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Dulce

Quando acordei na manhã seguinte, tateei o colchão em busca de Christopher, mas ele não estava mais lá. Esfreguei meus olhos os abrindo devagar e sentei na cama olhando para os lados. Será que eu havia dormido demais?

Antes que eu pensasse em levantar, a porta do quarto foi aberta e ele entrou com uma bandeja de café da manhã bem recheada, tinha até uma margarida dentro de um vasinho com água. Sorri vendo aquela cena e senti um calorzinho no peito, feliz por presenciar algo assim e poder ser cuidada por ele daquela forma.

— Bom dia para a mulher mais linda desse mundo. — ele colocou a bandeja em minha frente e beijou minha testa.

— Bom dia. — eu sorri. — Acordou inspirado.

— São os efeitos de acordar ao seu lado. — acariciou meu rosto.

— Eu queria ficar o dia inteiro na cama hoje. — me espreguicei.

— Seria ótimo, mas temos que trabalhar.

— Não vejo a hora de terminar essa semana e essa temporada. Daí a gente vai poder tirar um dia só pra nós. — aproximei-me dele e depositei um selinho demorado em seus lábios.

— Alfonso está pensando em fazer uma festa na agência após o último desfile, nós podemos viajar até a fazenda no dia seguinte, que tal? Eu sei que gostou quando fomos.

— Eu iria amar! — sorri.

Nós comemos juntos e eu me empanturrei com todas as coisas que ele preparou. Ultimamente, eu não estava muito preocupada com a comida, mas o fato de ninguém estar me repreendendo quanto a isso é sinal de que estou melhorando.

— Você tem mesmo que ir agora? — choraminguei ao acompanhá-lo até a porta.

— Estarei aqui à noite. — sorriu de lado. — Nós podemos sair para jantar.

— Comida italiana? — entornei seu corpo com os braços e o olhei sapeca.

— O que você quiser. — segurou o meu rosto e me beijou.

Christopher começou a andar para trás, com o intuito de se afastar do beijo, mas eu avancei sobre ele, aprofundando aquele toque ainda mais, tornando-o mais selvagem do que era previsto. Ele me girou e me encostou contra a porta, apertando a minha cintura com uma mão enquanto a outra segurava a minha nuca.

— Eu tenho mesmo que ir. — sussurrou sobre a minha boca após pararmos o beijo.

— Vá antes que eu te agarre. — rimos.

Ele saiu pela porta e eu me vi sozinha com o coração mais aquecido e preenchido do que nunca. Só essa sensação foi o suficiente para eu ter certeza de que estava tomando a decisão certa e que ele me faria feliz sempre.

Fui cantarolando até o banheiro. Prendi meu cabelo num coque, tirei toda a minha roupa e fui caminhando até o box. Antes de entrar, eu olhei para o lado da pia e avistei a minha balança digital, a qual eu não utilizava fazia alguns dias.

Só por curiosidade, eu peguei a balança e subi nela. Fechei meus olhos, respirei fundo e enfim tomei coragem para olhar o meu peso. Para o meu desagrado, eu havia engordado um quilo, muito provavelmente porque não estava mais preocupada com o que estava comendo e estava correndo menos do que antes. E claro, sem contar que eu havia parado de me induzir ao vômito.

— Que merda... — resmunguei.

Fui até a frente do espelho e observei o meu reflexo. E como se fosse mágica, eu comecei a notar tantas imperfeições que tive vontade de chorar. Eu não conseguia ter controle sobre o meu corpo e isso era desesperador. A ideia de voltar a ficar gorda me abalou e senti minhas pernas fraquejarem.

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