Jiyong
Quando cheguei ao Brasil estava bravo, me sentia sozinho, não confiava em ninguém. Eu achava que tudo bem ser assim, que era normal. Havia feito um trato com meu pai, eu aceitava o noivado com Mina, e eles me liberavam para passar alguns meses no país que foi da minha mãe. Eu tinha perguntas, e esperava encontrar respostas. Passei muito tempo estudando a língua dela, mas quando descobriram, tentaram me parar, minha avó chorava e dizia que eu queria deixá-la, que ela não viveria sem mim.
Eu me lembro da minha mãe... pouco, mas me lembro. Consigo lembrar da Hanna correndo pela casa e mexendo nos meus brinquedos, lembro dela agarrada a minha mãe. E me lembro da minha mãe cantando uma música para mim antes de dormir... não eram músicas de ninar, eram músicas que ela gostava e cantava baixinho, as vezes fazendo apenas o som delas, enquanto acariciava meus cabelos. Apesar de serem boas lembranças, me causavam dor. Ela me deixou. Eu me lembro dela tentar me levar, e eu não quis ir, achei que se eu não entrasse no carro com ela, ela ficaria. Mas não foi o que aconteceu. Minha mãe foi embora, me lembro dela chorando e me chamando, e eu olhei para trás quando entrei no carro do motorista e pensei: "Ela vai estar em casa". Ela não estava... e eu nunca mais a vi.
Certa vez recebi uma ligação dela, atendi escondido, ela me disse que nunca me deixaria, e que faria de tudo para que eu estivesse com ela. Disse que assim que deixasse Hanna segura, ela voltaria pra me buscar. E eu acreditei. Mas ela nunca mais apareceu, e descobri sobre sua morte muito tempo depois, quando minha avó fez um altar para Hanna em uma sala perto da sala de estar. Fiquei parado olhando para aquela foto por duas horas, e senti raiva por ninguém me dizer nada.
-Jiyonga... o que faz aqui meu pequeno? -minha avó se aproximou e eu a encarei.
-O que aconteceu com Hanna?
-Bem... Hanna...-vi minha vó baixar um pouco a guarda. E a voz ficar trêmula.
-Sua mãe tirou ela da gente... e por causa dessa atitude irresponsável, isso matou sua irmã. -meu pai entrou na sala e disse aquilo com facilidade... sem pensar em como eu poderia me sentir... nem em nada.
-Young-hwan -minha vó o repreendeu e me lembro de apertar meus dentes e meus punhos.
-Quero a minha mãe! -disse pela primeira vez desde que ela havia ido embora.
-Sua mãe morreu junto com sua irmã... ela te abandonou, nunca quis você... para de chorar e esquece dela. -ele diz e sai daquela sala.
-Querido... seu pai está nervoso... -minha avó tentou se aproximar e eu corri para meu quarto. Não queria ouvir ninguém... não queria saber de ninguém.
Chorei por vários dias, meu pai proibiu que qualquer um falasse da minha mãe comigo, e o nome dela estava vetado de qualquer assunto na sala. Tentei aprender a falar a língua dela, para me sentir mais próximo dela, e guardei uma foto dela onde eu estava em pé ao seu lado e Hanna no colo dela. Estávamos os quatro juntos, e ela sorria. Hanna era um bebê. Eu não me lembrava mais do sorriso dela. Em algum momento ele se apagou. E eu percebi, quando cresci, que eles apagaram o sorriso da minha mãe. Conforme eu crescia, mais e mais regras, jantares, escolas e cobranças. Eu seria o herdeiro, então eu tinha que ser o melhor. Nenhum amigo era bom o suficiente. Eu não podia escolher uma namorada se a família dela não fosse aprovada. Não podia falar com os empregados. Era muito não. Escolhi ir para o exército assim que terminei a escola, e experimentar aquela paz e trabalhar sem ter ninguém me dizendo como agir e com quem conversar foi algo incrível. Quando saí de lá, aproveitei que eu era bom com músicas e estudei para usar aparelhos e ser DJ. Meus amigos foram me indicando para baladas de alto nível, para que não soubessem quem eu era, passei a usar o nome GDragon nas apresentações. E ganhei visibilidade e espaço. Depois de dois anos já havia ganhado um bom dinheiro, e passei a aparecer em algumas fotos, para isso, usei um pouco da imagem de herdeiro. Consegui um bom dinheiro para aparecer em algumas revistas usando marcas famosas. Enquanto ganhava dinheiro, investi um pouco em alguns lugares com alguns amigos, um pouco com um amigo que sempre esteve ligado com a música e tentou a sorte criando uma pequena gravadora independente, eu entrei com boa parte do dinheiro e deixei ele cuidando da burocracia. Outro amigo tinha herdado do pai algumas boates, investi um pouco de capital com elas e virei sócio. E assim fui investindo cada real, para que não ficasse em minha conta e meu pai pudesse rastrear e tentasse me sabotar. Era um plano para minha liberdade.
