capítulo 16 - Não é recíproco

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Na faculdade, começamos as aulas intensivas para o festival dance in the sand. Esse ano as apresentações serão de casais, e quem conseguir passar não saberá quem será seu par até alguns dias antes da apresentação.

- Isabelle, ponta de pé - a professora chama minha atenção.

Acho que nunca estive tão focada como estou hoje, esse festival é tudo o que eu poderia querer. Além de ser um complemento em meu currículo vai ser um experiência e tanto.

Se eu não tivesse o trabalho com certeza passaria o dia todo aqui na faculdade apenas para ficar dançando mas, infelizmente eu tenho que ir embora.

Tiro minha roupa de balé e vou para a lanchonete. Faço tudo o que costumo fazer até os primeiros clientes chegarem.

Me aproximo das duas meninas e anoto seus pedidos e em seguida passo para Paul e me sento perto dele.

- Abriu um barzinho aqui na cidade- Paul diz chamando minha atenção - Não quer ir comigo depois do serviço?

- Ah não sei..

- Vi que você está tensa, seria bom você se distrair - diz - E também poderíamos recompensar aquele dia da praia, Oliver não estaria lá.

Me senti um pouco incomodada pelo jeito que ele disse de Oliver, ainda mais agora que eu e ele estamos bem mas mesmo assim eu concordei.

- Okay - digo e saio dali para entregar os pedidos para as clientes.

🌊🌊

O expediente havia acabado, eu e Paul ficamos responsáveis por fechar a lanchonete.

- Onde que é esse barzinho? - pergunto.

- Não é muito longe, apenas algumas quadras - responde e abre a porta de seu carro para mim.

Alguns segundos depois e ele entra do lado do motorista dando partida no carro.

Nos sentamos em uma das mesinhas que havia perto da parede, o lugar era do estilo retrô. Com alguns quadros de carros e paredes com papel de paredes com textura de cimento.

Não tinha muitas pessoas, apenas alguns casais e dois grupinhos de amigos. O lugar de fato era muito aconchegante e parecia ser muito novo.

- Aqui é lindo - falo depois de um tempo admirando o lugar.

- Sim, é - Paul concorda - O que vai querer beber?

- Pode ser um creme - ele me olha com uma sombrancelha levantada - Não estou afim de álcool hoje.

- Vou lá pedir.

Ele se levanta e vai até o balcão pedindo as bebidas e logo voltando com elas em mão.

- Obrigada - agradeço assim que ele me entrega o copo.

- Posso te perguntar uma coisa? - ele pede.

- Claro.

- Você e o Oliver.. já tiveram alguma coisa? - quase jogo a bebida fora.

- Como assim?

- Alguma coisa além da amizade?

Imediatamente os beijos vieram em minha mente, todos os quatro. Com certeza aqueles foram os melhores beijos da minha vida, nunca imaginei que Oliver era tão bom.

- Não, sempre fomos somente amigos - respondo.

- Desculpa perguntar isso, eu só não gosto dele assim como você - faço uma careta.

Uma banda começou a tocar por sorte, assim fazendo eu ter um motivo para não responder Paul porque eu gosto de Oliver, acho que nunca deixei de gostar.

Acho que todo o "ódio" que tínhamos era apenas um mal entendido que só agora fomos capaz de concertar.

- Quer dançar? - pergunto e Paul abre um sozinho.

- Claro.

Ele se levanta e estende a mão para mim. Caminhamos até onde alguns casais dançavam calmamente. Segurei o seu pescoço e enquanto suas mãos pousavam em minha cintura.

Nos mexiamos de um lado para outro quase não saindo do lugar.

- Você cheira bem - Paul diz perto do meu ouvido.

Ele se afasta apenas para me olhar, eu sabia o que ele queria assim que suas mãos foram para meu rosto mas tinha um problema: eu não queria.

O que adianta beijar alguém que não sinto nada?. Na medida em que ele se aproximou eu virei o rosto, me senti um monstro por isso mas era necessário.

- Desculpa, mas.. - digo envergonhada.

- Tudo bem, Isa - ele diz compreensivo - Não sente nada por mim... - anuo - Eu gosto muito de você, por isso não vou desistir.

Eu sabia que ele gostava de mim mas, será que eu era capaz de gostar dele?

- Acho que vou embora.

- Eu te levo.

O caminho foi totalmente em silêncio extremamente constrangedor, as vezes eu sentia o olhar dele sobre mim e tenho certeza que ele estava querendo que eu olhasse para ele também.

Mas assim que o carro parou eu me despedi sem olhar nos olhos.

Ele ficou lá esperando eu entrar na minha casa mas, algo me chamou atenção: Oliver sentado na varanda de sua casa com as mãos na cabeça.

Sem pensar muito fui até ele. O carro de Paul roncou ao passar por mim mas não liguei ao contrário de Oliver que levantou a cabeça.

- O que está fazendo aqui? - pergunto me sentando ao seu lado.

- Melary me ligou perguntando se eu sabia onde você estava porque ligava para você e você não atendia. Fui na lanchonete e estava fechada igual sua casa, fiquei preocupado e fiquei aqui fora esperando você chegar - diz com alívio em sua voz.

Peguei meu celular e vi as ligações de Melary e Oliver.

- Desculpas, estava no silencioso.

- Tudo bem - ele suspira - Como foi o encontro?

Não consigo não fazer uma careta e consequentemente fazendo o Oliver rir.

- Que pena - ele se levanta - Minha mãe ficou sabendo que está na cidade e quer te ver.

- Estou morrendo de saudades dela - confesso.

- Amanhã vou almoçar lá, se quiser ir - da de ombros.

- Claro.

°°°
Continua...

Não sei vocês.. mas eu particularmente não estou gostando muito dessa história.

Ontem não postei por que dormi de mais kkkkkk

Você De Novo? (Concluída).Onde histórias criam vida. Descubra agora