Alternativas

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO X – ESPIONAGEM DE OUTUBRO

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CAPÍTULO XVII - ALTERNATIVAS

Um barulho alto, agudo e constante ecoa próximo aos meus ouvidos, ocasionando em uma dor torturante em mim. Acordo assustada, mas imediatamente arrependo-me de abrir meus olhos assim que sinto a forte claridade contra meus olhos. De olhos fechados e ainda atordoada, tento recordar onde eu estava e o que havia acontecido, mas era difícil conseguir pensar em alguma coisa com aquele som ensurdecedor em minha cabeça.

Respiro fundo, mas até mesmo os fios de meu cabelo pareciam doer. Eu me sentia fraca como há anos eu não me sentia. Tento me mexer, mas minhas mãos e penas pareciam estar presas a correntes apertadas que machucavam a minha pele e me causam uma forte angústia. Imediatamente, abro meus olhos e, aos poucos, tento me acostumar com a forte luz em mim.

Surpreendo-me ao notar que minha cabeça estava presa no momento em que tento olhar em voltar para descobrir a minha localização. No entanto, de frente para mim, havia algumas máquinas e tubos de ligação que pareciam trabalhar freneticamente. Movo meu olhar pelo espaço que estou para tentar encontrar algo que pudesse servir como dica para informar meu paradeiro.

Pelo que tudo indicava, eu estava no andar mais subterrâneo do navio, ao lado do maquinário responsável pelo funcionamento do transporte. Sendo assim, mesmo que eu gritasse, dificilmente eu seria ouvida pelos outros passageiros e ou os outros funcionários do hotel.

No entanto, esse fato estava longe de ser o mais importante naquele momento. Novamente tento me mover e noto que estou presa a uma espécie de cadeira elétrica, onde até mesmo minha cabeça estava presa a grossas faixas e correntes. Diferente dos outros andares do navio, naquele em específico era possível sentir a força do impacto entre a embarcação e a água, conforme seguia pelo mar, deixando-me um pouco enjoada.

Como se não fosse o suficiente, minha cabeça latejava de forma intensa, impossibilitando que eu conseguisse raciocinar com clareza sobre a situação em que eu me encontrava. Respiro fundo mais alguma vezes, procurando organizar todas as informações que invadiam minha mente como uma avalanche, enquanto minha cabeça doía cada vez mais.

Lembranças de tomar o café da manhã e seguir o Arnim Zola começam a surgir como flashes em minha cabeça. Lembro de entrar no spa do navio e ser levada para uma sala, onde eu receberia uma massagem relaxante. Invento uma desculpa qualquer para que a funcionária que me acompanhava me deixasse sozinha para que eu pudesse avisar Leonard que eu havia perdido o geneticista de vista. Assim que ela deixa o quarto, procuro pelo meu celular, mas não o encontro nos bolsos do roupão onde eu havia deixado anteriormente.

E então... Ophelia aparece. A ex-agente da CIA havia descoberto a minha identidade e me ataca de forma surpresa. Apesar de conseguir me sustentar por algum tempo, a mulher consegue me fazer abaixar a guarda e injeta algo em meu braço que me impede de me mexer. Eu não fazia ideia do que ela havia me dado e nem quanto tempo havia se passado desde que tudo aconteceu, mas eu ainda sentia os efeitos colaterais daquela droga em meu corpo.

Era como se eu tivesse voltado há dez anos atrás, onde eu estava sempre fraca e com dores no corpo. Minha cabeça pesada e a respiração cansada. As faixas da cadeira impedindo meus movimentos e maltratando a minha pele, o forte cheiro de fumaça e o alto barulho das máquinas que moviam o navio tornavam a fadiga que eu sentia ainda mais intensa.

Respiro fundo algumas vezes, tentando usar as forças que ainda me restava para escapar, mas eu estava fraca demais até mesmo para me mover. Por estar com a cabeça limitada a movimentos, tento usar meus outros sentidos para ter certeza de que estava sozinha, mas novamente, o ambiente em atrapalha por completo.

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