-Você precisa me ajudar! -Mina e eu éramos amigos de infância. Sempre estivemos juntos e eu não precisava fingir perto dela.
-Estou tentando me libertar dessa palhaçada toda Mina.
-Oppa... precisa me ajudar... eles querem me deixar noiva de um cara totalmente idiota. -ela disse furiosa e cruzou os braços irritada.
-Você vai conseguir afastar ele... faz seu show de garotinha mimada que ele foge. -sorri e pedi uma bebida ao garçom.
-Diga que estamos namorando. -ela diz e junta as sobrancelhas.
-Enlouqueceu?
-Até eu ganhar um tempo... e acalmar meu pai... por favor!
-Não!
-Isso vai te ajudar... ninguém vai te perturbar...- ela diz e sorri -Ou você está apaixonado por alguém?
-Pra que? Isso só traz dor de cabeça.
-Nunca se apaixonou?
-Não... e nem tenho intenção. Tenho muito o que resolver.
-Então... você me ajuda e eu te ajudo!
-Mina...-esfrego meu rosto e encaro ela. -Vamos dançar, esquece isso. Digo e pego a bebida que o garçom colocou na mesa e bebo uns goles. -Vamos dançar. -digo e sigo para a pista.
Naquele fim de semana, meu pai disse que a filha de um amigo gostaria de me conhecer, e que eles marcaram um encontro. Nós discutimos e eu disse que não iria conhecer ninguém, meu pai tentou de todas as maneiras fazer os jogos dele e pressionar, ameaçou cortar os cartões e a vida "boa" e eu não podia me dar o luxo de deixá-lo saber que eu já estava ganhando meu próprio dinheiro, que era colocado na conta de um grande amigo.
-Eu estou namorando! -digo no jantar, depois da discussão que tivemos.
-Com quem? Sabe que essas garotas querem apenas seu dinheiro. -meu pai diz e eu dou uma risada sarcástica.
-Mina. Acho que a filha do dono de uma rede de shoppings não precisa se preocupar com o meu dinheiro. -digo e minha vó sorri.
-Ela é uma garota linda e muito bem escolhida! -ela se dá por satisfeita e continua comendo. -Precisamos fazer um almoço e convidar a família dela pra vir aqui... meu neto tem um gosto melhor que o pai. -ela diz e respiro fundo. Passei a vida ouvindo esses comentários. Bato a mão na mesa e todos me olham.
-Já disse que odeio que falem da minha mãe. Digo e ela apenas continua comendo. -Perdi a fome. Saí da mesa e fui para meu quarto. E assim, Mina e eu começamos esse namoro, para que nossas famílias nos deixassem em paz. Ela era modelo e viajava muito. Eu era um bom namorado e não me importava com isso. Algumas vezes usávamos essa desculpa e ela me ajudou a viajar para vários lugares enquanto eu tocava nos maiores clubes.
-Você não pode viajar! -meu pai estava irredutível. -Precisa tomar conta dos negócios, chega de ser criança e aprenda seu lugar na empresa.
-Quero conhecer o lugar que minha mãe nasceu!
-Pra que? Ela te abandonou!
-Quero visitar o túmulo dela e da minha irmã!
-Não!
-Eu vou pai... estou apenas comunicando!
-E sua namorada? O que acha disso?
-Mina me apoia.
-Esse namoro já se estendeu muito... não acha?
-Não!
-Te ajudarei a ir para o país de sua mãe, te darei assistência, pagarei por um intérprete, pra te ajudar na língua, e te colocarei em um de nossos hotéis... mas tenho uma condição.
-Sabe que posso ir sozinho, sem sua ajuda.
-Com minha ajuda vai saber onde ir... sem ela não vai fazer idéia de onde sua mãe é. -ele diz e senta-se na mesa.
-Está me chantageando?
-Estou negociando... será algo comum para você!
-Você é...
-Cuidado com o que vai dizer. -Ele diz e eu sorrio.
-Eu entendo porque minha mãe quis fugir daqui com tanto desespero.
-Você é ingrato igual a ela. Não sabe cumprir seus compromissos e quer uma vida fácil demais!
-O que quer que eu faça para me dizer onde encontro minha família?
