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Dulce

Chamei Maitê para jantar em minha casa, já que eu não poderia deixar Christian sozinho por muito tempo e não estava pronta para pedir favores ao Christopher.

— Um caminhão passou por cima de você? — Maitê perguntou ao meu primo depois de encara-lo por longos dez minutos.

— Eu só andei um pouquinho rápido. — ele tentou se mover, mas fez cara de dor e desistiu. — Imagine que eu dei de ombros agora.

— Um pouquinho rápido? Você é motoqueiro ou suicida? — arqueou as sobrancelhas.

— Quer descobrir? Quando eu me recuperar, te levo pra dar uma volta.

— Ainda pretende subir em uma moto?

— Essa não é a primeira vez que eu me arrebento.

— Você é doido. — riu. — Sim, eu aceito dar uma volta com você.

— Vocês são uma versão do sexo oposto um do outro. — comentei. Eles se olharam, se analisaram e depois negaram com a cabeça. — May, eu preciso de ajuda.

— Por isso me convidou para jantar? Me sinto usada! — dramatizou. — O que rolou?

— Sabe o Thomas?

— Aquele poço de estrume? Sei.

— Preciso de provas de que ele frequenta um clube de sadomasoquismo.

— Eu adoraria ferra-lo, mas posso saber por que?

— O Christopher bateu nele e o idiota está usando isso pra me manipular.

— De novo? — revirou os olhos. — Foi inteligente em pensar em ter algo contra ele.

— Eu que pensei nisso. — Christian disse. — Olho por olho...

— Dente por dente. — May completou.

— E nariz por nariz. — abri a foto de Thomas surrado e mostrei para ela.

— Uou! — riu. — Lembre-me de parabenizar o Christopher por isso. — eu limpei a garganta com uma tosse e mirei a minha xícara de café. — O que? Qual o problema? — fiquei em silêncio.

— Eles brigaram. — Christian explicou.

— Ah, merda, por causa daquela matéria? — ela fez uma careta. — Eu tinha até esquecido disso.

— Você também viu? — suspirei.

— Acho que todo mundo viu, só se fala nisso. — eu apenas assenti. Não queria mesmo prolongar aquele assunto. — Você acreditou naquilo?

— Você não?

— Eu não vou mentir, Dulce. — desviou o olhar. — Não parecia que aquele beijo foi forçado.

— Ok... — engoli em seco. — E o Thomas? Pode me ajudar?

— No que pensou exatamente?

— Temos que dar um jeito de recebermos convites para aquele clube. Lá só entram em casais heterossexuais ou homossexuais. Nós vamos juntas.

— Você reconheceu alguém importante quando esteve lá? Alguém que possa nos dar um convite?

— Tinham algumas pessoas da elite sim.

— Me passa os nomes, talvez algum deles me deva um favor. — a olhei de canto com a testa franzida. — Quando se trabalha com gente importante, você tem que saber tê-los em suas mãos. — explicou.

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