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Dulce

Primeiro dia sem a tentação Uckermann. Aquilo ainda não havia entrado em minha cabeça e eu me perguntei durante toda a madrugada o porquê de eu me incomodar tanto. Não era como se eu estivesse brava ou apenas chateada. Eu fiquei mesmo muito triste por não poder mais toca-lo, beijar sua boca e senti-lo dentro de mim. Eu gostava daquilo e iria me fazer muita falta, mais do que imaginei que faria.

Assim que ele deixou o meu apartamento, eu me arrumei para ir até o estúdio. Conheceria a fotógrafa que ficaria no lugar dele e estava pouco animada para aquilo. Apesar de amar a temporada de primavera, era mais divertido trabalhar com Christopher. Principalmente quando eu dava em cima dele na frente de todos, o que fazia seu rosto ficar vermelho de vergonha, em uma timidez muito fofa.

Adentrei no estúdio e notei a correria, as camareiras passando com os figurinos, modelos cercadas de maquiadores, os tantos flash's e vozes de dezenas de pessoas que se misturavam umas nas outras. Eu só queria chegar ao camarim e me vestir antes de me perder naquela bagunça.

Apressei o passo e vi de costas, uma morena que tirava foto e guiava três modelos no cenário florido. Sua voz era firme, porém doce. Como ela era a única que eu não reconheci, deduzi que fosse Maite Perroni. Antes de me apresentar formalmente, eu continuei meu caminho para o camarim.

Vesti meu primeiro figurino. Uma roupa laranja bem praiana, um short e um cropped justos. Em meu cabelo, uma flor na lateral da mesma cor da roupa. Coloquei algumas bijuterias bem coloridas e depois que a maquiadora terminou de me arrumar, eu fui até o cenário onde tirariam as minhas fotos.

Maitê não falou comigo, não se apresentou e nem me deu um simples "olá". Ela apenas começou a dar ordens como um general, enquanto eu fazia diferentes poses. Alguns diriam que ela estava sendo apenas profissional demais, mas eu a achei grossa. Pois é, Christopher, sua substituta era mesmo uma vaca.

A sessão durou pouco mais de duas horas e nem entre os intervalos ela trocou palavras comigo. A mulher mal me olhava, era como se eu fizesse parte do cenário atrás de mim. E quando finalmente acabamos, eu corri para pegar o meu celular, pensando em ligar para Christopher.

Antes de ir até a minha agenda, eu abri as redes sociais e vi que ele tinha publicado um story com a sua lenta, baixinha e sem graça assistente. Bufei olhando os dois sorrindo em frente à uma passarela vazia, sendo preparada para o evento que aconteceria mais tarde. As bochechas dela se destacavam de tão avermelhadas. Ela não conseguia se aguentar perto dele e isso era patético.

— Tudo bem? — ouvi uma voz perguntar atrás de mim e franzi a testa ao perceber que era a Maitê.

— Sim. — fui direta e não perguntei se ela estava bem também. Eu não tinha interesse em prolongar qualquer conversa com ela.

— Não nos apresentamos formalmente. Já sabemos os nomes uma da outra, mas vamos fingir que não. Sou a Maitê. — estendeu-me sua mão e eu devo ter demorado uns cinco segundos até erguer a minha.

— Dulce Maria.

— Realmente você faz jus ao que dizem de você.

— Como assim? — arqueei a sobrancelha.

— É muito talentosa, foi fácil tirar fotos de você e, além disso... — olhou-me de cima a baixo. — Tem uma presença bem intimidadora.

— Eu intimidei você? — sorri de canto.

— Você tentou. — sorriu da mesma forma que eu. — Não me leve a mal, eu não sou grossa, apenas gosto de trabalhar primeiro e conversar depois. Entende?

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