-Sua família? -ele diz e levanta uma sobrancelha.
-Seja direto... em negociações, não se deve dar tantas voltas. -digo e ele sorri.
-Fique noivo, e quando voltar se case e venha trabalhar comigo. Chega dessa sua brincadeira de viajar e conhecer o mundo! Deixei você livre desse jeito para não ter arrependimentos. É mais do que eu tive Jiyonga... muito mais do que me deram.
-Você aceitou essa vida!
-Isso chama-se responsabilidade. Se eu não assumir esse papel e fazer o que é preciso... o que acontece com a empresa? Com nossa família? Com todas aquelas pessoas que dependem de seus trabalhos para seus sustentos?
-E seu luxo não é?
-E seu luxo! -ele diz e eu apenas me calo.
-Certo... fico noivo... e quando voltar... a gente conversa sobre a empresa. -digo e ele assente.
-Vou marcar um jantar de noivado. Depois, preparamos tudo para sua viagem.
E assim fiquei noivo. Foi feito uma festa de noivado, paramos na capa do jornal, e aquilo virou um evento social. Eu não sabia como sairia disso depois. E sem pensar agi por impulso, sabendo que causaria uma briga entre as famílias e deixaria Mina em uma péssima posição!
Consegui o contato de Kim, o contratei para me ajudar e foi difícil estar com ele, pois sabia que foi lá, e com essa família que minha mãe esteve antes de morrer. Fingi não entender nada de Português no início, e aos poucos fui mostrando que sabia. Passamos a estudar na biblioteca, e lá observei uma garota um tanto curiosa. As vezes eu a pegava me olhando e eu achava graça. Um dia, cheguei para a aula e ela estava com a cabeça apoiada na mesa. Dormindo. Eu a olhei por alguns minutos e fiquei curioso por saber seu nome e sua história. De repente eu queria saber mais sobre ela. Então ela acordou e ficou muito tímida por ter sido pega dormindo. Trocamos algumas palavras... mas ela falava rápido e eu acabei ficando levemente confuso. Ela saiu, mas seu perfume levemente doce ficou. O ar. Eu sorri e me sentei, aguardando Kim.
Tivemos muitos encontros casuais, e eu me peguei esperando por encontrá-la. Então... um dia em que eu bebi demais, ela me viu na rua sozinho, e se ofereceu para me ajudar. Eu havia exagerado na bebida, porque estar ali naquele país fazia a saudade e raiva que eu sentia pela minha mãe aumentar. Raiva de mim, por não ter ido com ela... raiva do meu pai por ter sido um filho da puta com ela e raiva dos meus avós que maltrataram minha mãe todo esse tempo. Apenas por ela não ser filha de alguém rico o suficiente para colocar ela no mesmo patamar dele.
-Já estamos chegando. -ela diz enquanto me ajuda a andar... o taxi não quis nos levar até em casa porque eu passei mal e ele achou que eu sujaria o carro, então estávamos mais perto da casa dela.
Entramos no pequeno apartamento e eu relutei para entrar, não era certo, e aquela atitude irresponsável dela me fez ter um sentimento de medo por ela abrir a casa desse jeito para estranhos. Ela era boa. E estava me ajudando sem querer nada em troca. Eu estava apoiado nela, e me senti muito enjoado.
-Posso usar seu banheiro. -ela me olhou confusa. -Estou enjoado.
-Claro. -ela me ajuda a entrar nele e logo começou a vomitar, não acreditava que isso estava acontecendo, ela estava assustada, o banheiro estava quente e eu me sentia muito mal.
-Aqui está quente.
-Posso tirar sua jaqueta, pode ajudar! -ela diz e apenas faço um sim com a cabeça. Ela retira minha jaqueta e apoia na porta. Dou a descarga e sigo até a pia, ela me ajuda novamente.
-Posso ficar sozinho um minuto? -estava me sentindo péssimo por estar naquelas condições, mas ainda assim queria apenas me recompor e estar um pouco mais apresentável.
-Claro...quer que eu faça um chá? Tenho de erva cidreira e camomila.
-Pode ser qualquer um.
-Ok. Ela sai e eu volto a lavar o rosto e molho o cabelo também.
Depois de lavar meu rosto e enxaguar minha boca varias vezes, respiro fundo e depois pego a jaqueta e saio do banheiro. -Acho melhor eu ir...- Me aproximo e ela estava parada de frente para o fogão, então me olha de um jeito que eu sabia que era perigoso para nós dois. Aquela garota estava chamando minha atenção de um jeito que eu sabia que não seria bom pra nenhum de nós dois, e ela era boa demais pra mim.
