Stupid Liar

Capítulo 25

  -Isabel... o que aconteceu? -Clara e Kim entraram no quarto de Jiyong e nós dois nos entreolhamos. -Fui na casa da mãe do Tae e chegando lá você não estava, liguei a manhã inteira para seu celular e já estava para acionar a polícia quando ele teve a ideia de ligar para o Jiyong.
  -Calma amiga. -digo e ela respira e vem em minha direção. -Desculpa... não consegui ligar.
  -Ele disse que você passou mal e foram para o hospital... o que houve? -ela se senta ao meu lado e todos ficam me encarando esperando respostas. Olho para Jiyong esperando algum tipo de ajuda e ele se aproxima e senta ao meu lado, colocando a mão protetoramente em minha perna.
  -Nós temos que falar algumas coisas pra vocês... mas precisam guardar segredo para o bem da Isa... por enquanto.
  -Fala logo... o que aconteceu com minha amiga? Proteger de quem? -ela já estava no modo proteção total.
  -Vamos nos casar. -ele solta e eu encaro confusa com a ordem de prioridades de assuntos.
  O silêncio se instala e Clara parecia chocada, depois confusa, abre e fecha algumas vezes a boca e me encara.
  -Vão casar escondidos por que?
  -Não é o casamento em si... mas... precisamos proteger alguém além da Isa... e... se minha família souber que vou me casar... Kim sabe que eles não iriam ficar quietos. -encaro Kim que tinha um semblante triste.
  -Mas vão casar para se livrar da sua família?
  -Você sabe o que sinto por ele Clara! -digo e ela olha em meus olhos e depois suaviza e sorri.
  -Não precisam esconder... Isa é forte e nós vamos ajudar vocês... Não é Tae? -ela olha sorridente para Kim e ele sorri e assenti.
  -O problema está aí... Isa não pode se estressar e nem fazer qualquer esforço... e não quero que minha família venha atras dela para tentar nenhum tipo de conversa.
  -O que ela tem? -Clara ficou impaciente novamente.
  -Estou grávida! -digo para encurtar toda a história, porque eu já estava nervosa com toda a volta e explicação do Jiyong.
  Kim e Clara ficaram totalmente calados, encarando minha face enquanto eu apenas olhava de volta, porque o choque da notícia já tinha dissipado mais da metade.
  -Acho que ouvi errado.
  -Não ouviu... eu estou grávida... de 9 semanas aproximadamente... no momento é uma gravidez de risco porque tive um descolamento ovular... e disso surgiu algo como um hematoma... pode se dissolver sozinho... mas quanto maior, maior a chance de eu ter um aborto espontâneo... então... preciso fazer um repouso absoluto... e seguir algumas orientações para que isso dissolva sozinho e eu possa ter uma gravidez tranquila até o final sem o bebê correr riscos.
  -Você disse 9 semanas? -ela estava em choque. E eu quis rir da expressão em seu rosto.
  -Clara... só ouviu isso?
  -Parei nisso... meu Deus Isabel... grávida? Você nem queria namorar... eu estou chocada.
  -Eu sei...-digo e encaro Jiyong que retribuiu o olhar e sorri.
  -Vão se casar por isso?
  -Não...eu já tinha dito pra Isa que eu queria ficar com ela... construir uma família e que eu me casaria apenas com ela... antes de saber do bebê.
  -Mas quero que ele vá para a Coréia e resolva os problemas que ele tem que resolver antes da gente casar.
  -Pra que? Ele pode simplesmente não ir... a suposta noiva está aqui... termina com ela mesma e pronto. -Isa diz e se levanta.
  -Querem se casar quando? O melhor é antes do bebê nascer Jiyong... para ele não nascer como ilegítimo e sofrer com todo o preconceito que sabemos que terá.
  -Isso não vai acontecer. O casamento acontecerá em um pouco mais de um mês... vou na Coréia, resolvo o que tiver que resolver e te envio os documentos. Vou assinar uma procuração para você... tudo bem Kim? Para resolver algumas coisas aqui pra mim. Preciso achar um apartamento para a Isa ficar...aqui tem muitas escadas e não é bom pra ela.
  -Jiyong...
  -Já conversamos Isa... vou até o cartório com Kim e ver o que preciso reunir... ok?
  -Tudo bem. -digo e ele me dá um beijo na testa antes de sair. Ficamos apenas Clara e eu.
  -Não precisa casar se não quiser Isabel. Não sei como funciona pra eles lá no país dele... mas aqui no nosso... você faz o que quiser... eu vou te apoiar em qualquer decisão. -ela diz e junta levemente a sobrancelha e coloca a mão na cintura.
  -Eu sei amiga... mas não vou casar por causa do bebê... quero essa família Clara... eu não queria nada e ganhei os dois... não quero abrir mão disso. -digo e ela respira fundo e se aproxima.
  -Estou chocada!
  -Eu também... tinha que ver nossas caras quando a médica disse que tinha um bebê. -digo e começamos a rir.
  -Ai meu Deus Isa...você vai ter um bebê! -ela coloca a mão no rosto dramatizando e depois começa a rir. -E sempre acharam que eu me casaria e teria filhos primeiro. -ela cai na risada e eu faço o mesmo.
  -Quando ele vai?
  -Segunda. -me sinto triste e sozinha só de pensar.
  -E volta?
  -Dia 23... antes do natal.
  -Huuum... amiga... -ela se aproxima e sorri. -Posso conversar com o bebê? -ela diz e eu faço uma cara. -Encosta aí. -ele diz e eu vou levemente para trás. -Oi bebê... sou a tia Clara... com certeza a primeira a falar com você, porque esses seus pais são... peculiares... mas não se preocupe que a tia Clara vai animar seus dias. Estou super ansiosa pra te conhecer. -ela passa a mão na minha barriga e eu reviro os olhos.
  -Com certeza mesmo que não fizemos isso... as vezes você esquece a idade que tem.
  -Ué? Não sabia que faz bem conversar com o bebê? Ele ouve. -ela começou com os devaneios dela e eu apenas sorria com a bobeiras que Clara falava. Ela me fazia esquecer de tudo e eu sabia que ela estava tentando me fazer esquecer toda aquela loucura e me distrair. Ela era única. E eu sabia que estaria ao meu lado.
Eu fiquei com Jiyong todo o fim de semana, ele não me deixava levantar pra nada... apenas para jr ao banheiro, e no banho ele ficava por perto pra garantir que eu não iria passar mal e cair.
No dia dele viajar, acordei cedo e o ajudei com as malas, fiquei na cama sentada enquanto ele me dava o que queria levar, eu estava sentindo um vazio imenso por saber que o veria apenas em um mês, e ele parecia ansioso também, pois andava de um lado para o outro coçando levemente a testa e puxando os cabelos que teimosamente caíam em seu rosto. Depois de arrumar tudo ele veio em minha direção e me abraçou.
-Vou tentar voltar antes... ok? -ele diz enquanto estávamos com a testa grudada um no outro.
-Espero que consiga! -digo e sorrimos.
-Se cuida... e cuida... do nosso bebê... ok? -ele diz e faço um sim com a cabeça. Nos abraçamos e ali nos despedimos... ele não deixou que eu fosse até o aeroporto. Fiquei ansiosa olhando a hora no
Relógio passar e só conseguia pensar na espera angustiante que eu teria até que ele chegasse.