Oliver narrando
Ouvi a voz de Isabelle me chamar mas não parei de correr. Eu havia visto tudo desde o início. Tinha acabado de descer do carro quando ouvi Paul se humilhar daquele jeito, por um segundo senti pena dele mas passou quando o vi agarrar ela. Dava pra ver nos olhar de Isa que ela não queria nada com ele mas Paul ainda se deu o trabalho de fazer aquilo.
Corri, mas não porque estava bravo ou algo do tipo e sim porque eu queria dar um gostinho da vitória para Paul para depois puxar seu tapete e também porque sempre temos que aproveitar para pregar uma peça assim que podemos e não havia oportunidade melhor.
Me escondi na escuro na lateral de sua casa e esperei ela passar para a puxar pelo pulso e me encontrar.
Nossos peitos se chocaram e suas mãos foram rápidas em me agarrar.
- Oliver.. - choraminga me abraçando forte como se quisesse nunca mais me soltar.
Seguro seu rosto, em concha. Meus dedos se molham em suas lágrimas que desciam descontroladamente por suas bochechas, como estava escuro não me dei o trabalho de fingir uma expressão de indignação.
- Eu sai por duas horas... - ela balança a cabeça negativamente e enterra em meu peito agarrando minha camisa.
Tento não sorrir, era fofo a forma como ela se importava em demonstrar que gostava de mim.
- Ele me beijou a força, eu nem sequer retribuí. Por favor.. - a afasto o suficiente para olhar em seus olhos - Acredita em mim - suplica.
Eu já não aguentava mais.
Juntei nossos corpos em um beijo desesperado a deixando confusa mas em seguida me retribuindo.
- Eu sei, minha anjinha. Eu vi tudo - seus olhos transmitem confusão.
- Você... - ela se afasta um pouco colocando a mão no meu peito.
- Dois a zero, nunca demorou tanto assim para revidar - zombo.
Sinto a ardência onde ela deixou o tapa.
- Como você faz isso? Eu pensei que você iria me deixa - a puxo de volta rindo - Quase me matou - a abraço depositando um beijo no topo de sua cabeça.
- Vai pra minha casa, ok? - entrego minhas chaves para ela.
- O que vai fazer, Oliver? - pergunta.
- Nada que me faça ir preso - sorrio e me afasto ao ver ela ir em direção a porta dos fundos da minha casa.
Com alguns passos chego na varanda de Isa onde Paul estava com um sorriso vitorioso.
- Era isso que queria, Paul? - me aproximo - Eu vi que você me viu! Era isso? Fazer eu acreditar que Isa não gostava de mim.
Ele ajeitou sua postura como se fosse receber uma medalha.
- Parabéns! - bati palmas - Falhou miseravelmente.
Seu sorriso foi diminuindo aos poucos de seu rosto enquanto o olhar de frustração de assumia.
- Se acha que fazer cena iria te fazer ficar a passo a frente no coração dela, se enganou! Tenho certeza que ela achou aquilo constrangedor pra você! Acredite, acho que te devo obrigado, tenho certeza que a relação que existe entre nós ficou bem mais forte depois do que você fez - sorri abrindo a porta de Isa e pegando a chave para trancar a casa dela.
- Por que? Por que tem que roubar tudo de mim? Eu só queria ela, sempre quis e você sabia - brada - Tudo, tudo o que eu tinha você roubou depois que seu pai morreu, você tem inveja de mim. Tinha inveja das minhas medalhas, prêmios, troféus e da minha família completa e agora teve inveja de Isabelle - sorri balançando a cabeça.
- Eu nunca gostei de você, não via motivos para ter inveja de você. Sobre prêmios e essa baboseira, eu consegui com meu esforço e se eu bem me lembre você que tentava fazer as mesma coisas que eu - ele bufa - E não coloque meu pai nessa história, eu era uma criança quando ele se foi e não tive culpa. Sim, eu merecia ser bajulado um pouco, merecia sim, ter um pouco da atenção que sempre foi sua e eu não a roubei porque depois de um tempo ela voltou a ser sua - dei de ombros.
- E Isabelle? - respirei fundo antes de responder.
- Aceite, Paul. Ela não gosta de você, ela gosta de mim... E pode apostar eu sinto e sempre senti o mesmo por ela só demorei admitir - me virei para ir embora mas retornei - E acho melhor pedir desculpas a ela depois, aquilo foi vergonhoso.
Ele veio como um leão para cima de mim antes de desferir um soco no meu rosto tão forte que me fez olhar para o outro lado.
- Eu te odeio - coloquei a mão na minha bochecha.
- Espero que seja feliz algum dia, Paul - trincou a mandíbula antes de sair de perto dando passos fortes.
Voltei para casa depois de verificar se não havia nenhuma luz acessa na casa dela.
E antes que eu pudesse fechar minha porta atrás de mim eu fui recebido com um abraço forte que não demorei para retribuir.
Ainda abraçados nos conduzi até o sofá e finalmente Isabelle me olhou. Seu olhos se arregalaram.
- O que aconteceu? - seus dedos tocaram delicadamente minha bochecha. Soltei um gemido de dor.
- Não sabia que Paul era tão forte - ri e ela correu para a cozinha voltando em seguida com um saquinho de gelos.
- Não deveria ter voltado lá - disse colocando o gelo com um cuidado imenso sobre minha pele.
Naquele momento, eu sabia. Sabia que eu faria de tudo para tê-la comigo no mínimo a minha vida toda.
- É claro que eu devia - tirei sua mão da minha bochecha e a puxei fazendo a mesma se sentar no meu colo - Será que é possível apaixonar por você de novo?
Ela riu e se soltou do meu aperto que estava em seu braço e voltou a pressionar o gelo.
- Você tem um bom gosto - abracei sua cintura.
- Convencida - ri enquanto aproveitava de seus cuidados.
°°°
Continua...
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Você De Novo? (Concluída).
Fiksi RemajaDesde de pequena Isabelle sempre soube que o seu lugar era no Coranado, quando ela e sua família se mudaram para Nova Jersey a trabalho Isa prometeu para si mesma que um dia ela estaria de volta. Seis anos se passaram e finalmente ela conseguiu enfr...