Interesse

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO X – ESPIONAGEM DE OUTUBRO

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CAPÍTULO X - INTERESSE

A grande noite do cassino havia chegado e a tripulação do luxuoso cruzeiro Seven Seas Explorer não poderia estar mais eufórica. Para todo lado que olhasse era possível encontrar pessoas apostando, jogando e consumindo uma quantidade absurda de álcool. Era um ambiente fascinante e brilhante, estrategicamente construído para inspirar jogadores a apostarem e perderem seus dinheiros em jogos de azar.

Sara e eu andávamos pelo lugar cumprimentando alguns conhecidos que fizemos durante as atividades do cruzeiro, enquanto procurávamos pelos membros da HYDRA. E eu não poderia estar mais encantado pela beleza de Sara do que naquela noite. Ela naturalmente já é uma mulher radiante, mas usando o vestido longo vermelho de fenda que exibia suas belas pernas e um decote generoso que destacava suas belas curvas, acrescentando seus cabelos loiros ondulados e jogado todo para o lado, exibindo a pele macia e convidativa de seu ombro e as costas nuas, ela parecia uma verdadeira deusa.

Observo-a pelo canto do olho, conversando com o barman, fazendo seu pedido, completamente indiferente aos olhares de desejo que recebia dos homens ao seu redor e de incômodo das mulheres que os acompanhavam. E de alguma forma, eu me sentia orgulhoso por saber que era o único que poderia desfilar pelo salão do cassino de braços dados a linda mulher.

Sorrio discreto e bebo um pouco do meu drink. Eu não podia exagerar. Na noite anterior, eu havia cometido muitos erros e sabia que boa parte da minha incapacidade para controlar meus sentimentos e impulsos era por culpa do meu exagero ao consumo das bebidas alcóolicas oferecidas durante o baile à fantasia.

Ao pensar sobre o dia anterior, eu não sabia bem como descrevê-lo. As lembranças invadiam a minha mente de maneira caótica. Eu nem mesmo sabia como definir tudo o que havia acontecido. Como um adolescente descobrindo o mundo, eu me sentia confuso, despreparado e inseguro.

A primeira vez que eu beijei Sara havia sido impulsivo e sem qualquer explicação. Eu simplesmente estava irritado e frustrado com a dança provocante da loira com o idiota do Lex Luthor, e me deixei levar pelo desejo que eu sentia naquele momento para experimentar os lábios da agente da CIA que tanto confundia meus pensamentos.

Na segunda vez, foi Sara quem tomou a atitude. Tudo para garantir a segurança da missão. Como esperado da agente incrível que ela, a garota conseguiu ler o ambiente e, mesmo sob efeito do álcool, criou um cenário onde Ophelia não nos interrogaria nem mesmo desconfiaria de que estávamos espionando sua conversa com Lex Luthor.

Assim como Sara planejou, enquanto nos beijávamos intensamente, quase como animais famintos, Ophelia nem mesmo perdeu tempo em ficar nos encarando e seguiu seu caminho em direção a seu quarto que ficava do outro lado do navio. E sendo sincero, eu nem mesmo prestei atenção no que acontecia ao nosso redor.

Foi Sara quem percebeu primeiro que Ophelia já havia ido embora e interrompeu aquele beijo que começou a ficar mais quente que o necessário. E assim, envergonhados demais para conversar sobre o que havia acontecido, seguimos para o nosso quarto, conferimos a segurança da suíte, tomamos banho e formos dormir.

Talvez fosse o cansaço pelas noites mal dormidas ou o efeito do álcool em excesso, mas o fato é que há três anos eu não dormia tão bem como noite passada. Não houveram pesadelos ou lembranças da morte de Mick. Nem mesmo ao acordar, o sentimento de perda ou culpa assumiu meu coração, algo que acontecia desde aquela maldita noite em Londres.

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