Capítulo 24

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Estava tomando banho e semti uma leve cólica. Um pouco forte demais. Eu não sentia cólicas desde que comecei a tomar um anticoncepcional que meu ginecologista havia passado, nem cólicas e nem menstruação. Então sentir aquela cólica me deixou levemente preocupada. Coloquei o chuveiro no quente e deixei a água cair em minhas costas, fiquei assim uns 5 min e depois senti aliviar, vi que havia um pouco de sangue escorrendo pela minha perna, me limpei  e saí do banho, enrolei a toalha no corpo e fui até o quarto, peguei minha bolsa e procurei um absorvente, eu sabia que sempre deixava um ali para uma emergência. Voltei para o banheiro e me vesti e coloquei o absorvente. Não achei remédio para cólica e sabia que teria que ir à farmácia comprar, estava sentindo que viria uma daquelas.
  -Estou faminta! -digo e ele sorri, estava preparando nosso suco, já haviam omeletes, torradas e algumas frutas. -Vou sentir falta desse mimo todo. -digo e ele sorri de uma maneira triste. -Não demora ok? -digo e ele faz um sim com a cabeça. -Quando pretende ir?
  -Tenho passagens para segunda-feira .
  -Isso é daqui 3 dias! -digo e ele faz um sim com a cabeça. Já tem a passagem de volta?
  -Sim! Dia 23 do mês que vem! Volto para passar o natal com você.
  -Mais de um mês. -digo e já me sinto triste.
  -Se me pedir para não ir... eu fico. -ele diz e me olha nos olhos.
  -Eu quero pedir isso... mas precisamos resolver tudo antes de ficarmos juntos. -Digo e ele se concentra no suco novamente e fica em silêncio.
  Tomamos café e depois volto a sentir as cólicas... me deito no sofá e ele coloca uma compressa de água quente abaixo do meu umbigo. Ele nunca havia me visto com cólica e estava muito preocupado. Foi na farmácia comprar o remédio e eu fiquei esperando. Mas a dor aumentou. Tentei achar uma posição confortável e não havia nenhuma maneira de deitar que passasse. Assim que ouvi a porta abrir, ele me olhou e correu em minha direção.
  -O que houve?
  -Não sei... está doendo muito. -digo e ele corre até o quarto e volta com a minha bolsa. -O que está fazendo?
  -Vamos ao hospital.
  -Por causa de uma cólica?
  -E se não for? E se for alguma infecção? -ele coloca a bolsa pelo pescoço e me ajuda a levantar. Vamos devagar até a porta e assim que ele tranca, me pega no colo e desce as escadas, no último degrau ele me soltou e andamos até o carro que estava na frente, entramos e seguimos para o hospital.
  Assim que chegamos assinei alguns papéis e em seguida colocaram uma pulseira amarela em mim, era urgência, mas não emergência, isso deixou Jiyong levemente irritado. Depois de 15 minutos de espera, me chamaram para a triagem, mas assim que levantei, senti minha vista escurecer. E ouvi a voz do Jiyong me chamar bem de longe.
***
-Ei... que bom que acordou. -Jiyong grudou nossas testa e eu fechei meus olhos, então ele se afastou e olhei em volta.
-O que aconteceu? -perguntei levemente confusa e ele colocou algumas mexas do meu cabelo para trás.
-Você desmaiou, te trouxeram pra cá. Eu disse o que estava sentindo e estavam trazendo um aparelho para fazer um exame e ver se pode ter algo de errado.
-Prontinho... vamos fazer um ultrassom e verificar o que pode ter causado essas cólicas... uma medica entrou e sentou ao meu lado, prepararam o aparelho e ela começou a me fazer perguntas. -Já sentiu essas dores antes?
-Eu tinha muita cólica na adolescência... mas depois comecei a tomar anticoncepcional e elas diminuíram muito... agora... troquei para um em que eu não menstruo mais. -Disse mas olhava Jiyong de lado o tempo todo, estava desconfortável de falar nesse assunto na frente dele, mas quase ri quando vi que ele estava assustado e encarando a médica enquanto me fazia perguntas.
-Quando fez a troca do anticoncepcional?
-Tem mais de 8 meses... mais ou menos.
-Sentiu algo de estranho nos últimos dias? -ela colocou um gel em meu abdômen e colocou o aparelho.
-Eu desmaiei poucos dias atrás...-digo e vejo Jiyong abrir levemente a boca e arregalar os olhos. Ele não ficou feliz em saber disso.
