Você De Novo? (Concluída).

capítulo 31 - surpresa

Hoje era o grande dia, eu iria finalmente realizar meu sonho de criança e dançar no dance in the sand.

- Você vai arrasar - Oliver disse depois de repassamos a coreografia pela terceira vez.

- Vamos mais uma? - ele riu irônico.

- Nem que me pague, estou morto! - não queria admitir mas eu também estava.

Melary apareceu no meu quintal de repente cantando a música da apresentação e fazendo seus próprios passos. Ri quando ela se aproximou parando em uma posição nada bonita.

- Estava pensando, podíamos fazer uma música para apoiar Isa né? - disse a Oli que estava jogado no gramado - Tipo assim: vai anjinha, vai anjinha e balança sua..

Ela foi interrompida pelo gesto que Oliver fez com as mãos pedindo para ela parar.

- Amei de verdade mas, poupe meus ouvidos - disse em tom zombeiro arrancando um bico emburrado dela.

- Bom, já que ninguém se dispõe - deu de ombros.

- Vai me ajudar com aquilo? - perguntei lançando um olhar que só nós duas ententendiamos.

Ela pareceu entender quando balançou a cabeça discretamente.

- Ajudar com o que? - Oli perguntou colocando os braços apoiando sua cabeça.

- Nada - seus olhos se estreitaram em mim mas não insistiu.

- Vamos? - Melary quebrou o silêncio e pegou minha mão me puxando.

- Ei? Cadê meu beijo de despedida? - soltei-me de Melary e voltei até Oliver que sorriu convencido ao me ver agachar e beijar seus lábios rapidamente.

- Tranca a casa para mim - ele anuiu e finalmente sai de lá.

Entrei no carro de Melary segurando todas as sacolas que tinham algumas coisas como figurinos, maquiagens, produtos de cabelo e corpo.

- Trouxe? - perguntei ansiosa.

- A droga? Claro! Está no porta luvas - zombou rindo.

Abri o porta-luvas e peguei a caixinha de veludo vermelha, a abri admirando o belo par de alianças finas e douradas, sendo que uma tinha alguns detalhes brilhantes.

Já havia meses que eu e Oliver estávamos tendo esses "lance" e poxa ja até tínhamos dito que nos amávamos. Oli, digamos que é um pouco parado em relação a isso, ele diz que iria se declarar para mim primeiro aquele dia da praia mas, duvido muito.

Nós estamos vivendo como se de fato estivéssemos em um relacionamento e pensei que talvez fosse legal oficializar isso.

- Será que não vai estranho? - perguntei, a insegurança tinha vindo com tudo.

- Você não tem culpa de que Oliver é um lerdo - ela riu - Tenho certeza que ele vai amar, além do mais não é obrigação do homem ter que fazer isso. Mulheres estão cada vez mais conquistando seu lugar na sociedade, dando suas opiniões, não aceitando levar desaforo para casa e até pedindo os caras que elas gostam em namoro.

Melary tinha razão. Estávamos no século vinte e um, ter que esperar o homem ter atitude não era necessário mais, eu apenas estava querendo oficializar algo com alguém que amo.

- Se ele não quiser, já sabe né? Cara errado e ainda mais se ele não quiser só porque você está pedindo isso significa que ele seria uma baita de um machista - ela disse séria.

- Sim, eu sei - soltei todo ar do meu pulmão - Só... Estou com medo de me decepcionar eu acho.

Eu tinha criado tantas expectativas em Oliver e imaginado ele como minha outra metade que acho que se ele me decepcionasse eu iria ficar arrasada.

- Oliver é um cara maravilhoso, acho que é capaz dele até desmaiar - ri concordando.

Ele era uma garoto sensível.

Chegamos na casa de Melary onde ela disse que me daria um dia de princesa, com direito a banho na banheira e até massagem.

Ela mesmo fez minha maquiagem - já que a mesma tinha cursos. Vesti minha roupa que seria destinada a primeira dança, era apenas um conjunto todo branco. O foco da atenção seria os passos e não as roupas por isso optamos por roupas claras e sem estampa.
Fiz duas tranças de lado o que serveria para as duas danças.

Já pronta, fomos para a praia onde tudo ia acontecer. Tio Raul e tia Jenna prometeram que iriam mais tarde.

- Ansiosa? - minha amiga perguntou assim que pisamos os pés na areia.

Havia uma tenta enorme na areia e debaixo dela alguns tapetes espalhados pelo chão para a plateia, mais a frente um local reservado para as apresentações, uma faixa no chão demilitava até onde o "palco" ia, a areia foi "penetrada" para não ter risco que algum acidente aconteça durante as apresentações.

Ao lado havia outra tenda só que essa fizeram repartimentos improvisados com lona. Entrei no repartimentos que indicava onde eu teria que deixar minhas coisas e sai para fora novamente.

Algo ou melhor - alguém - pulou nos meus braços, não deu tempo de saber quem é só raciocinei quando vi a pessoa que me fez paralisar.

- Mãe? - Caroline que estava agarrada no meu pescoço me olhou com os olhos marejados - Vocês vieram!

Os duas me abraçaram matando a saudade.

- Não perderíamos por nada!

°°°
Continua...