Capítulo 28

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-É aqui? -pergunto ao passarmos por um portão automático.
-Sim. -ele sorri e me olha de lado.
-Mas você disse que era um apartamento?
-A princípio era... mas achei pequeno os que vi e os últimos andares que eram maiores, Clara disse que você não ficaria nada bem. -ele sorri.- Então decidi por uma casa.
-Olho em volta e vejo apenas portões grandes e entradas bonitas.
-Isso deve ter sido uma fortuna... é loucura.
-Não se preocupe...saiu mais em conta do que o apartamento que eu estava olhando. E vai ser ótimo para quando nosso filho estiver correndo pela casa.
-Ele nem nasceu e você esta pensando nele correndo pela casa? -Tento lembrar o motivo de estar irritada, mas acabo rindo com ele. Ele parou em um portão grande e preto, então apertou o botão do controle e ele abriu. Passamos por uma entrada com a grama bem aparada e seguimos para a garagem que cabia uns 3 carros.
Ele estacionou o carro e eu desci em seguida. Estava com um vestido curto e branco, de alcinha, e as sandálias que a mãe do Kim me deu para usar. Jiyong deu a volta, abriu o porta malas e pegou minha última mala que ainda estava no apartamento que eu dividia com Clara. Pegou uma mala de mão que era dele e e encaixou as duas e veio em minha direção, estendendo a mão.
-É nosso lar agora. -ele sorri e eu faço o mesmo, então saímos da garagem e paramos na entrada.-Essa é a entrada... esse espaço aqui podemos chamar um paisagista. O que acha?
-A Grama está linda... vamos deixar assim ok? -digo e ele sorri.
Seguimos até a entrada e subimos uma escada pequena que dava em uma porta de madeira gigantesca. Ele abriu e eu fiquei encantada e assustada com tudo o que ele fez em tão pouco tempo. Tinha um pequeno hall de entrada, com uma parede revestida de pedras, um banco de madeira grande e ao lado alguns ganchos para pendurar roupas e bolsas. Embaixo do banco de madeira tinha divisórias e algo semelhante a pantufas, olhei para ele que apenas sorriu. Jiyong foi até o banco e se sentou, fazendo a troca dos calçados.
-Você não precisa fazer isso ok? É que eu não consigo mudar esse costume.
-Tudo bem... eu acho bom e ... vai ser bom ter o chão sempre limpo. -sorri e ele fez o mesmo. Me aproximei e troquei meu calçado também. Jiyong trancou a porta e veio em minha direção.
-Esquecemos de uma coisa. -ele diz e eu o encaro pensativa. Então ele me pega no colo e eu me assusto e em seguida começo a rir.
-Já passamos pela porta. -digo e ele me dá um selinho. -Mas eu gostei.
-Vamos seguir para a sala. -ele brinca e seguimos até a sala. Grande. Clara e totalmente um modelo clean. Tinha um quadro estranho em uma das paredes, de um homem de blusa xadrez com um cigarro na mão, encarei ele que apenas deu de ombros e sorriu.
-É um dos meus favoritos. Pedi que meu amigo trouxesse pra mim.
-Entendi. Na verdade... não entendi o que ele tem de bonito... mas ok... não entendo de arte. -digo e ele sorri. -Estou amando estar no seu colo, mas eu quero andar pela casa. -digo e ele me coloca no chão. -Talvez eu te solicite novamente para subir as escadas.
-Essa casa tem uma suíte aqui embaixo. Eu escolhi essa justamente porque seria bom para você.
-Já estou bem... vamos dormir lá em cima. -digo e sigo animada para olhar tudo. A sala era enorme, um sofá preto de couro grande de frente para a TV que tinha também um tamanho exagerado. Outra mesa de madeira cumprida atrás do sofá que ia de uma ponta a outra.
-É para nossas fotos. Vamos revelar e deixei alguns lugares para preenchermos com nossa história. Ele diz e eu o encaro. Ele havia pensado em tudo, em cada detalhe. Olhei em volta, a cozinha totalmente aberta e de frente para a sala, com uma ilha no meio dela e sem divisórias. -Você queria algo simples... para nós 3... achei que um lugar aberto onde pudéssemos estar todos no mesmo lugar, seria perfeito para você. -sinto meus olhos encherem de lágrimas e ele se aproxima preocupado. -O que houve?
-Obrigada! -digo e o abraço. -Está perfeito. Lindo... eu amei tudo. Está perfeito. -me solto dele e vou até o meio da sala e olho em volta. Então vejo uma mesa de jantar para 6 pessoas, de madeira preta também. Havia uma porta de vidro e segui para olhar, tinha uma pequena área com grama bem aparada.
