Eu não consigo mais olhar nos olhos de Oliver. Toda vez que ele se aproxima eu dou um jeito de fugir.
Ele tenta conversar comigo na faculdade, no trabalho e até tenta arrumar brigas comigo mas sempre o ignoro e sei que ele já sabe que não quero ficar perto dele.
Toda vez que ele se aproxima e me lembro da praia, dos seus lábios nos meus, de suas carícias e de seis olhos brilhando.
Não aguento mais pensar nele.
– Certeza que não quer que eu te acompanhe? – Paul pergunta.
Já se passava das seis da tarde quando o trabalho acabou e ainda por cima estava chovendo, coisa que eu simplesmente morria de medo principalmente quando estava sozinha e de noite, não conseguia racionar quando era noite e chovia o medo era tanto que na maioria das vezes eu ia dormir com minha mãe.
Mas, como estava ainda de dia eu podia suportar o medo.
– É sério Paul, estou bem não precisa – o respondo pegando meu guarda-chuva.
– Okay, mas me manda mensagem quando chegar em casa – anuo e saio da lanchonete.
A chuva estava fraca, mas o vento no entanto estava começando a me dar medo. O guarda - chuva estava começando a entortar e eu já estava quase encharcada mas continuei andando.
Faltava apenas alguns quarteirões quando meu guarda-chuva não resistiu e quebrou me deixando totalmente exposta a chuva. A água fria escorria por meu corpo e eu sabia que provalmente ficaria facilmente gripada.
Não sabia se continua a minha caminhada ou procurava abrigo. Decidi que iria continuar quando ouvi passos rápidos atrás mim, não me ousei a virar para trás apenas comecei a andar rápido, os passos também aumentaram me fazendo correr.
Típica cena de filme de terror, a mocinha estava sendo perseguida pelo psicopata enquanto o mundo se desabava em chuva. Era o meu fim.
– Merda, Anjinha para de correr – assim que ouço eu paro.
Me viro para trás vendo Oliver com a respiração ofegante, ele me olha e caminha até mim com os passos rápidos. Ele aí contrário de mim estava totalmente seco.
– Segura – ele me entrega seu guarda-chuva e tira sua jaqueta colocando por cima de meus ombros.
– Não, não precisa – falo e ele me olha feio.
– O que te deu na cabeça de sair na chuva assim, e se pegar alguma doença? – ele fala parecendo meu pai – Poxa, Isa tem que se cuidar. E se a chuva ficasse pior? Você não tinha medo de chuva?
Não contenho o riso.
– Tenho, mas ainda dá pra ver o sol – dou de ombros e desvio o olhar.
Oliver estava perto demais.
– Por que estava correndo?
Ele pega o objeto de minhas mãos e me abraça de lado mantendo nós dois debaixo da pequena tenda começando a andar.
– Pensei que fosse um psicopata – ele ri e eu me abraço.
Um silêncio constrangedor se forma entre nós.
– Por que está me ignorando? – sua voz transmite frustração.
– Não estou te ignorando.
Sim, eu estou te ignorando.
– Ah não? Por que faz dias que não olha em meus olhos? Não me chinga? Não me bate? Não reclama das músicas? – diz ficando em minha frente ainda nos tampando.
– Estava apenas ocupada – dou de ombros.
– Ok, se não está me ignorando vai assistir um filme na minha casa – arregalo os olhos.
Finalmente olhos nos seus olhos.
– Sabe o que, que é.. – ele me interrompe.
– Não aceito "não" como resposta – diz e eu bufo cruzando os braços.
Me dou por vencida e aceito o convite de Oliver que sorri como o coringa. Ele volta a me abraçar e me acompanha até a porta de casa dizendo o horário para eu ir para sua casa.
🌊🌊
Talvez isso não tenha sido uma boa ideia. Assim que a porta se abriu revelando um Oliver com um conjunto de moletom e com cabelos molhados eu quis dar meia volta e ir para casa. Mas eu entrei.
A chuva havia parado mas ainda sim estava frio.
Me sentei ao seu lado no sofá totalmente desconfortavel, com as pernas juntas e as mãos sobre elas eu estava fingindo que Oliver não estava me encarando.
– Que filme vai ser? – pergunto tentando tirar o clima entre nós.
Me arrependo pois assim que me viro para Oliver , meu olhar vai direto para sua boca tento voltar logo minha atenção para seus olhos rápido mas ele já havia percebido para onde estava minha atenção.
Isso não vai dar certo.
°°°
Continua...
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Você De Novo? (Concluída).
Genç KurguDesde de pequena Isabelle sempre soube que o seu lugar era no Coranado, quando ela e sua família se mudaram para Nova Jersey a trabalho Isa prometeu para si mesma que um dia ela estaria de volta. Seis anos se passaram e finalmente ela conseguiu enfr...