Capítulo 20

83 7 13
                                    

  -Você está linda Isa... -Clara estava me elogiando pela décima vez.
  -Obrigada. -digo enquanto termino de colocar meus  brincos.
Estava com um vestido verde escuro, ombro a ombro com um leve decote em coração, cumprido de cetim com renda na parte de cima, Clara se apaixonou assim que me viu nele e fez de tudo para que eu comprasse, inclusive deu uma parte do dinheiro porque disse que era presente. Clara fez um penteado, prendendo uma parte dos meus cabelos e deixando a outra caída com leves ondas. A maquiagem eu pedi que fosse algo bem suave, e ela fez a contra gosto.
-Clara... precisa me barrar quando eu estiver comendo... esse vestido ficou muito justo e foi difícil colocar ele... compramos a poucos dias e ele estava perfeito, se eu continuar assim, terei que comprar um guarda roupa de roupas novas.
-Você está ansiosa... e não é para menos, olha tudo o que está acontecendo... não se cobre agora... depois a gente vai em uma nutricionista e entra em uma academia. -ela ri e eu me viro para abraçar minha amiga.
-Obrigada!
-Tudo bem... agora vamos que estamos em cima da hora.
-Posso entrar? -Jiyong deu uma leve batidinha na porta.
-Claro... agora ela é toda sua... -ela brinca e ele sorri. -Só não se atrasem... vou com Kim e esperamos vocês lá... ok?
-Ok. -Falamos juntos e nos olhamos sorrindo.
-Ai meu Deus... por favor não amassem o vestido ok? -ela fala e Jiyong fica corado na mesma hora, reviro meus olhos e ela sai sorrindo.
-Já te disse para não dar atenção ao que ela fala. -digo e ele sorri passando a mão no rosto.
-Dessa vez eu realmente estava cogitando amassar seu vestido... mas não teremos como explicar, porque vai ficar óbvio. -ele diz e eu sorrio e cubro meu rosto. Ele se aproxima e tira minha mão do rosto e entrelaça nossos dedos. -Você está linda!
-Obrigada! -digo e aperto mais minha mão na dele.
-Falta apenas uma coisa... -ele diz e eu olho para meu vestido. -Vem, eu deixei na sala... -ele
Me puxa e sigo curiosa para ver o que era.
-O que é? -pergunto enquanto passamos pela porta e seguimos para a sala, ele apenas me olhou sorrindo e depois paramos no meio da sala e ele pegou uma caixa de veludo, em formato quadrado e relativamente grande, então para na minha frente e a abre.
-Pedi que fizessem para você! -era um colar, de ouro branco com um coração delicado no centro. O coração brilhava com pequenas pedras nela. -Achei que algo assim combinada com você.
-É lindo... mas...parece muito caro, não devia gastar seu dinheiro assim. -digo e ele sorri, tirando o colar de lá.
-Atrás tem as iniciais do nosso nome... JI ...-ele abriu o feixe e foi para trás, e delicadamente colocou ele em mim, coloquei a mão no colar e o virei para olhar nossos nomes, senti meus olhos enxerem de lágrimas e fui até o espelho olhar como ele ficava em mim... ele realmente era perfeito e simples. E eu podia usar ele todos os dias. -Sempre que olhar pra ele... lembra que dentro do meu coração só cabe você ok? -olho nosso reflexo pelo espelho e me viro para encará-lo. Passo meus braços por seu pescoço e o abraço com força. Então o beijo, ele retribui e eu desço minhas mãos por sua cintura até o botão de sua calça, ele me olha surpreso e eu apenas sorrio.
-Clara já sabe que iriamos atrasar... só não podemos amassar as roupas. -Pisco e ele sorri, me levando até a parede e subindo meu vestido com cuidado. -O que está fazendo? -digo por ele estar demorando.
