Depois que todos foram embora da minha casa e eu me encontrei sozinha olhando para o nada resolvi que iria andar na orla da praia.
Peguei meus fones e sai.
A praia como sempre, estava cheia. Algumas pessoas ainda estavam no mar, outras apenas sentadas na areia olhando a vista e já outras estavam jogando algum esporte.
Me sentei em um banco no calçadão e admirei cada pessoa que estava ali, as gargalhadas das crianças invadiram meus ouvidos fazendo meus lábios se curvarem.
Costumava vir aqui e fazer isso quando criança, gostava de ver a alegria de pessoas alheias.
- Sozinha? - olho para o lado vendo Paul que se sentava do meu lado.
- Oi - o cumprimento e volto a olhar para frente.
- Seu aniversário né? - pergunta e eu anuo sorrindo - Pena que não me chamou para a festa - diz com um tom brincalhão.
- Foi Oliver que programou tudo, ele me fez uma surpresa - respondo e o seu sorriso some.
- Não sabia que vocês estavam tão próximos - tiro os fones e dou um mini sorriso.
- Ah... Nunca deixamos de ser próximos - respondo.
- Entendo - Paul respira fundo de relaxando no banco - Gostei de ontem, apesar do ocorrido com um bêbado.
- Eu também - ele sorri.
- Podíamos repetir, né? - pergunta e imediatamente arregalo os olhos dando um sorriso nervoso.
- Claro, vamos marcar - me levanto - Mas já tenho que ir embora.
- Eu te acompanho - propõe.
- Não precisa, Paul. Moro logo ali - ele anui e não insiste.
Ele se despede de mim com um selinho e vira as costas andando.
Retomo meu caminho de volta para casa, com os pensamentos a mil. Por que eu não gostava de Paul? O cara é lindo, engraçado, sabe dançar e... Eu simplesmente não sinto nada perto dele.
Eu devia ter controle sobre meu coração, isso não é justo.
Já próximo a minha casa vejo Oliver arremessando a bola de basquete na cesta grudada em sua parede.
Me aproximo da cerca dele pendurando meus braços sobre ela. Oliver joga a bola umas três vezes e não acerta nenhuma.
- Você já foi melhor.
Ele da um pulo seguido com um gritinho e se vira para mim com a mão no peito.
- Que susto, anjo - ele ri nervoso me fazendo gargalhar - Consegue fazer melhor?
Adoro um desafio.
Pulo a cerca deixando meu celular na grama. Oliver joga a bola para mim e se afasta cruzando os braços em frente ao peito.
- Observe e aprenda - ele revira os olhos.
Costumava brincar de basquete quando criança e não era tão difícil.
Arremesso a bola e fecho os olhos por um instante, quando abro a bola passava no meio da cesta.
- Sorte de principiante - Oliver protesta
- Aceita que eu sou melhor - me gabo pegando a bola novamente.
- Ok, vamos ver então - declara ao se aproximar de mim e pegar a bola batendo ela no chão - Quem tiver mais pontos daqui trinta minutos, ganha.
Sem responder corro até ele tirando a bola de suas mãos e indo até a cesta e fazendo um ponto.
- um a zero - dou pulinhos de alegria.
🌊🌊
Depois de trinta minutos eu me taco no chão em seguida Oliver faz o mesmo. Eu estava morta de cansaço, fazia tempo que eu não fazia isso.
- Você roubou os últimos pontos - ele protesta.
- Não. Eu só aproveitei o seu momento de distração, ninguém mandou olhar para as garotas que passavam - digo.
- Eu não estava olhando para elas - fala como se estivesse constrangido - Só te dei a chance de empatar
- Só não fiz mais pontos porque o tempo acabou - ele ri mas não responde.
O céu já estava escuro iluminado apenas pela lua e pelo os pontinhos brilhantes das estrelas.
Ficamos em silêncio por um tempo, estabilizando nossa respiração e descansando. Quando o silêncio já estava ficando constrangedor, Oliver o quebra.
- Eu senti sua falta - ele releva me surpreendendo.
Me apoio em meus cotovelos para encarar seu rosto e achar algum sinal de deboche ou sacarmo mas não havia nenhum. Ele estava sendo sincero.
- Me desculpa por ter feito sua vida um inferno - ele apoia o cotovelo assim como eu.
- Me desculpa por manchar seu ursinho - peço - Mas, não entendo porque ficou tão bravo comigo.
Ele respira fundo antes de responder.
- Foi o último presente do meu pai - fala.
Sinto meu coração se despedaçar, ele sofreu muito com a perda de seu pai. Oliver era apenas uma criança, não compreendia muito bem por que o pai não iria voltar mais para casa depois que embarcou para uma viagem de trabalho.
Ainda éramos amigos, lembro que fiquei duas horas abraçada com ele apenas tentando acalma-lo.
- Meu Deus, Oliver. Eu não sabia, me desculpa - ele balança a cabeça e sorri sem humor.
- Não foi sua culpa, Anjinha. Mas quando percebi isso, você tinha acabado de entrar no carro para ir embora para Nova Jersey - sinto dor em sua voz - Me desculpa.
Ele abre os braços pedindo um abraço. Sorrio antes rodear sua cintura e encostar minha cabeça em seu peito.
- Também senti sua falta, Oli - admito.
°°°
Continua...
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Você De Novo? (Concluída).
Novela JuvenilDesde de pequena Isabelle sempre soube que o seu lugar era no Coranado, quando ela e sua família se mudaram para Nova Jersey a trabalho Isa prometeu para si mesma que um dia ela estaria de volta. Seis anos se passaram e finalmente ela conseguiu enfr...