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Dulce

Na manhã seguinte, eu demorei um pouco a levantar da cama. Sabia que teria que enfrentar Christopher e não estava preparada para aquilo. Passei horas deitada na cama, olhando para o teto sem mover um dedo, sem sentir a mínima vontade de sair daquele quarto e começar o dia.

Quando ouvi a porta do quarto ser aberta, apertei os lençóis e fechei os olhos, querendo evitar quem quer que fosse que acabara de entrar.

— Dulce? Está dormindo? — ao ouvir a voz de Katy, eu abri os olhos novamente e a encarei.

— Oi, querida, bom dia. — tentei sorrir.

— Bom dia! Você não vai tomar café da manhã? Só falta você. O Christopher disse para eu chamá-la. Depois do seu café, você vai me arrumar e nós vamos até o rio tirar fotos minhas, se lembra?

— Sim, eu lembro. Já irei descer.

— Ok. — ela correu até a porta, mas parou e virou-se na minha direção antes de sair. — Eu não te acordei, não é? Tia Alê disse que seria rude.

— Eu já estava acordada, não se preocupe. — com um sorriso no rosto, ela saiu cantarolando porta fora.

Arrastei minhas pernas até a beirada da cama e fiquei sentada por alguns minutos, respirando fundo algumas vezes, buscando coragem para encarar aquela manhã.

Peguei a minha toalha e fui direto para o banheiro. Tomei um banho frio e depois vesti um jeans claro, uma camiseta preta e sapatos de camurça marrom. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e coloquei um pouco de blush para disfarçar a palidez.

Desci as escadas e fui até a cozinha, onde Alexandra arrumava algumas coisas enquanto a pequena Katy estava sentada ao balcão e Christopher estava em pé perto da pia, tomando uma xícara de café.

— Bom dia, Dulce! — Alexandra sorriu para mim. — Eu já ia tirar a mesa, mas a Katy disse que você tomaria o café da manhã.

— Ah, você pode tirar se quiser. — seria muito bom não comer nada.

— Você vai comer sim. — Christopher disse seriamente, num tom quase paterno.

— O que é isso, meu filho? Não fale desse jeito. — Alexandra o repreendeu. — Entendo que possa não sentir fome pela manhã, mas acredite, é a refeição que te deixa de pé pelo resto do dia. Sente-se, coma uma torrada com geleia e tome um copo de suco. — eu sorri fraco e sentei no banco ao lado de Katy.

— Você já bebeu leite recém tirado da vaca? — Katy perguntou com seus olhos enormes brilhando.

— Não. — falei.

— Vamos fazer isso hoje! Papai não vai estar na fazenda, então o Christopher disse que tiraria o leite. Ele pode te ensinar!

— É mesmo? — eu sorri e desviei meus olhos na direção de Christopher, que apesar de continuar sério, parecia ter relaxado sua face. — Eu vou adorar.

Eu terminei o meu café da manhã e ajudei Katy a se arrumar para as suas fotos. Fiz uma maquiagem bem leve, já que ela era criança. Escolhemos um vestido amarelo todo bordado e em sua cabeça, eu sugeri que ela colocasse uma coroa de flores. Estava uma verdadeira princesa.

Nós três saímos da fazenda e seguimos até o rio. Durante todo o caminho, Katy ia falando de tudo sobre todas as coisas, preenchendo o caminho que estaria silencioso caso ela não estivesse ali para falar. Eu desviava meu olhar na direção de Christopher vez ou outra, observando seu semblante fixo na estrada, sem nenhuma expressão que pudesse ser decifrada.

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