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Christopher

Eu e Dulce fizemos uma viagem de carro que durou três horas e meia. O caminho foi divertido, já que cantamos, fizemos alguns jogos pelo caminho e conversamos sobre coisas bem aleatórias, como vida em outros planetas e até as guerras que já aconteceram no mundo. Qualquer assunto era bom quando eu falava com ela e isso era o que mais mostrava o quanto éramos amigos, por mais que eu quisesse ser mais que isso.

Chegamos até a fazendo e assim que saímos do carro, eu dei uma olhada em volta e fiquei feliz por ver que tudo parecia igual. Os melhores anos da minha infância haviam sido vividos ali e eu era grato por aquele lugar existir e ser da minha família.

A fazenda pertencia aos meus avós. Meu avô infelizmente já era falecido, mas minha avó tinha pulso firme, eu até brincava dizendo que ela viveria mais do que eu. Minha mãe passou a morar com ela depois do divórcio. Meu tio e sua esposa sempre preferiram ficar e criar a minha priminha na natureza desde cedo.

— Christopher! — ouvi uma voz aguda gritar por mim assim que eu e Dulce chegamos perto da entrada.

— Katy! — abri meus braços e recebi um forte abraço da garotinha de oito anos que se animou ao me ver. — Como você cresceu! — acariciei seus cabelos e sorri para ela.

— Você não cresceu muito. — apertou meu nariz. — Oi! — ela olhou para a Dulce.

— Oi! — Dulce sorriu de volta.

— Você é a amiga modelo do Christopher?

— Sou sim.

— Você é tão bonita! Por que não namora com ela? — perguntou olhando para mim. — Por que vocês não namoram? — virou sua atenção para a Dulce.

— Ah... — indaguei um pouco sem jeito, olhando minha amiga de relance que agora se encontrava corada e rindo. — Você faz perguntas demais, baixinha! Vamos ver o resto do pessoal.

Katy saiu correndo na frente e eu caminhei calmamente ao lado de Dulce. Na varanda, estavam minha mãe e minha avó, que acenaram ao nos ver.

— Meu querido! — minha mãe veio até mim e me deu um abraço apertado. — Que bom te ver! Está gordinho, sinal de que está vivendo bem. — apertou minha barriga e eu ri. — E você deve ser a Dulce. Sou a Alexandra.

— É um prazer. — Dulce estendeu a mão para um cumprimento, mas carinhosa do jeito que minha mãe era, foi logo a puxando para um abraço, que pegou Dulce de surpresa. — Uau. — ela riu, ainda dentro do abraço.

— Vovó! A senhora parece mais jovem, anda se exercitando? — abracei minha avó apertado.

— Não fale besteiras, criança. — sorriu.

— Dulce, essa é a minha avó, Helen.

— Deixa eu te ver de perto. — minha avó segurou o rosto de Dulce e a analisou. Dulce me deu uma olhada de canto, claramente confusa com a situação. — Tão bonita, mas está sem cor, anda se alimentando bem?

— Vovó! — a repreendi.

— Hoje vamos fazer um jantar bem reforçado, você vai repor suas energias. — apertou a bochecha de Dulce de leve.

— Os quartos de vocês já estão prontos. — minha mãe disse. — Ficam lado a lado.

Segui com Dulce até o andar de cima da casa. Fomos acompanhados pela pequena Katy, que parecia ter criado um fascínio pela ruiva que ao meu ver, estava bem acanhada, como se estranhasse e ao mesmo tempo se encantasse com todo aquele calor familiar.

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