-Tentando não amassar seu vestido. -ele riu e logo depois ele agarrou minha cintura e me suspendeu, enquanto eu passei minhas pernas por sua cintura. Jiyong deu uma mordida de leve em meus lábios, e me beijou em seguida, um beijo forte e cheio de desejo, uma das mãos manteve firme me segurando e s outra ele desceu pelo meu pescoço, depois parou no decote, ficou olhando e puxou ele para baixo, deixando à mostra um dos meus peitos e depois o outro, acariciou e ficou olhando, era diferente quando ele fazia isso, na maior parte do tempo ele era sempre romântico, e delicado, mas nas vezes em que ele ficava com esse olhar de desejo, ele por alguns momentos deixava de ser delicado, e eu amava aqueles momentos, porque eu conseguia provar todos os lados dele. Jiyong desceu a boca e distribuiu beijos até chega no mamilo e abocanhou, arqueei levemente minhas costas e apoiei minhas mãos em seu ombro, então ele revezava de um para o outro. Desci minha mão, mas ele a pegou e segurou firme, com um sorriso no rosto me colocou no chão e me virou. Era uma mistura de sensações sentir ele entrando em mim e ao mesmo sentir suas mãos acariciando meu corpo e seus beijos em meu pescoço e costas. Foi algo maravilhoso, uma sensação indescritível. Permanecemos daquele jeito até nós dois estarmos satisfeitos, o que parecia não acontecer nunca, mas deixamos nosso corpo junto enquanto nossas respirações voltavam ao normal e me virei para ele, juntando nossos lábios.
-Precisamos ir...-digo entre um beijo e outro e ele sorri.
-Eu sei...
-A gente termina isso quando voltar. -dou mais um beijo e ele sorri se afastando. Senti um vazio quando ele se afastou, mas ele se virou para se arrumar, me dando espaço para que eu fizesse o mesmo. Fui ao banheiro e me arrumei melhor, retocando a maquiagem e depois saímos apressados sorrindo e praticamente correndo.
***
Minha formatura foi incrível, meus padrinhos estiveram lá, tiramos fotos e para minha surpresa, meu pai também estava, ainda bem que o vi no final, então consegui ficar tranquila todo o tempo. Ele se aproximou e tiramos uma foto juntos com meu diploma e outra apenas lado a lado.
-Isabel, podemos conversar a noite? -ele queria conversar e eu estava olhando em volta, ainda pensando se havia trazido a esposa dele.
-Ela não veio... não na sua formatura, ela está no hotel... Isa... não quer conhecer seu irmão? Falar o que te deixa tão revoltada com tudo?
-Revoltada? -dou uma pequena risada e olho ele em seus olhos. -Você estava tendo um caso com a tia de uma das minhas amigas... que frequentava minha casa, deixou sua família pra ficar com ele e não agiu como meu pai quando mais precisei... desculpa se para você é apenas revolta... -digo e saio de onde ele está e sigo até Jiyong.
-Tudo bem?
-Estou bem! Só vamos sair daqui.
Meus padrinhos me levaram para almoçar, meu pai foi também, mas não ficou me pressionando, agradeci mentalmente por isso, porque ele não enxergava o que fez. Se não estava feliz, não tinha problemas terminar, mas trair minha mãe, com alguém que frequentava nossa casa, foi baixo... e depois nos deixou e praticamente nem me via... eu tinha meu pai como tudo, desde sempre foi meu melhor amigo, ele simplesmente me deixou com tanta facilidade, e quando minha mãe morreu, ele vendeu a casa com tanta rapidez, sem ao menos me consultar e colocou o dinheiro na minha conta como se aquilo resolvesse os problemas.
Passamos a tarde toda juntos e a noite fui pra casa com Jiyong, eu estava com muito sono, e já havia cochilado no ombro dele algumas vezes. Meus padrinhos iriam para casa, então eu iria dormir com Jiyong para deixá-los usarem meu quarto.
  -Estou pronta! -digo depois de ter tomado um banho e trocados de roupa, pronta para dormir.
  -Você está muito cansada não é? -Jiyong pergunta e se aproxima, me dando um abraço.
  -Estou morrendo de sono. -bocejo de novo e dou um beijo em sua bochecha. -Vamos dormir?
  -Eu preciso ir no Hotel que meu pai está... mas eu vou voltar ok? -ele diz e apesar de querer que ele ficasse, eu apenas sorri e assenti.
  ***
  Acordei de madrugada sentindo muito calor, me levantei e estava suada, aquele calor estava me fazendo passar mal, me sentei na cama e senti uma tontura forte, Jiyong não estava na cama, eu me levantei e sentei, olhando em volta para ser se tinha água, minha boca estava seca, então segui para fora do quarto, em direção a cozinha e abri a geladeira para pegar um pouco de água, enchi um copo e antes de colocar na boca, senti minhas pernas enfraquecerem e eu não enxerguei mais nada.