-Vem... vamos ver os quarto. -ele pega em minha mão e subimos as escadas. -são 3 quartos aqui em cima. Temos esse quarto, por enquanto tem algumas coisas que precisamos arrumar depois. -ele riu e fechou a porta, estava com malas, bolsas e caixas. -esse outro, será o do bebê. -ele abre e o quarto estava vazio e totalmente em branco. -É todo seu. -ele diz e eu sorrio. -E este... -ele me puxa e abre a porta. -É o nosso.
Havia uma cama enorme, uma cabeceira grande e na cor preta também, macia. Do lado de cada cabeceira uma mesinha com abajour e gavetas. Uma TV na frente da cama, na parede e do lado uma porta de vidro, com uma sacada e duas espreguiçadeiras.
-Não vai reclamar das minhas roupas na mala porque não coube no guarda roupa. -ele diz e sorri, me puxando para uma porta fechada. Essa porta aqui, é do nosso banheiro, ele abre e tem um banheiro grande com duas pias, uma banheira e um box com chuveiro. Abriu a outra porta e eu fiquei desacreditada. Um enorme closet. A parte dele estava lotada, bem organizada, os sapatos dele um ao lado do outro e bem arrumado. O meu estava quase vazio.
-Pedi para aumentarem o closet, tiraram um pouco o tamanho do quarto e banheiro.
-Isso é simples pra você? -Pergunto e ele sorri envergonhado. -Eu amei tudo... é tudo perfeito. -digo e me aproximo. -Mas sabe o que eu mais amei? -ele me abraça e me olha nos olhos. -Saber que você vai estar aqui... que nós estaremos juntos e que você se esforçou tanto para deixar de um jeito bom para nós dois.
-Fico feliz que tenha gostado.
-Eu amei. -digo e o beijo. -Vamos estrear a banheira? -pergunto e ele sorri, colocando as mãos atrás do meu corpo e tateando até achar o zíper.
-Adorei a idéia. -ele desceu o zíper e nos beijamos.
Aquela seria nossa primeira noite na casa. Eu estava tão animada que não conseguia pensar em mais nada. Só queria estar com ele. E foi perfeito. Nos amamos, e aproveitamos cada segundo ao lado do outro. Aquela casa toda nossa, estávamos cem por cento à vontade. E foi incrível.
***
Acordei cedo, Jiyong estava dormindo ainda, sai devagar da cama, coloquei o roupão dele e desci as escadas em silêncio. Queria preparar o café da manhã pra ele e fazer uma surpresa. Ele havia feito praticamente tudo sozinho e devia estar cansado. Fui até a cozinha e abri quase todos os armários. Achei frigideira, colheres e alguns ítens. Fiz vitamina de morango, ovos mexidos com bacon, pão de queijo, torradas, café e cortei uma manga que encontrei na fruteira também. Clara com certeza fez as compras. -sorri ao imaginar ela no mercado porque Jiyong não queria que eu tivesse fome e a casa estivesse vazia. Arrumei tudo na mesa para estrearmos ela e depois limpei tudo e subi animada. Ele ainda estava dormindo. Fui até a cama e o beijei. Ele abriu os olhos devagar, estava com o rosto levemente inchado, e totalmente lindo.
-Bom dia! -digo e ele sorri. Olhando em volta.
-Bom dia senhora Kwon. -ele diz e eu faço uma leve careta, mas me sinto infantil por gostar dele pronunciando o nome.
-Fiz café da manhã para a gente.
-Fez é? -ele esfrega o rosto e eu dou um selinho nele.
-Sim... vai lavar seu rosto e te espero lá embaixo. -digo animada e ele sorri, se levantando enquanto eu entro no closet e coloco um short jeans e uma blusinha fina azul clara de alcinha. Solto meu cabelo e o encontro na porta do closet.
-Vamos? -ele estende a mão e descemos juntos para tomarmos café.
-Não encontrei muitas coisas... ainda estou um pouco perdida... mas aos poucos me acho aqui.
-Sim... e se quiser mudar tudo de lugar, faça isso...faça o que quiser... ok?
-Ok! -digo e tomamos o café.
Ficamos aquele dia inteiro juntos. Fizemos amor na sala, no quarto de novo, na banheira e passamos o dia apenas nos curtindo, com celulares desligados. Assistimos filme a noite e depois dormimos pesado a noite inteira. Ficamos assim por 3 dias, saímos de casa apenas para passar a virada de ano com a família do Kim. Meu pai e meus padrinhos haviam voltado para casa no dia seguinte do casamento. Clara dessa vez passou a virada com a gente, e foi muito divertido.
-Como está a vida de casados? -ela perguntou enquanto estávamos comendo algumas castanhas sentadas na entrada da casa do Kim.
-O paraíso.
-Uau...aproveite bem... depois começamos as reclamações pelas toalhas molhadas na cama, louça suja, e tudo mais de um casamento. -ela brinca e eu dou um leve empurrão nela.
-Eu consegui enxergar ele reclamando de tudo isso porque eu mesma estou fazendo... ele é muito organizado. Clara... ele separa as roupas por cor. Os sapatos são bem organizados e é tudo sempre limpo.
