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Christopher

Como já havia resolvido minhas questões com Dulce da melhor maneira possível, resolvi finalizar a minha estadia no hotel e voltar para o meu apartamento. Não seria problema nenhum para mim dirigir todos os dias até o evento, eu realmente preferia dormir no conforto do meu quarto.

Acertei tudo na recepção e depois de arrumar a minha mala, eu deixei o quarto. Assim que saí do elevador no térreo, eu esbarrei com Carla que estava prestes a entrar. Ela iria me ignorar, entrando no elevador sem nem olhar para mim, mas eu segurei o seu braço.

— Bom dia, né? — eu disse.

— Bom dia. — respondeu séria.

— Olha, eu acho que deveríamos ter uma conversa.

— Christopher... — soltou um longo suspiro. — Eu não quero ouvir você fazer um longo discurso só para me dispensar. Pensei muito comigo mesma ontem e já sei o que vou fazer, você não tem que quebrar a cabeça com nada.

— E o que você vai fazer? — franzi a testa.

— Eu só aceitei esse emprego para acrescentar na minha experiência no ramo da fotografia. Acho que estou pronta para seguir em frente, ainda mais com a proposta que eu recebi de outra agência.

— Você vai se demitir? — fiquei surpreso.

— Eu vou seguir em frente. Depois da temporada de primavera, aceitarei o emprego como fotógrafa. — sorriu fraco. — Diferente de você, eu não vou ficar correndo atrás de quem não me quer. — arqueei as sobrancelhas, um pouco desacreditado que ela havia dito isso. — Boa sorte com a Dulce. — dito isso, ela entrou no elevador e as portas se fecharam.

Saí do hotel um pouco atordoado com essa estranha conversa. Eu fiquei surpreso por Carla decidir simplesmente se afastar sem dizer muita coisa. No geral, isso era um alívio para mim. Um problema a menos.

Deixei minhas coisas em casa e depois de um banho, eu fui até o evento começar mais um dia corrido.

Não fiquei para a festa pós desfile daquele dia. Dirigi até em casa disposto a jantar com Dulce, talvez cozinhar para ela ou fazermos isso juntos. Entrei em seu apartamento e fui até a cozinha, onde a avistei sentada ao balcão comendo macarronada.

— Não me esperou? — coloquei a mão sobre o peito, dramatizando.

— Eu não sabia que você iria voltar tão cedo. — ela disse. — Se serve e come comigo, eu acabei de encher o meu prato.

Fiz o que ela disse e depois sentei no banco ao seu lado. Nós conversamos sobre o trabalho, ela me contou mais sobre sua nova amiga Maitê e eu acabei contando que Carla iria pedir demissão após a temporada.

— Isso é inacreditável. — ela disse surpresa.

— Eu sei, mas ela disse que recebeu uma proposta de trabalho melhor. Finalmente será fotógrafa de verdade.

— Será que ela é boa? Porque cá entre nós, ela não tem muito senso de imagem. — debochou.

— Dulce... — a repreendi.

— Desculpa. — coçou a nuca. — Essa coisa de respeitar a aparência dos outros é bem difícil, ok?

— É só pensar antes de abrir a boca.

— Ok, papai. — sorriu de lado. — Confesso que fico aliviada por ela estar longe de você.

— Ah, é? — arqueei a sobrancelha. — E por que?

— Porque eu morro de ciúmes da forma como ela te olha. — ela disse seriamente, mantendo seus olhos fixos nos meus.

— Eu sou todo seu. — segurei seu rosto e aproximei nossos lábios, lhe dando um selinho demorado.