Ela ficou em silêncio e passou o aparelho por todo meu abdomem e foi descendo... fazia algumas anotações e passava um pouco mais embaixo, então ela juntou levemente a sobrancelha.
-Está tudo certo? -Jiyong estava com o braço cruzado e com as sobrancelhas levemente juntas.
-Está sim... bom... mais ou menos...
-Como assim? -Ele se aproximou e era cômico ele tentar olhar o aparelho sendo que não entenderia nada.
-Eu estou percebendo que vocês realmente não fazem idéia... mas ela está gravida... -a médica nos encarou e eu a encarei, olhando para a tela e tentando achar o que ela estava vendo. O pânico instalou em mim e encarei Jiyong que estava encarando a tela totalmente imóvel.
-Eu tomo anticoncepcional...
-Você pode ter esquecido algum dia... ou tomado algum medicamento que o efeito cortou... alguma coisa... mas tem um bebê aí. -ela insiste e sinto as lágrimas escorrerem. Eu estava apavorada e Jiyong aparentemente em choque. Calado. Encarando a tela.
-Vou terminar o exame, e deixar vocês conversarem. Depois eu volto com as imagens e conversamos sobre o que está acontecendo.
Aqueles minutos foram uma tortura. Pouco antes de terminar o exame ela sorriu e nos encarou.
-Querem ouvir o coração? -fiz um sim com a cabeça, ainda incerta e sentindo que eu estava em um sonho. Que estava em outra realidade. Então ela colocou o som e um chiado instalou na sala e logo batidas rápidas e fortes tomou conta daquele silêncio.
-Está tudo bem... com o bebê? -olho para Jiyong que encara a tela.
-Ele está bem... mas você esta com algumas complicações que precisa cuidar para ter uma gestação tranquila e esse bebê nascer saudável. Pelo tamanho e peso... ele está com 9 semanas!
-9 semanas? -perguntei incrédula e pensando que eu já estava gravida na viagem para o aniversário da Clara.
-Sim... o fato de você não menstruar fez passar despercebido... mas acho estranho não ter tido enjoos, cansaço, sono, fome ou notado algum aumento de peso... seu peso manteve ou você perdeu?
-Tudo isso... aconteceu tudo isso e eu nem percebi. -digo e me sinto uma idiota por não ter percebido.
-o que está acontecendo com o bebê? Porque é de risco? A Isabel corre algum risco também? -Jiyong soltou varias perguntas e a médica sorriu.
-Você está tendo um descolamento ovular. É um acúmulo de sangue entre a placenta e o útero devido ao descolamento do óvulo fecundado da parede do útero. Isso pode sumir sozinho com alguns cuidados e algumas orientações que vou te passar, precisa seguir a risca, para não surgir riscos de um nascimento prematuro ou um aborto. Vamos fazer alguns exames de sangue, para saber se está tudo bem com você, passarei algumas vitaminas e você precisa repousar... evitar estresse, nada de pegar peso, ficar o máximo de tempo deitada ou sentada... se fizer tudo direitinho, pode ter uma gestação tranquila e vamos acompanhando para que esse acúmulo de sangue possa desaparecer sozinho. Vocês tem alguma pergunta? -ela diz e nós dois balançamos juntos a cabeça em negativa... depois Jiyong parece acordar e encara a médica.
-Sim eu tenho... o bebê...está bem?
-Está... com peso normal, tamanho normal... coração com o batimento normal...tudo dentro do padrão para esse período... mas ela precisa tomar as vitaminas e vou pedir um outro exame para daqui alguns dias, um ultrassom morfológico, para daqui a duas ou três semana... ele vai fazer as medições do bebê e saberemos melhor como ele está.
-Ok. E a Isabel? Ela estava com muitas dores e desmaiou...ela está bem mesmo?
-Ela vai ficar...se dizerem tudo direitinho ela e o bebê ficarão bem e daqui a poucos meses vocês terão um bebê saudável em casa.
-Certo! -ele diz e a médica se levanta.
-Pode limpar sua barriga, agora você vai colher uns exames de sangue e depois vocês vão passar em meu consultório para eu entregar as receitas e explicar o que precisam fazer.
-Obrigado Doutora. -Jiyong faz um pequeno aceno e a médica retribui e me olha.
-Quer perguntar algo?
-Não consigo pensar em nada nesse momento. -digo e ela sorri.
