Capítulo 7

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Ouço meu celular tocando e tento ignorá-lo por um pouco mais de tempo, mas o toque fica cada vez mais alto, até que eu saia completamente do transe que estava por conta do sono. Respiro fundo e ele para de tocar. Me mexo um pouco na cama e sinto um braço em cima de mim, logo todas as lembranças da noite anterior vem em minha mente, sorrio com tudo e encaro a mão fina, com dedos delicados e as unhas roídas. Eu não havia percebido que ele roía unhas até ali. Me virei devagar para não acordá-lo. Fiquei de frente para ele, encarando aquele rosto suave e sereno. Os olhos pareciam duas linhas finas. Os lábios finos estavam fechados e a respiração dele estava calma e regular. O cabelo caia um pouco, cobrindo sua testa. Seus ombros nus me chamaram atenção. Ele tinha a pele bem clara, os ombros largos e finos, olhei as tatuagens e contornei algumas com a mão. Subi a mão e acariciei seu rosto, aquilo parecia um sonho, mas a pele quente dele me fazia ter a certeza que era real. Me virei novamente e quando ía sair da cama, senti a mão dele em minha cintura, me puxando e me deixando encaixada em seu corpo.

-Fica aqui um pouco. -ele me aperta mais em seus braços e eu me solto um pouco, ficando de frente para ele, então nos abraçamos e coloco meu rosto em seu pescoço, inalando seu perfume.

***

Acordei novamente com o toque do celular, dessa vez estava sozinha na cama. Peguei o celular que estava na mesinha ao lado onde Kwon havia dormido. Haviam 4 ligações perdidas da Clara. Esfreguei meu rosto e me sentei na cama, puxando os lençóis para cobrir meu corpo. O celular volta a tocar e eu o atendo.

-Caramba Isabel...já ía ligar para a polícia. -ela diz irritada.

-Por que eu não te atendi de madrugada? -digo e me levanto, um pouco sonolenta.

-Madrugada? Estou te ligando desde as nove da manhã. -ela diz e eu tiro o celular do ouvido e encaro a tela, vendo a hora, que já passava das 14:00.

-Nossa...nem percebi que já estava tarde.

-Estava dormindo até agora? -ela pergunta e eu vou até a porta e vejo se Kwon estava por perto. Mas ao que parecia ele estava na cozinha, pois estava escutando barulho de panela e água da torneira.

-Estava sim. -digo e sorrio, voltando para o quarto com o lençol enrolado no corpo.

-Por que? -ela pergunta e logo e seguida escuto um grito, preciso tirar o telefone do ouvido para não ficar surda.

-Clara...enlouqueceu?

-Você dormiu com ele?

-Sim. -digo e pego um short jeans e uma blusinha branca do guarda-roupa, escolho um conjunto branco de renda de calcinha e soutien, então olho novamente para o final do pequeno corredor e entro correndo no banheiro. Fecho aporta devagar e depois solto o lençól, coloco minha roupa em cima do cesto e me olho no espelho.

-E aí? Vai ficar muda? Quero saber de tudo.

-Ele é incrível. -digo e ela dá outro gritinho histérico.

-Detalhes Isabel.

-Não vou te dar detalhes...quer saber até o momento que concretizamos o ato? -pergunto e posso até ver a revirada de olhos dela.

-Não esses detalhes...sei muito bem como que se faz isso...quero saber como isso aconteceu...quem deu o primeiro passo, e ...

-Isabel...-ouço a voz dele do outro lado da porta e encaro a porta envergonhada como se ele estivesse me vendo.

-Oi. -digo e Clara estava falando algo e rindo, mas eu não conseguia ouvir e como fiquei com medo dele ouvir, desliguei.

-Fiz alguma coisa para comer...Vou te esperar na sala.

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