisam ir à escola todos os dias.

— Você vai estudar e brincar com seus amigos, nós adultos temos que trabalhar e não é tão divertido como pensa.

— Você trabalha em casa, não tem como não ser divertido — rio do seu jeito de falar — Além disso, não tem árvore-de-natal aqui.

— Não? — ela nega.

— Nós ficamos com o tio Victor no natal passado, porque não tinha uma aqui — dá de ombros — Esse ano vamos ficar, não é? Quero passar o natal com você, tio Victor e tia Luci são chatos — faz careta.

— Claro, gatinha! Que tal irmos comprar uma árvore para montarmos?

— Sério?

— Sim, mas você tem que prometer que vai escrever uma cartinha — Luna bufa antes de concordar e não evito o riso.

Christopher ainda vai trabalhar, então peço que Lucas cuide de Gael durante a tarde, já que não tenha condições de ir sozinha com os três para o shopping, ainda mais essa época do ano em que tudo está lotado. Peço que Luna e Alexandre vão se arrumar e vou conversar com Christopher, que está sentado na beirada da cama, com o rosto enterrado nas mãos.

— Ei — ele me olha — Não fica assim, vai dar tudo certo.

— Não estou tão confiante assim.

— Paco disse que esse caso está praticamente ganho.

— Ainda não é certo e você sabe disso — suspira longamente — Estou com a cabeça a mil, nem sei como vou conseguir trabalhar hoje. Já estou com meus artigos no limite do prazo.

Christopher apoia as mãos no colchão e joga a cabeça para trás, mirando fixamente o teto branco do quarto. Mordo meu lábio inferior, tentando pensar em algo que possa fazê-lo sentir-se melhor. Ele sempre consegue me animar de algum jeito e vê-lo nessa situação me deixa com o coração apertado. Caminho até ele e me ajoelho entre suas pernas.

— Vou te fazer ficar mais calmo para o trabalho — deslizo minhas mãos por suas coxas lentamente, fazendo-o suspirar e me olhar.

— As crianças...

— Estão ocupadas se arrumando para irmos ao shopping e a porta está trancada — murmuro, acariciando seu membro por cima do short.

Ele suspira quando me inclino em sua direção e lambo sua barriga lentamente, não demora muito para eu sentir sua ereção pressionando meus seios. Eu não sou a única que me excito com o menor dos toques. Passo a língua ao redor de seu umbigo e desço até sua alcançar sua cicatriz na cintura, quando seus dedos se enroscam em meu cabelo, chupo o local até deixar uma pequena marca vermelha.

O vizinho de cimaOnde histórias criam vida. Descubra agora