-Tudo bem... seu namorado fez um bom trabalho... fez boas perguntas para vocês. -ela sorri e sai. Tiraram o aparelho e Jiyong me estendeu uns papéis, eu me limpei e depois baixei meu vestido e ele ajeitou o lençol. Cobri meus olhos com meu braço e logo senti a mão firme e que te dele.
Ele puxou meu braço e olhou em meus olhos.
-Eu não sei o que aconteceu... eu estou tomando os remédios... eu juro...
-Isa... tudo bem... isso não importa ok? -ele diz e sinto meus olhos encherem de lágrimas. -Não chora... a gente vai ficar bem. -ele se inclina e me abraça, beijando minha testa e depois enterrando o rosto em meu pescoço.
-Está tudo uma bagunça... nossa vida está toda desorganizada... como vamos trazer um bebê assim?
-Ele já está aí... vou arrumar tudo pra vocês ok? Nós vamos deixar tudo bem pra ele. -ele diz e desce a mão levemente para minha barriga e deixa a mão esticada lá. Então vejo seus olhos também encherem de lágrimas. Coloco minha mão em cima da dele e ele se abaixa para me dar um beijo.
Colhi os exames de sangue e depois Jiyong anotou tudo o que a médica disse, ele colocou tudo no celular dele, sobre as vitaminas, o que eu precisava fazer e o que seria bom para eu me alimentar e o que seria bom evitar. Eu nem precisava fazer perguntas porque ele nem parecia mais em choque. Ele estava totalmente concentrado e como se aquilo não tivesse sido um baita choque a poucos minutos atrás.
Assim que saímos de lá, Jiyong começou com o tratamento exagerado... ele simplesmente pediu uma cadeira de rodas para que eu não andasse até o carro. Ele estava com as receitas na mão e pronto para parar na primeira farmácia que encontrássemos.
-Jiyong... você está... chateado ou qualquer coisa parecida? Pode me falar ok?
-Isa... aconteceu... sabe... não tem culpado... simplesmente tinha que acontecer.
-Você não está assustado? -perguntei e ele parou o carro na primeira farmácia que viu e me encarou.
-Sim... mas ao mesmo tempo... quando ouvi a palavra bebê... e escutei o coração... não parecia errado... entende?
-Estou assustada. -assumo e ele pega minha mão. 
   -Nós vamos ficar bem... ok? -ele me puxa e me dá um beijo.
Jiyong comprou as vitaminas e voltou para o carro, seguimos para casa e estávamos em silêncio o tempo todo. Chegando lá ele encarou a porta e me olhou com as sobrancelhas levemente juntas.
-Precisamos nos mudar. -Ele diz e eu o encaro um pouco cética.
-Jiyong...
-Precisamos de um lugar sem toda essa escada... você ouviu... repouso, nada de esforço, sentada ou deitada... não pode fazer nada.
-Ainda vem que curtimos essa manhã.-Brinco e ele me olha um pouco triste.
-Podíamos ter machucado ele... com esse descolamento foi um risco imenso.
-Está tudo bem...
-Vou procurar um apartamento confortável e ... e com espaço para ele... um lugar bom e seguro. -ele diz e pega o celular, saindo do carro e dando a volta. -Talvez devêssemos ficar em um hotel para você não subir as escadas.
- Jiyong...você esta ficando... um pouco... paranóico. -digo e me preocupo com os planos dele, não quero que ele se sinta obrigado a morar comigo ou qualquer coisa parecida.
- Não estou confortável em você subir essa escada. Não depois de ouvir que acúmulo de sangue pode aumentar e com isso elevar as chances de um aborto.
Ele abre a porta e analisa o tamanho da escada e passa as mãos pelos cabelos.
-Podemos subir devagar... o que acha? Precisamos conversar antes de qualquer coisa... você não acha? -ele me encarou, com o celular na mão como se estivesse fazendo algumas pesquisas e depois ele guardou no bolso e fez um sinal positivo.
Subimos os degraus devagar, mas após eu subir 3, ele me pegou no colo e terminou o trajeto.
Entramos no apartamento dele e do Kim e fomos até o quarto. Jiyong me acomodou na cama dele, e depois foi buscar as vitaminas recomendadas. Ele estava elétrico, então o puxei e ele se sentou na minha frente.
-Senta aqui... respira... -digo e ele passa as mãos pelo rosto.
  -Eu estou um pouco... não sei que palavra usar... -ele me olha e eu sorrio.
