Capítulo 5 Demasiada dor

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Uns minutos depois, Rafaela estava a porta do prédio de David e carregou no botão do seu andar, o porteiro pediu para ela entrar e se dirigir a primeira porta a entrada do prédio. Na sala principal, estava um homem que Rafaela sabia que era o porteiro do prédio e Tomás, o guarda costas de David.

-Boa noite, senhora – disse Tómas.

-Boa noite, Tómas – disse Rafaela – Eu sei que é tarde, mas gostaria de falar com o David.

-Isso não é possivel – disse o outro homem – O senhor David pediu para não deixar ninguém entrar.

-Eu queria fazer-lhe uma supresa – disse Rafaela sorrindo para Tomás.

-Eu percebo menina – continou o homem – Mas o senhor David disse que nunca mais podia entrar alguém sem a sua autorização, muito menos de surpresa e sem avisar.

-Talvez se falar com ele, ele mude de ideias – tentou Rafaela.

-O senhor David pediu para não ser interrompido – explicou o homem – Talvez possa voltar amanhã.

-Tem calma Lopes – disse Tomás – Peço desculpa menina Rafaela, mas desde a ultima supresa do menino Tiago, ganhamos um enorme raspanhate e nao podemos deixar entrar ninguem, a menos que seja uma emergencia.

-Eu percebo Tomás – disse Rafaela com cara de despontada – Só queria deixar-lhe a minha prenda de natal. Mas eu posso voltar depois.

-Na verdade menina, talvez me faça um favor em subir e falar com o senhor David – disse Tomás, com ar de preocupado.

-Mas eu pensei ... – tentou perceber Rafaela.

-Sim, a verdade é que me irei por-me em muitos perigos ao deixa-la entrar – explicou Tomás – Mas a verdade é que estou preocupado com o senhor David, chega todos os dias do trabalho e bebe até cair para o lado e receio que algum dia via longe demais e acabe por se magoar. Nós conseguimos ouvi-lo a partir coisas, mas estamos proibidos de subir para verificar se está tudo bem e por isso, gostava de lhe pedir para ir verificar se estava tudo bem. Mas aviso-lhe a casa deve estar um caos, ouvimos muita coisa a partir e a meia hora silêncio total, por isso estamos preocupados, porque nunca ouvimos silêncio antes, normalmente só o som de coisas a partir.

-Ele bebe até desmaiar e parte o apartamento, todos os dias? – perguntou Rafaela, espantada e preocupada.

-Sim, nos últimos meses quase todos os dias – respondeu Lopes – Estamos tão preocupados com o senhor, que não sabemos o que fazer.

-Eu subo, então – disse Rafaela valente.

-Obrigada menina! – agradeceu Tomás – Fico-lhe a dever uma.

-Na verdade, eu é que lhe fico a dever muitas – disse Rafaela, antes de entrar no elevador.

Quandos as portas do elevedor abriram no andar de David, Rafaela olhou a volta e viu um monte de coisas partidas, atiras ao chão e bastante vidro no chão, mas não conseguia encontrar David. Rafaela concentrou-se e procurou-o no andar de baixo, mas não o encontrou, subiu assim ao segundo andar e foi aí que ouviu alguém gritar.

-Porque me abandonaste outra vez? – gritou David.

Mas os gritos deles eram baixos e mal se ouviam, pareciam vir do quarto dele, mas ao entrar ele não se encontrava lá, Rafaela voltou-se a concentrar e percebeu que o som de algo a partir, vinha do armário que David tinha mandado fazer para ela, abriu as grandes portas de madeira e ouviu algo a bater contra a parede do armário, quase em sua direção.

-Eu disse que era proibido subir a esta hora – berrou David, dentro do armário.

David saiu zangado do armário e congelou quando viu que era Rafaela que lá estava e não uns dos seus empregados.

-Rafaela? – disse ele gagezando – És mesmo tu?

-Não estás a alucionar – disse Rafaela, zangada – Mas o que raio se passa contigo?

-O que achas? – perguntou ele – Estou estragado, tu estragaste-me quando me partiste mais uma vez o coração.

-Estás a por a culpa disto em mim? – perguntou ela, zangada – Achas que só porque acabamos, deves beber até desmaiar e partir tudo em tua casa?

-É a única maneira! – disse David, tentando andar em sua direção, mas caindo ao chão.

-A única maneira de que? – perguntou Rafaela, ajoelhando-se e ajudando-o a levar.

-A única maneira de te esquecer e de parar com a dor – respondeu ele, olhando para ela diretamente para os seus olhos.

-Não me parece que é um medicamento muito eficaz, porque destróis a casa cada vez que o tomas – disse ela, acariciando o seu rosto – Não podes fazer isto a tua vida, tens uma linda vida pela frente.

-E o único medicamento que resultae para além disso, nada que eu parta é único, com a excepção do teu coração.

Rafaela ajudou-o a levantar e deitou-o na cama.

-Não podes fazer isto a tua vida, tens de me deixar para trás – disse ela, com um olhar de pena.

-Não posso Rafaela! – disse ele, olhando para ela com lágrimas nos olhos - Demorei um ninuto a apaixonar-me por ti, mas irei demorar a vida toda a esquecer-te. Lembraste? Amo-te para sempre e muito mais.

-Quem me dera que não pensasses assim.

Rafaela ajudou David a tirar a camisa branca cheia de sangue e foi nesse momento que reparou que ele se tinha cortado na mão, outra vez. Rafaela foi buscar os primeiros socorros, e desinfectar a ferida, colocandonum penso enorme por cima desta,em seguida deitou na cama e deu-lhe um beijo na cabeça.

-Não podes continuar com esta vida – disse ela, olhando para ele e levantando-se para se ir embora.

-Fica! - suplicou ele – Só hoje, preciso de ti.

Rafaela não sabia o que fazer, tinha medo que ele continuasse a beber se fosse embora e se magoa-se mais do que um corte na mão.

-Só se me prometeres uma coisa – disse ela aproximando-se dele.

-Acho que não estou num estado de te seduzir, por isso não tens de te preocupar com isso.

-Não é isso – explicou ela – Promete-me que vais parar, promete-me que não vais mais beber até cair.

-Eu prometo - disse ele por fim.

E nesse momento Rafaela deitou-se ao lado de David, enquando este adormeceu suavemente, pensando na possibilidade de ter cometido o maior erro da sua vida.

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