Eu com certeza não seria aceita. Depois que Oliver e Brian foram embora da lanchonete tudo o que não deveria acontecer, aconteceu.
As outras funcionárias não foram com minha cara e eu derramei suco em uma cliente o que gerou muita atenção.
Minha cara foi no chão quando aconteceu, com certeza ela não irá voltar lá não cedo. Eu espantei um cliente do senhor Davis.
O caminho de casa parecia ainda mais longo, eu estava perdida se não conseguisse arrumar um emprego e teria que voltar para Nova Jersey.
A primeira lágrima caiu ao pensar naquela hipótese, ter que voltar para aquela cidade estava fora de cogitação, não voltaria para um lugar que não me sentisse bem.
Abracei meu próprio corpo enquanto andava pela calçada, já conseguia ver minha casa daqui.
Por mais que Paul tivesse dito que ficaria tudo bem e que Davis não ficou bravo comigo, eu não acreditava. Quem não ficaria bravo por tal coisa?
Ao passar em frente a casa de Oliver, ele estava sentado em um banco que era sustentado por cordas que usávamos de balanço quando éramos crianças. Abaixo minha cabeça tentando passar despersebida por ele.
– Ei, anjinha? – ouço sua voz e logo seus passos em minha direção.
O ignoro e quando eu já estava com as mãos na maçaneta sinto meu corpo ser puxado e logo ser chocado com seu peito.
– Ei, Isa? Olha aqui pra mim – ele pede.
Imediatamente eu me lembro de anos atrás, era exatamente assim que ele me consolava quando algo acontecia.
Uma de suas mãos vão para meu queixo e com as pontas dos dedos ele levanta meu rosto que estava provavelmente banhado de lágrimas e vermelho.
– O que te fez chorar? – pergunta me analisando.
– Nada.
Oliver revira os olhos.
– Qual é?! Te conheço mais que você mesma. Você não choraria por nada – diz me fazendo abaixar o olhar – Finge que ainda somos crianças onde você me contava tudo.
Respiro fundo e ele sorri, um sorriso meigo que eu nem me lembrava.
– Eu sou um desastre – desabafo – estraguei a chance de conseguir um emprego, e se eu não arrumar outro eu terei que voltar para lá.
– Davis não te aceitou na lanchonete? Ele disse que não te quer? – nego
Davis ainda não tinha conversado comigo, apenas disse que era melhor eu ir para casa descansar mas isso foi o suficiente para eu entender o recado.
– Você está sofrendo antes da hora – diz – Sempre teve essa mania.
– Isso não é verdade – me defendo.
– É claro que é, teve uma vez que colocou na cabeça que não ia passar no teste de dança e chocou horrores no meu ombro pra no fim ser aceita no papel principal – rio.
– Mas agora é diferente, Oliver. Não é uma apresentação, é um emprego – dou um passo para trás – Eu precisava dele.
– Tenho certeza que se você de fato perder esse, arrumará outro em seguida. Você é talentosa –ele sorri – Sempre conseguiu o que queria.
Meu celular começa a tocar e estranho quando vejo um número desconhecido.
Atendo.
– Alô?
– Senhorita Isabelle? Aqui é o senhor Davis.
Arregalo os olhos e olho para Oliver.
– ah! Oi senhor Davis. Precisa de algo?
Oliver sorri olhando para mim.
- Apesar dos acontecimentos eu gostei muito do seu trabalho. Se ainda tiver interesse eu te quero como uma funcionária.
– É claro que tenho interesse.
– Que bom, então você já começa amanhã no mesmo horário.
– Obrigada
Desligo o celular.
– O que eu disse? – ele pergunta convencido.
– Okay, talvez eu sofra um pouco antecipadamente – confesso – Não vou voltar para Nova Jersey.
Em meio as minhas comemorações eu o abraço, sem pensar. Só me dou conta do que eu fiz quando sinto suas mãos em cintura enquanto eu estava nas pontas dos pés com meus braços em volta de seu pescoço.
Me distancio um pouco ainda sem graça pela aproximação.
Oliver sorri e uma onda nostalgia me invade. Esse foi nosso primeiro abraço sincero em seis anos.
– Melhor você descansar – diz se afastando – Estou feliz por você.
Ele da as costas e vai em direção a sua casa pegando Tom nos braços e entrando em sua casa.
Entro na minha e por algum motivo sindo que as coisas vão começar a mudar entre a gente.
°°°
Continua..
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Você De Novo? (Concluída).
Ficção AdolescenteDesde de pequena Isabelle sempre soube que o seu lugar era no Coranado, quando ela e sua família se mudaram para Nova Jersey a trabalho Isa prometeu para si mesma que um dia ela estaria de volta. Seis anos se passaram e finalmente ela conseguiu enfr...