  -Eu sei...eu estou assustada... ainda incrédula... mas precisamos conversar ok? -digo e ele se ajeita na cama e me olha.
  -Eu quero o bebê ok? -ele diz com pressa e fico confusa momentaneamente. -Não precisa se preocupar... eu vou cuidar de vocês dois.
  -Jiyong... eu entendo o que quer dizer... mas não quero que a gente fique junto porque estou... gravida. -digo essa palavras e novamente sinto algo estranho por pronunciá-la.
  -Não é por isso... Se acha que é por isso... tira da sua cabeça...-ele se aproxima e pega minhas duas mãos. -Eu disse pra você antes de saber... que quero ficar com você.
  -E nós combinamos que você vai voltar para seu país... e resolver o que tem que resolver, depois voltar e repetir o que disse... lembra?
  -Não vou deixar você sozinha agora.
-Nada mudou Jiyong... não vou ficar com você se não acabar com esse noivado oficialmente e lidar com seus problemas. -digo e ele me encara em silêncio.
  -Sua gravidez é de risco... não quero te deixar sozinha.
  -Eu vou me cuidar... e cuidarei... do... -fiquei pensando na palavra e era estranho ainda pronunciar.
  -Nosso bebê... é nosso! -ele diz e eu sorrio. Então ele me puxa e nos abraçamos. -Não quero deixar vocês agora... não sei explicar... fiquei em choque, mas estranhamente feliz... e apesar de não ser como planejei... sinto que preciso cuidar e estar com vocês.
  -Vai estar... em um mês. Faça o que tem que fazer e volta pra mim... bom... pra gente. -sorrio tímida e ele faz o mesmo.
  -Pois é... agora seremos uma família! -ele coloca uma mão em minha barriga e a outra ele passa no rosto, então se abaixa um pouco e deita em meu colo abraçando toda a circunferência da minha cintura. -Isabel... quero que saiba uma coisa ok? -ele se levanta novamente e me encara. -Eu não vou deixar a história se repetir... eu não vou deixar acontecer com você e nosso bebê o que aconteceu com minha mãe... e Hana. Eu me preparei para viver sem minha família caso precisasse... eu só preciso que confie em mim e não saia do meu lado... pode fazer isso?
  -Posso...apenas seja sempre honesto comigo ok?
  -Eu prometo. -ele diz e me puxa para um abraço. -Agora... eu tenho uma condição... ele diz e eu o encaro levemente curiosa.
  -Condição? Você não está na posição de ter condições Kwon Jiyong. -ele finge estar ofendido e eu junto nossos lábios sorrindo e dou um leve beijo.-Brincadeira. Diga.
  -Vou providenciar um apartamento... nada de escada... para você ficar tranquila até o bebê nascer... e não aceito um não!
  -Jiyong...-ele cobre minha boca depositando um dedo e sorri fechando os olhinhos como se vencesse. -Vou deixar uma procuração com Kim... e ele vai assinar e providenciar tudo com Clara e você apenas se muda... e quando eu voltar... nos casaremos e ...
  -Espera...espera... você está indo muito rápido e... não quero fazer as coisas assim...-me levanto e ando até a janela do quarto.
  -Isa... você disse que quando eu voltasse, eu podia refazer o que pedi...
  -Tá... mais pedir e fazermos são diferentes... -comecei a me sentir em pânico... e estava assustada com tudo indo rápido daquele jeito. -Eu nunca pensei em me apaixonar como me apaixonei... nem em engravidar ou casar... e em um ano você apareceu e minha vida virou de cabeça pra baixo e ... comecei a andar de lado para o outro e senti uma leve dor parecida com uma cólica, ele veio rápido em minha direção e andamos devagar até a cama.
  -Escuta... desculpa ok? Estou jogando tudo em cima de você... eu quero me casar com você... por você Isa... não é porque ficou grávida ou qualquer coisa parecida... eu disse para meu pai e Mina no hotel que a única garota que eu aceitaria, seria você.
  -Mas...
  -Escuta...podemos casar apenas no civil... faremos um jantar com nossos amigos e familiares e ... do jeito que quiser... e quando você se sentir a vontade, faremos um casamento grande religioso... o que me diz?
  -Porque precisamos casar? Podemos apenas morar juntos! -digo e ele junta as sobrancelhas.
  -Precisa me ajudar a te proteger da minha família... como minha esposa, esse bebê e você estarão protegidos.
