*Oliver narrando*
- Mais que saco - resmungo ao abrir a porta da minha casa.
Depois do almoço na casa de minha mãe, vimos embora. Eu estava confuso, confuso sobre ela.
Fala sério o que a garota que usava bridão (como eu chamava o aparelho que ela usava) tinha esse efeito sobre mim? Foi só alguns beijos.
Ok, sempre tive uma queda por Isabelle mas pensei que tudo tivesse virado passado assim que ela entrou naquele carro para Nova Jersey. Estava enganado. Não esperava que ela voltasse mais linda e tão confiante e muito menos que beijasse tão bem.
Assim que desci do carro junto com ela, eu o vi. Paul a esperava na frente de sua casa com um buquê nas mãos. Qualquer pessoa sabe que Isabelle não gosta de rosas vermelhas, ela prefere as brancas.
Não me despedi dela. Apenas entrei e casa e me joguei no sofá.
Da minha sala dava pra ver a janela da casa dela, a luz estava acesa e eu podia ver a sombra dos dois fazendo sei lá oque.
Subi para o quarto com Tom no meu colo. Ele tem sido obrigado a escutar todos os meus surtos já que meu melhor amigo está ocupado demais com sua namorada.
- Já sei! Vou ignorar ela - aponto para meu gato que imediatamente para de lamber sua pata - Talvez arrumar alguém.
Eu sei que Tom não entende nada o que digo mas, mesmo assim ele virou a cabeça para lado como se estivesse me julgando.
- Acho que arrumar alguém, não - resmungo.
Se eu ignora-la eu não vou mais pensar em seus anjos macios contra os meus igual estou fazendo agora.
🌊🌊
Dois dias.
Faz dois dias que eu não dirijo a palavra a Isabelle. Talvez ela percebeu o que estou fazendo, ou não.
Faz dois dias que espero ela sair para a faculdade para depois sair. Não passo mais na ala de dança da faculdade e também não almoço mais na lanchonete em que ela trabalha, parece um enfermidade.
Mas, não consigo evitar quando estou no meu quarto ou na varando onde posso vê-la chegando do serviço. Sempre acompanhada.
- Tchau, Paul - ela se despede dele.
Ele se aproxima para um abraço ou até um beijo mas ela é rápida o suficiente para estender a mão. Não contenho o riso.
Me sinto um psicopata.
Já estava escurecendo e o céu estava nublado o que me fazia pensar em Isabelle. Ela tinha medo de chuva a noite principalmente quando estava sozinha.
Precisava esparecer a cabeça. A ideia de ignorar a minha vizinha não estava dando muito certo, afinal não era tão fácil ignorar alguém que mora do seu lado.
Coloquei um shorts e fui correr na orla.
Correr me fazia bem, o ar puro e o barulho das ondas se quebrando era como um relaxante para mim.
A cada passo que dava na intenção de tirar ela da minha mente fazia o efeito reverso. Pois foi bem ali que demos nosso primeiro beijo.
Foi bem ali que me desesperei por ver minha ex e por impulso juntei nossos lábios.
Foi bem ali que toda a confusão começou.
- Ei Oliver - ouço uma voz familiar.
Me viro dando de cara com Stella. O motivo do meu primeiro beijo com Isabelle.
- Oi - falo e tomo um gole de água.
- Como está? - pergunta.
- Bem, e você? - ela da de ombros.
- Nunca mais conversamos depois de tudo o que aconteceu - diz mas sem demonstrar nenhum sentimento - Só queria pedir desculpas. Acho que estava errada quando disse que nunca mais arrumaria ninguém.
Sei do que ela falava.
- Poise - sorrio nervoso.
- É sério mesmo, te desejo toda a felicidade do mundo para você. Fui injusta em te dizer aquilo e por te manter por anos naquele relacionamento - ela suspira - Fico feliz que encontrou alguém, assim como eu.
Um garoto se aproxima dela, ele era bem maior que eu e com certeza se começássemos a brigar ele ganharia.
- Relaxa, Stella - falo - Sem ressentimento.
Ela sorri e eu volto a minha corrida. Mal sabe ela que a garota com quem me viu é a que estou fugindo nesse exato momento.
Devido voltar para casa quando finalmente anoitece por completo.
Assim que chego subo as escadas e tomo um banho antes de comer meu macarrão instantâneo.
Já estava indo para a cama quando a campainha tocou. Pensei em ignorar e fingir que estava dormindo mas, algo me fez caminhar até a porta e abrir.
Encarei a figura de Isabelle com um pijama de um tecido fino segurando um travesso e uma coberta me encarando com um sorriso nervoso.
- Posso dormir aqui? - pergunta e eu arregalo os olhos.
°°°
Continua...
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Você De Novo? (Concluída).
Teen FictionDesde de pequena Isabelle sempre soube que o seu lugar era no Coranado, quando ela e sua família se mudaram para Nova Jersey a trabalho Isa prometeu para si mesma que um dia ela estaria de volta. Seis anos se passaram e finalmente ela conseguiu enfr...