capítulo 17 - paixão de criança

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Hoje eu iria rever tia Lilian, desde que eu me entendo por gente eu a considero como uma segunda mãe para mim.

Ela e minha mãe eram melhores amigas e engravidaram praticamente juntas e consequentemente minha amizade e do Oliver surgiu.

- O táxi chegou - Oliver avisa abrindo a porta de sua casa.

Me levanto do sofá e nós dois caminhamos até o carro que nos esperava. Oliver abre a porta para eu entrar e ele faz o mesmo em seguida.

Ele passa o caminho todo calado, afundando em seus próprios pensamentos. Sua cabeça apoiada na janela mostra que ele não está, em nenhum momento do dia seu olhar foi direcionado a mim e penso nas mil coisas que eu poderia ter feito para isso acontecer.

Por fim, o carro para em frente a uma grande casa branca com colunas enormes em sua faixada. Abro a porta e pulo do carro em seguida Oliver faz o mesmo e faz um sinal para andarmos.

A mulher que bem conheço abre a enorme porta de madeira. Seus cabelos castanhos até o ombro voam com a leve brisa, vejo o garoto ao meu lado respirar fundo quando um homem de cabelos grisalhos mas em muita boa forma abraçar a cintura de Lilian.

- Filho! - ela praticamente de joga nos braços de Oliver me fazendo ver o primeiro sorriso do dia.

- Aí meu Deus, Belle?! - Lilian se vira para mim e me abraça - Saudades de você! Está tão linda.

- Obrigada! Também senti saudades - ela sorri amigável.

- Esse Zack - aponta para o homem que se aproxima - Meu marido.

- É um prazer conhece-la - diz e se vira para Oliver - Bom revê-lo, Oliver.

Oliver apenas balança a cabeça.

- Vamos entrar - Lilian propõe e nós quatro entramos.

Quase que tive que segurar meu queixo quando entrei, na sala havia um conjunto de sofás brancos que com certeza custaram quase um rim e logo atrás uma escada com o corrimão de vidro. Sou guiada até um corredor que dá acesso a cozinha onde um balcão de mármore separava ela da sala se jantar.

Me sentei ao lado de Oliver e de frente para Lilian que estava ao lado de Zack  que estava a frente de Oliver.

- Oliver me contou que está morando sozinha - Lilian comenta.

- Sim, estou morando na antiga casa - respondo.

- Espero que vocês dois não estejam se matando - ela ri quando Oliver revira os olhos.

- Ah! Ela é a garota que quase matava Oliver mas ele era apaixonado? - Zack pergunta me fazendo engasgar com minha própria saliva.

- É ela mesma - é a vez de Oliver engasgar.

- Mãe! Por favor - ele resmunga.

Não consigo conter o riso convencido olhando para Oliver.

- Nem comece - pede em um sussurro.

Levanto as mãos em rendição.

- Querido, me ajude a pegar as bandejas no forno. - Lilian pede e o marido se levanta indo em direção a cozinha atrás da mesma.

Observo os dois, parecem felizes. Desde que o pai de Oliver morreu, tia Lilian se excluiu da vida, não saia, não ria, não se divertia passa a o dia todo em casa.

Olho para Oliver que olhava a cena dos dois na cozinha, os mesmos cochichavam algo no ouvido um do outro enquanto riam, sua mandíbula trava quando Zack puxa Lilian para um selinho.

E foi aí que percebi tudo, Oliver estava com ciúme de sua própria mãe.

Seguro sua mão por debaixo da mesa chamando sua atenção. Ele me olha e se levanta ainda mantendo o contato de nossas mãos.

- Vem comigo? - anuo.

Ele me leva até um porta francesa que dava passagem para o jardim e me conduz até um parte afastada onde tinha uma árvore com um balanço.

Oliver se senta no pedaço de madeira e pede para me sentar ao seu lado, e assim faço.

- Tudo bem? - pergunto.

- Eu sinto falta dele - fala abaixando a cabeça.

- Seu pai? - balança a cabeça concordando.

- Quando ele morreu, eu fiquei apenas com minha mãe. Ela era a única pessoa que estava comigo depois de você - ele respira fundo - Mas depois que você foi embora, eu fiquei sabendo completamente soxinhou com minha mãe até ele aparecer. Ele a tirou de mim e fez ela esquecer meu pai.

Balancei a cabeça.

- Não, Oliver. Não pense assim, Zack não tirou sua mãe de você e nem fez ela esquecer seu pai - digo - Tia Lilian só seguiu a vida dela assim como você precisa seguir também. Ela está feliz e tenho certeza que seu pai está feliz a vendo assim e gostaria de ver feliz em ver a felicidade dela

Ele parecia compreender.

- Tenho certeza que ela ainda o ama. Não a culpe por está bem novamente, ela merece seu apoio e não seu julgamento - ele anui e me abraça.

- Ele deve estar com vergonha de mim - ele funga.

- Não, não... - o afasto segurando seu rosto - Você apenas estava com medo de perde sua mãe para alguém que mal conhece.

Limpei suas lágrimas com as pontas dos dedos.

- Senti falta dos seus conselhos - diz.

Meu coração errou uma batida quando seu olhar foi direcionado a minha boca. Suas mãos foram para meu rosto. Ele queria a mesma coisa que Paul queria ontem mas ao contrário de ontem, eu quero.

Nossos narizes se roçaram um no outro e parece que toda aquela conversa de " isso não pode acontecer" foi jogada pro alto.

Podia sentir seu hálito bater em meu rosto quando ouvi a voz de tia Lilian:

- O almoço está na mesa.

Me afastei rápido e certamente com o rosto corado e com o coração a mil. Eu iria beija-lo pela quinta vez.

Nos levantamos e caminhamos até a porta que dava para a cozinha.

- Espero não ter atrapalhado em nada.

°°°
Continua...


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