Chance

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO X – ESPIONAGEM DE OUTUBRO

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CAPÍTULO XXII - CHANCE

Porto era um lugar incrível. Cidade costeira do noroeste de Portugal, não há quem não se encante por suas belezas culturais e arquitetônicas. As paisagens eram de tirar o fôlego e seus vinhos são uns dos melhores do mundo. Em dias comuns, eu adoraria relembrar todos os encantos da cidade portuguesa que tive a oportunidade de conhecer alguns anos atrás.

Solto um gemido baixo ao sentir um enfermeiro aplicar medicamento no corte em minha boca e observo a equipe antibomba de Porto entrar no navio depois de todos os passageiros e a tripulação terem sido retirado local como medida de segurança para o manuseio da perigosa bomba que ainda estava a bordo.

Enquanto isso, os corpos de Lex Luthor e Ophelia Sarkissian são levados pelo IML para ser realizada a perícia em seus corpos. A imprensa já havia chegado ao local e não parava de fazer perguntas e tirar fotos, atrapalhando a passagem da polícia. O caos havia se instalado pela cidade, todos ansiando para entender o que havia acontecido, algo que jamais aconteceria. O FBI e a CIA não estavam dispostos a explicar todos os problemas que envolveram essa missão.

Os agentes especiais Hillary e Steve, foram levados para o hospital para examinarem os ferimentos causados por Ophelia. Felizmente não corriam risco de vida, mas por serem rostos conhecidos e agentes especiais, eles não poderiam ter sua identidade revelada ao público ou jamais voltariam a realizar missões disfarçados para a CIA.

Sara apertava o relicário com a foto de sua família e permanecia quieta ao meu lado, assistindo à movimentação no navio com os olhos perdidos em pensamentos. A equipe médica já havia cuidado de seus ferimentos e ela agora descansava. Havia sido uma semana desgastante e torturante. Eu esperava nunca mais passar por uma experiência tão estressante quanto a que vivemos.

- Prontinho. – Anuncia a enfermeira que cuidava de meus ferimentos assim que coloca o curativo no corte em minha boca. – Evite fazer muito esforço e tente descansar. Tome os remédios receitados por sete dias e troque os curativos pelo menos duas vezes por dia. É possível que você sinta muito sono depois de tomá-los, então evite dirigir por esses dias.

- Obrigado. – Agradeço a enfermeira e ela assente, antes de se afastar.

Viro-me para Sara e coloco minha mão sobre a livre dela. A mulher me encara assustada, mas não demora a amenizar sua expressão e aproximar de mim. Estávamos sentados na parte de trás da ambulância, protegidos dos flashes incessantes da mídia e de toda a movimentação dos moradores da região com os passageiros do cruzeiro Seven Seas Explorer.

- Você está bem? – Pergunto, observando os curativos em suas mãos e no ombro. Ela suspira e encosta a cabeça em meu ombro. Passo meu braço com cuidado pelos seus ombros e deixo um beijo em sua testa.

- Eu não sei. Essa provavelmente foi a missão que mais me sugou física e mentalmente. Eu achei que estivesse pronta para lidar com Vandal e que poderia encontrar uma forma de acabar com a HYDRA, mas parece que eu estava apenas sendo ingênua. Por minha culpa, Vandal desapareceu, três dos cinco membros da HYDRA estão em alto mar junto a uma possível bomba que usarão na conferência internacional para matar centenas de chefes de estado e acabamos revelando nossa identidade. Se eu tivesse tomado mais cuidado ou...

- Não vou deixar que leve toda a culpa sozinha. Eu era o seu parceiro nessa missão. Deveria ter sido mais atento e cuidado melhor de nossos disfarces, mas eu acabei me deixando levar pelos meus sentimentos. Sinto muito por não ter sido o apoio que você precisava. Eu não consegui te proteger e você acabou se ferindo. – Lamento e ela dá uma risada anasalada e puxa meu rosto, dando um selinho demorado em meus lábios.

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