  -Isa...Isabel... -estava ouvindo alguém me chamar e fui abrindo os olhos devagar, era o Tae, ele estava com alguma coisa próximo ao meu nariz, logo senti que era álcool, empurrei sua mão e ele me ajudou a levantar. -O que aconteceu?
  -Eu não sei...-respondo um pouco desorientada e ele me ajuda a deitar no sofá. -Acordei sentindo muito calor e a boca seca...estava um pouco tonta... minha pressão deve ter caído. -Digo e ele vai até a cozinha e pega um pouco de água. -Obrigada Tae...não se preocupe... com certeza foi minha pressão.
  -Precisa ir ao hospital? Quer que eu ligue para a Clara?
  -Não... não precisa preocupar ela... foi só minha pressão... está muito calor e eu fechei a janela do quarto e ficou muito abafado.
  -Vou limpar ali... ainda bem que caiu para o outro lado de onde o copo quebrou.
  -Desculpa Tae...eu posso limpar. Já estou bem.
  -Não se preocupe... faço isso rápido. -ele sorri e se levanta, indo em direção à cozinha. -Olhei no relógio que eles tinhas na sala e vi que já eram 5 horas da manhã. -Jiyong te ligou? -pergunto e ele me olha e faz um não com a cabeça. -Estranho... vou olhar meu celular e ver se tem alguma ligação perdida.
  -Eu pego pra você!
  -Não precisa... eu estou bem... sério. -Digo e me levanto, seguindo para o quarto. Lá, vi que não havia mensagem alguma... então, eu liguei para ele. Chamou até cair na caixa postal. Tentei de novo, e mais 3 vezes. Depois caía direto na caixa postal. Então fiquei preocupada.
-Conseguiu falar com ele?
  -Não... e estou preocupada... porque ele não é de fazer isso e disse que iria jantar com o pai. E se eles discutiram e Jiyong saiu nervoso igual ao dia que ele foi parar na delegacia?
  -Calma Isa... não se preocupe... eu vou tentar ligar também. -Ele disse e depois foi para o quarto e pegou o celular. -Está caindo direto na caixa postal.
  -Tae... ele disse que iria para o hotel conversar com o pai dele... será que você não pode ligar e perguntar se ele está lá? So para ficarmos tranquilo.
  -Claro Isa... tenho o numero aqui, só um minuto.
  -É o mesmo hotel que eles ficam?
  -Sempre... o pai dele é sócio daquele hotel... -ele disca e aperta a tecla de ligar no número que já estava salvo.
  -Coloca no viva voz. -sussurro e ele aperta o botão e deixa o celular para ambos ouvirmos.
  -Bom dia... Meu nome é Kim... eu sou primo do Kwon Jiyong, dei aulas aí com ele meses atrás...
  -Bom dia... em que posso ajudar?
  -Gostaria de saber se meu primo está no hotel... nós moramos juntos e como ele não voltou pra casa, fiquei preocupado.
  -Senhor, me desculpe, mas não posso dar essa informação.
  -Pode me transferir para o quarto dele então?
  -Não tenho autorização para transferir ligações para o quarto.
  -Ok então... obrigado! -Tae disse e eu estava aflita. Fiquei preocupada que pudesse ter acontecido algo e minha vontade era arrumar as coisas e ir até o hotel pessoalmente. Se ele não estivesse lá, poderia estar precisando de ajuda.
  -Isa... se ele não estivesse no hotel... acredito que eles diriam que ele não estava... se apenas não podiam transferir para o quarto dele, não teriam me dito que não havia autorização para isso.
  -Você acha?
  -Claro que acho... ele deve ter acabado dormindo, porque a conversa com o pai não deve ter sido fácil... estão pressionando ele. É o único herdeiro, não tem mais quem cuide dos negócios. Não vão deixar ele seguir a vida tão fácil. -Tae diz e me encara. -Posso ser sincero com você?
  -Claro Tae...
  -As coisas serão piores pra você... você é uma garota incrível... mas eles nunca vão achar que é suficiente para ele. E você é estrangeira... se foram rudes com minha tia, serão piores com você.
  -Você acha que eles podem separar a gente?