-Da sua família?
  -Nossa cultura é diferente Isa... e não estou te forçando a fazer parte dela... mas é quem eu sou também entende? E esse bebê também... não quero que ele nasça com as pessoas a minha volta usando termos para dizer que ele não é legítimo... entende?
  -Vou pensar ok?
  -Não confia em mim?
  -Confio.
  -Não... me ama o suficiente para se casar?
  -Claro que amo... -acaricio seu rosto.
  -Qual é o problema?
  -Não quero que pensem que vamos casar porque fiquei grávida.
  -Vamos nos casar porque nos amamos. -ele diz e eu sorrio. -E não me importo com o que digam... eu sei o que quero e sabia desde o dia que nos beijamos pela primeira vez... talvez antes quando te vi na biblioteca e dormindo na mesa. -ele sorri e eu faço o mesmo. -Eu vou amar você Isabel... e vou fazer de tudo para você ser feliz.
  -Para sermos felizes... se você não estiver feliz...
  -Eu vou estar... tenho certeza.
  -Tem certeza do que está dizendo agora?
  -É claro que tenho. -ele aperta bem minha mão e eu respiro fundo.
  -Certo... ok... então vamos fazer isso. -digo e ele sorri. Vindo em minha direção e me abraçando, me deitando levemente na cama e ficando por cima sem soltar o peso, usando os cotovelos para se apoiar.
  -Vou hoje mesmo consultar os documentos que preciso no cartório e resolver tudo...
   -Jiyong... não quero um casamento grande... não sonho com isso... quero algo simples...e apenas com as pessoas que amamos... não gosto de ser o centro das atenções e nem de muita informação... tudo bem pra você?
  -Tudo ótimo... você que decide.
  -Então... tudo bem se eu organizar enquanto você estiver viajando?
  -Perfeito! Escolhe o lugar, vou te enviar os documentos e daremos a entrada para quando eu voltar, nos casarmos em seguida. -ele sorri e acaricio o cabelo dele, puxando para trás e colocando atrás da orelha. -Preciso cortar...
  -Eu gosto assim. -digo e puxo o rosto dele para um beijo. -Estávamos nos beijando, e quando tudo se intensificou, ele parou bruscamente e se afastou um pouco.
  -Não podemos por enquanto... lembra?
  -Mas... se... -tento dizer para irmos devagar, mas eu estava envergonhada de propor isso, era como se eu fosse a doida por sexo ali. Mas graças a Deus ele me entendeu e sorriu, se aproximando e me beijando.
  -Eu me sinto assim também... mas precisamos fazer isso pelo bebê... ok?
  -Você tem razão... me senti uma idiota agora.
  -Eu me sinto feliz de saber que você quer estar assim comigo o tempo todo... não diga que se sente uma idiota por isso. -ele procura meus olhos e eu reviro, sorrindo e o puxando para um abraço.
  -Vamos contar isso para Kim e Clara?
  -Claro que sim... mas por enquanto, apenas para eles... não quero que minha família saiba até estar tudo certo para o casamento. Eles não vão aceitar isso... e não sei o que fariam para impedir.
  -Então... será um segredo?
  -Até eu voltar e a gente se casar.
  -Nos casaremos sem eles saberem?
  -Contarei 1 semana antes... apenas para eles decidirem se querem vir e participar. Mas saberão o local e qualquer detalhe no dia.
  -Uau... você pensou em tudo.
  -Depois que descobri o que aconteceu de verdade com minha mãe... as mentiras que me contaram para que eu não a procurasse... isso me deixou em alerta.
  -Entendo.
  -Se quiser falar com seu pai... e seus padrinhos... tudo bem... mas... a família do Kim e a minha... não sei se seria bom.
  -Confio na mãe dele.
  -Meus tios ok... mas apenas... ok?
  -Certo.
  -Como quer se casar Isa? Como quer fazer isso? -ele me pergunta e logo sinto uma animação estranha, eu nunca pensei nisso, mas agora eu estava imaginando ele me esperando e eu vestida com um longo vestido branco rendado e leve, um lugar cheio de flores e areia, uma pequena coroa de flores em meu cabelo e nossa família... tudo simples... e compartilhei com ele. E ele me ouviu atentamente e parecia feliz e eu também estava. Por um momento não pensamos em mais ninguém. Em nenhum problema. Apenas fizemos planos. Apenas sonhamos!

Stupid LiarOnde histórias criam vida. Descubra agora