“A vida é uma perda lenta do que amamos.” – Maurice Maeterlinck
Abu Simbel – Represa de Assuã, maio de 2012.
Ghandour permaneceu em silêncio, quando Laura Payton lhe disse que o cadáver era de um homem. Apenas deu meia volta e subiu pelas escadas, sua equipe o acompanhou, fazendo os reféns subirem também.
Malu e Antonia ainda estava desacordadas e foram carregadas para fora da câmara. Assim, que o grupo viu a luz do sol suspiraram aliviados por se livrarem da sensação de claustrofobia do espaço subterrâneo. O corpo de Harold ainda estava lá, com olhos vazios e inexpressivos.
— Quero uma segunda equipe vasculhando cada centímetro dessa tumba, nada poderá escapar dos nossos sentidos. – Laura Payton disse para Welch, que rapidamente delegou as funções da ação.
— Acordem as vagabundas! – Ghandour vociferou.
Os mercenários colocaram as mulheres no chão, Welch pegou um cantil com água gelada e jogou o líquido frio sobre as faces inconscientes. As duas se levantaram quase que imediatamente, estavam com as roupas encharcadas do líquido negro e não eram capazes de se lembrar de nada do que havia acontecido.
— Onde está o amuleto?! – a voz do bruxo era estridente, seu rosto estava avermelhado e na mão esquerda ainda estava arma que matara Harold.
A primeira coisa que Malu viu ao despertar foi os olhos sem vida de seu ex-parceiro de pesquisa.
— Onde está o amuleto? – gritou o homem moribundo.
Ghandour foi até Malu, que ainda estava se acostumando a luz do sol, e puxou a jovem mulher pelos cabelos curtos.
— Agora eu sei que ambas possuem conexão com a linhagem de Kytzia, mas eu só preciso de uma. Então, Antonia me diga onde vocês viram o amuleto. – ele pressionava a arma na nuca se Malu.
— Eu não sei onde está, a última coisa que vi foi a câmara subterrânea. – respondeu nervosa com a ameaça sobre sua irmã. – Eu juro.
— E você? Viu algo? – puxou a cabeça de Malu para atrás, fazendo-a encarar seus olhos.
— N-não, não... – ela soluçava entre as palavras.
— Se eu descobri que vocês estão mentindo, vou arrancar as mãos das duas. – a promessa parecia séria. – Coloquem todas nos ônibus.
Naim se aproximou de Malu, ajudando a moça a se levantar.
— Você está bem? – perguntou o jovem, tirando do bolso um lenço para ela limpasse o rosto sujo.
As mãos dos dois se tocaram, Malu sentiu uma presença se materializar ao seu lado. Não tinha força para olhar diretamente para figura, vendo apenas de forma periférica. Aparentemente, Naim não conseguirá sentir a entidade, já que mantinha o semblante normal.
“ — Está me ouvindo? – era Isis quem falava.— Estou. – era tudo que conseguia falar.
A entidade tocou a mão da humana, que sentiu sua matéria rarear até não sentir mais nenhuma parte do seu próprio corpo. Era como se tivesse sido teletransportada para outro espaço e tempo.
— Consegue ver? – Ísis questionou.
— Sim.
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LINHAGEM [CONCLUÍDA]
Historical FictionEm 2526 a.C., a Quarta Dinastia Faraônica reinava próspera e plena no Antigo Egito. Sob a proteção dos deuses, a realeza desfrutava de uma realidade luxuosa, enquanto servos se sacrificavam para atender os caprichos dos nobres. Até que uma mulher, t...