-Amiga... aquele quadro pendurado na sua sala...
-Qual? O esquisito que tem um homem de xadrez segurando um cigarro?
-Esse mesmo... custa uma fortuna.
-Aquele quadro estranho?
-Sim... ele tem um gosto muito refinado. Mas estava muito preocupado de você não se sentir em casa.
-Eu me assustei um pouco quando cheguei... mas eu realmente sinto que estou em um lar. -digo e ela sorri.
-Eu estou feliz por você... senti muito sua falta esses dias e é estranho saber que você não vai voltar mais... que se casou e está em sua casa. É estranho... mas estou tão feliz por você.
-Sinto sua falta também... mas vamos nos ver sempre... e você pode ir sempre que quiser em nossa casa.
-Assim que esse bebê nascer, não sairei de lá, se prepare. -ela diz e eu sorrio.
-Será sempre bem vinda a madrinha do meu bebê. -ela me olha e sorri.
-Madrinha?
-Com certeza... é a mais qualificada. -digo e ela me abraça. -Eu te amo. -digo e ela se afasta e me olha com os olhos cheios de lágrimas.
-Eu te amo também. -ela me abraça forte e logo eu estava chorando também. -Agora chega... jajá dá meia noite, vamos lá ficar com todos para vermos os fogos juntos. -ela limpa os olhos e eu sorrio, então faço o mesmo e nós duas seguimos juntas para a sala.
Kwon estava com uma bebida na mão e estava sorrindo e bem alegre enquanto conversava com Kim e os dois amigos dele. Os olhinhos estavam brilhando e ali notei q ele havia bebido bastante. Nos aproximamos e ele me puxou para ficar na frente dele. Ficamos de mãos dadas e eles passaram a falar em inglês para que eu e Clara pudéssemos participar.
Dormimos naquela noite na casa do Kim, pois Jiyong bebeu bastante com os amigos. Eles foram de táxi para o hotel. E eu ajudei a mãe do Kim a arrumar tudo.
-Amei seu bibbimbap... estava com saudades de comer ele. -digo e organizo a louça para lavar, enquanto Clara pegava os pratos e panelas e trazia para mim.
-Que bom que gostou...é muito simples... vou te ensinar.
-Não vai ficar igual... já comi com Jiyong em
Um restaurante coreano, e não era igual. -digo e ela sorri.
-Aprendi com minha mãe, eu sempre gostei muito de cozinhar.
-Porque não abriu um restaurante?
-Eu sei cozinhar... mas não saberia cuidar do negócio.
-Como assim?
-Abrir... ver o que precisa... licença... pagamentos... eu não sou boa com isso. -ela diz e sorri.
-Se precisar... posso te ajudar. -digo e ela me olha pensativa... então sorri.
-Não... é melhor não...
-O que? -Tae entrou e trouxe uns sacos para jogarmos o lixo fora.
-Eu estava aqui dizendo a sua mãe que ela devia abrir um restaurante.
-Já dissemos isso para ela... ela ama cozinhar e fica tanto tempo sozinha.
-Viu... -digo e sorrio.
-Vocês podem fazer isso juntas... Isabel pode administrar e a senhora cuidar das comidas. -Clara diz e eu e a senhora Kim nos olhamos. Então sinto logo uma excitação sobre o assunto.
-Com certeza... -digo e me aproximo. -Podemos fazer isso... faço uma pesquisa de mercado para achar um lugar bom pra isso... e cuidar da papelada, licença e tudo o que precisar.
-Mas precisamos de dinheiro para isso. -ela diz e eu sorrio novamente e me sinto uma criança.
-Eu tenho. -digo e Clara sorri. -É um dinheiro que eu tenho guardado... e Jiyong não me deixou ajudar na compra da casa... se a senhora topar... podemos tentar.
-E se der errado?-ela parecia incerta.
- E se não der? Digo e ela sorri. -Vamos estudar isso, sentar e ver qual seria nosso plano, quanto gastaríamos e de quanto precisamos... ok?
-Ai meu Deus... será? -ela diz, mas parecia animada.
-Sim... vamos conseguir... vai ser um sucesso. -digo e ela se animou.
-Vamos tentar então... eu tenho um dinheiro guardado também... vamos ver de quanto precisamos. -ela diz e eu me aproximo e a abraço. -Mas se lembre que está grávida... não pode fazer tanto esforço e precisa se cuidar.
-Não se preocupe... pode deixar. -digo e ela me
Puxa para outro abraço.
Naquela noite fiquei com a cabeça a mil, era um projeto... um plano e eu estava feliz de tentar meu próprio negócio. Estava ansiosa para compartilhar isso com Jiyong. Encarei ele dormir até pegar no sono. E sonhei a noite toda com contas, negócios e choro de bebê.

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