-Estou fazendo seu chá...toma primeiro e se estiver se sentindo melhor, peço um táxi para você. -ela diz e eu me sinto desconfortável por saber que estávamos sozinhos ali.
-Você está sozinha em casa? -encaro ela e realmente queria que ela dissesse que não. Me faria sentir mais tranquilo se não achasse que ela estaria sendo tão irresponsável.
-Minha amiga e o Kim estão vindo. -ela diz e sorri.
-Não fez bem em me trazer para sua casa. Não me conhece. -digo e ela sorri, achando engraçado. -Não é engraçado.
-Desculpe...não ri por isso. -ela tenta segurar o riso e tira a chaleira do fogo.
-Kim está saindo com sua amiga? -pergunto e tento me concentrar nela colocando os saquinhos de chá na xícara.
-Não...saímos os 3 juntos e como eles gostam mais de baladas do que eu...os deixei lá curtindo. -ela diz e se concentra no que está fazendo. -Quer açúcar? -eu estava perplexo que ela não parecia preocupada com o fato de um estranho estar parado na frente dela.
-Realmente não está preocupada de deixar um estranho em sua casa?
-Sei quem você é...bom...um amigo te conhece, e você faz intercâmbio na faculdade que estudo. Se eu quiser saber algo de você tem lá.
-Eu poderia ser um...psicopata, assassino ou sei lá mais o quê...ninguém nos viu entrando aqui...e mesmo que saiba quem sou...quem viu você saindo comigo? -eu estava ainda me sentindo mal, e falei tudo isso em um fôlego só. Achei que tinha conseguido fazer ela entender os riscos, porque ela me olhou um pouco diferente, assustada talvez, cogitando tudo o que eu disse. Então... ela mudou a expressão e sorriu, aquilo me deixou confuso.
-Nas suas condições, se você tentasse algo, eu iria te bater. -ela diz e sou obrigado a sorrir, então ela parecia relaxada novamente e eu estava me sentindo um idiota por achar as expressões dela uma mais linda que a outra. -Quer açúcar? -ela pergunta e eu me aproximo da bancada, deixando a jaqueta em algum lugar ali apoiada.
-Uma colher. -digo e ela assim o faz.
- Aqui. -ela me entrega a xícara e começa a arrumar tudo na cozinha. -Senta no sofá...pode ficar à vontade...o Kim já vai chegar.
-Ele contou que somos primos? -pergunto e ela me olha levemente surpresa. Ela era expressiva e muito transparente, eu estava adorando olhar para cada expressão em seu rosto.
-Não..ele disse que você era um parente. -ela diz e sorrio, seguindo até o sofá e me sentando.
-É... um parente. -dou uma golada no chá e ela se junta a mim no sofá.
-Você é primo dele então? -pergunta curiosa e eu a olho de lado, ela com certeza iria fazer perguntas.
-Sim... mas não nos conhecíamos até uns dias atrás, quando cheguei ao Brasil.
-Você fala bem nossa língua. Dá para te entender perfeitamente.
-Mas ainda tenho algumas dificuldades...fiz aulas por um tempo sozinho, depois frequentei aulas escondido da minha família...então...vim para cá estudar um pouco. -sorrio, e encosto no sofá, me lembra do o tanto que me esforcei em não esquecer a língua que minha mãe me ensinou quando eu era pequeno.
-Acho que você fala bem. - ela diz e sorrio, pois sabia que ela estava me confortando, não sabia como, mas eu tinha certeza disso.
-Gomawo. -percebo a confusão e sorrio mais. -Obrigado. -traduzo e é a vez dela sorrir.
-De nada. -volto a tomar o chá, para não olhar mais para ela, e ela se levanta e pede licença para atender.a tomar o chá e ouço meu celular tocar. -Licença.
-Ele já está vindo. -ela se aproxima.
-Obrigado pelo chá, me sinto um pouco melhor. -digo e pego a xícara dele.
-De nada! Se quiser assistir alguma coisa ou apenas descansar...fique a vontade. Vou lavar a louça e...fique a vontade. -ela parecia nervosa, e era fofo. Me peguei olhando para ela enquanto ela se movimentava naquele espaço. O silêncio da casa, apenas com o barulho da água e da louça sendo lavada. Era algo reconfortante, fiquei olhando para ela até sentir meus olhos pesarem.
Na manhã seguinte acordei com a amiga dela e Kim conversando na cozinha, eles me encararam quando me viram acordar e eu apenas me levantei e me desculpei por ter ficado na casa delas.