  -Eles vão se esforçar muito pra isso... o pai dele não vai sair daqui sem ele... e não vão permitir que você vá com ele... e se por um acaso te disserem que vão aceitar... não acredite e não vá... eles mataram minha tia aos poucos... não vão ser diferentes agora. -ele diz e sinto meu peito apertar com aquilo. A senhora Kim sempre me disse que eles só queriam saber de status, poder... e que criaram Jiyong para ser o sucessor e líder de todo o império que construíram... que acabaram abrindo mão da Hana, mas que nunca fariam isso com Jiyong. Então eu sabia que as coisas seriam difíceis, e que eu nem estava sabendo da metade dos problemas. Aquilo me deixou em alerta. -Se um dia você conseguir se casar com ele e tiver um filho... vão tirar seu filho também porque acham que apenas eles tem direitos sobre a criança da família... são doentes Isa... acho que você devia ficar atenta e pensar bem em você nesse processo. -Tenta dormir um pouco, se eu receber alguma ligação, te aviso. O telefone do Tae começou a tocar e olhamos ansiosos para a tela.
  -Deixa no viva voz... -sussurrei e assim ele fez.
  -Alô...
  -Oi... você ligou agora a pouco para saber do seu primo... o senhor Kwon.
  -Sim... fui eu...
  -Ele está sim no hotel... lembrei de você e que tinha acesso livre ao quarto dele, então resolvi retornar...
  -Que bom... fico feliz. -Kim sorriu e eu me senti aliviada.
  -Eu liguei para avisar da sua ligação... mas a noiva dele disse que ele está dormindo ainda... eles chegaram de madrugada e ela disse que quando ele acordar, ela avisa sobre a ligação. -eu paralisei, Kim também... ficamos nos encarando.
  -Desculpa... você disse noiva?
  -Sim... uma moça que chegou com o pai dele dias atrás... ele apresentou como noiva dele para todos do hotel...
  -Tae... -digo sentindo uma mistura de confusão e mal estar.
  -Obrigado por avisar...diga a ele que eu e a Isabel ligamos pra ele e que a noiva dele ficou de passar o recado.
  -Digo sim... bom dia!
  -Bom dia! -ele desligou e se aproximou. -Isa... calma... precisamos ouvir o que ele tem a dizer primeiro. Ok?
  -O que é isso? Noiva?- me levanto e ando de um lado para o outro.
  -Você não acha estranho que o hotel tenha retornado só para falar que ele estava mesmo lá? -ele se levanta e vem em minha direção.
  -Você acha que isso pode ser coisa do pai dele?
  -Tenho certeza.
  -Então... onde ele está?
  -Assim que ele chegar você conversa com ele...-ele diz e eu sinto uma ansiedade arrebatadora em achar ele.
  -Vou no Hotel.
  -Isa... não faz isso. -Ele diz e eu vou até o quarto e abro o guarda-roupa e pego a primeira calça e a primeira camiseta que encontro. Entro no banheiro e a visto rapidamente, senti minhas mãos tremendo e um enjoo tomou conta de mim, foi só o tempo de chegar no vaso que vomitei. Toda a água que havia ingerido, foi naquele momento.
  Baixei a tampa e dei a descarga, então fui na pia e lavei meu rosto e escovei meus dentes. Amarrei meu cabelo em rabo de cavalo e saí.
  -Vou com você! -Kim estava pronto.
  -Não precisa... sério. -digo e ele vai até a mesinha e pega as chaves.
  -Você tem certeza que quer ir?
  -Sim. Eu preciso. -sigo e ele passa as mãos pelo rosto.
  -Eu vou com você... não confio na família dele... e acho que isso pode ser uma armadilha.
  -Estou rezando que seja. -digo e saímos da casa. -Vou passar em casa e colocar um tênis.
  -Ok.
  Vou até meu apartamento e abro a porta devagar, vejo o allstar da Clara perto da porta e pego ele mesmo. O calço no corredor e descemos as escadas.
  Fomos até o estacionamento ali perto pegar o carro do Tae e seguimos para o Hotel.
  -Tae... me faça uma promessa.
  -O que Isa?
  -Se por um acaso falarem na língua dele, traduza tudo pra mim... ok? Tudo... sem mudar uma palavra mesmo que para amenizar... não vou confiar em ninguém lá além de você.
  -Pode deixar Isa... vou traduzir tudo e não esconder nada. -ele diz e encaro a janela, seguindo o caminho para o hotel. Eu estava torcendo para que tudo fosse mentira do pai dele... mas eu sabia que Jiyong vinha escondendo alguma coisa, só esperava que não fosse isso.

Stupid LiarOnde histórias criam vida. Descubra agora