Nesse dia, esperei por ela, com a desculpa de agradecer pela ajuda. Mas eu queria vê-la de novo. Ainda sem conseguir me afastar, fui ao mercado, depois tomamos café em uma padaria. E assim, eu fui gosta do cada vez mais de estar com ela. Tentei me afastar. Tentei não envolver ela na minha vida complicada. Mas eu pensei que podíamos fiar juntos enquanto eu estivesse no Brasil, criarmos boas memórias e quem sabe depois essa curiosidade e vontade de estar com ela passasse.
Me enganei. Isabel enteou no meu coração de uma maneira que eu não esperava. Eu não conseguia mais pensar no meu futuro sem ela. Passei em pensar em uma maneira de manter minha família longe dela. Me esforcei mais para ganhar mais dinheiro. Fui morar com Kim, e tentei me precaver, caso acontecesse algo, eu poder proteger Isabel de todos. Os negócios estavam indo bem, com as boates e com a agência. Eu não colocava o dinheiro em minha conta, mas administrava tudo, eles lidavam de frente com tudo e eu com toda a parte burocrática e financeira. Eles não colocaram dinheiro na minha conta, porque meu pai tinha acesso, então, com a ajuda de Kim, e um advogado, abrimos uma conta no Brasil e eu pude trazer todo meu dinheiro para cá. Era um ótimo dinheiro e isso me deixaria bem e pronto para lidar com meu pai se fosse preciso. Me preparei para isso desde sempre. Eu só precisaria voltar para a Korea para terminar o noivado com a Mina. Isso seria ruim para ela... eu iria dizer para ela anunciar que não queria mais se casar... para não parecer que foi deixada de lado depois de tanto tempo. Precisava falar com ela, mas não queria magoá-la, eu sabia dos sentimentos que ela nutria por mim... e por isso não aceitei quando ela fez a proposta. Me sinto mal por ter feito tudo isso e me preocupava de alimentar qualquer sentimento nela.
Então meu pai chegou, e estragou tudo. Contou para Isabel e fez parecer algo que eu não podia explicar na frente dele por causa da Mina. Ela me ajudou e eu não podia dizer que fizemos essa farsa. Eu estava furioso, e morrendo de medo da Isabel não me ouvir.
-Por que fez isso? -assim q ela saiu eu corri no quarto e comecei a vestir minhas roupas.
-Como assim por que? Você está noivo.
-Isso não é problema seu.
-Sua vida é problema meu sim.
-Não... não é!
-Jiyonga...-Mina se aproximou e eu senti por ela.
-Mina... eu amo aquela garota que saiu daqui... vou ficar com ela. -digo e vejo seus olhos encherem de lágrimas.
-Mas... nós...
-Você sabe que nós não somos um casal... que isso tudo foi porque nossas famílias queriam...
-Eu amo você! -ela diz e me aproximo. -eu sei...e me desculpe... eu sinto muito mesmo e você é alguém que eu nunca iria querer magoar... mas eu escolho ela Mina.
-Você só pode estar louco de achar que eu permitiria algo assim!
-Não sou você pai! Não vou abrir mão de alguém que amo por poder e dinheiro.-digo e ando em direção a porta.
-Se a ama mesmo... não vai colocar ela nessa vida! Eu amei sua mãe, e briguei por ela. Me casei e a fiz minha esposa... e ela não aguentou.
-Eu jamais colocaria Isabel nessa situação.
-E o que vai ser da empresa? De tudo o que seus avós construíram? Tudo o que lutei... e as pessoas que dependem desse emprego? São muitas pessoas para você sacrificar por um capricho.
-Isso não é um capricho... é minha vida. -digo e saio pela porta. Ainda consegui ouvir ele me gritar, mas eu só queria correr e alcançar Isabel. Eu não me importaria de renunciar tudo. Desde que perdi minha mãe e minha irmã, nunca mais me senti em casa. Isabel fez eu me sentir em casa novamente. Amado.ela me ouvia, me entendia e me dava a paz que eu tanto procurava. Não queria mais brigar, não queria mais beber para esquecer as coisas, não andava com aquela mágoa. O que ela me
Oferecia era muito maior do que o dinheiro e poder que queriam que eu herdasse. Eu não precisava daquilo. Eu não podia perder Isabel. Eu a amava e faria tudo para estar com ela.
***
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Stupid Liar
Fiksi PenggemarIsabel, uma garota determinada, centrada ,cheia de sonhos e planos para seu futuro, mas que guarda algumas mágoas do passado que a impedem de permitir que ela se apaixone, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando conhece Kwon Ji-Yong, um garot...