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Dulce

Quando eu acordei, Christopher já não estava mais lá, mas deixou o café da manhã pronto. Notei que já era um pouco tarde, logo deduzi que ele estivesse na agência a trabalho. Tomei um banho, vesti algo confortável e fui comer.

É, eu estava conseguindo comer melhor e a minha culpa por ingerir aquelas calorias estava diminuindo, apesar de ainda continuar lá. Receber o apoio de Christopher me fez querer viver de verdade, admitindo que eu tinha um problema e que deveria resolvê-lo.

Não comi exageradamente, só o que julguei ser necessário para me manter de pé durante o dia. Mandei uma mensagem para Christopher agradecendo por ter deixado tudo pronto para mim e resolvi fazer uma ioga. Confesso que fiquei esperando sua resposta chegar. Ele não demorava mais de uma hora para me responder e estava sendo estranho que eu ainda não tivesse recebido uma mensagem.

Sentindo um mal pressentimento, eu resolvi ligar para Alfonso e garantir que estava tudo bem. A primeira chamada foi para a caixa postal, então eu liguei novamente e ele atendeu no segundo toque.

— Oi, Poncho, tudo bem? — perguntei.

Na verdade, não. Olha, ele disse que não era pra te chamar, mas já que você ligou...

O que aconteceu? — fiquei preocupada.

Eu estou na delegacia, o Christopher foi preso.

Que!? — exclamei em espanto. — Como? Por que? Onde?

Ele bateu no Thomas. Não apenas isso, ele espancou o cara aí na portaria do seu prédio. A ambulância veio e depois chamaram a polícia, foi uma confusão.

O Thomas? — meu coração se apertou. Era claro que ele sabia e que deveria estar furioso comigo agora.

Sim. Levaram ele às pressas para o hospital, ele estava inconsciente. Ainda não sabemos qual o estado dele e devemos aguardar para saber se ele fará uma denúncia contra o Christopher.

É claro que ele vai. — falei em desespero. — O Christopher disse alguma coisa? Como... como o porquê de ter agido assim?

Não. Eu tentei perguntar várias vezes, mas ele não diz um motivo exato. Não sei o que aconteceu. Você tem alguma ideia?

Talvez... em que delegacia vocês estão? Eu estou indo até aí.

Ele me passou o endereço, então eu troquei de roupa bem rápido e saí o mais depressa que pude do meu prédio. Dirigi feito louca até a delegacia e assim que avistei Alfonso na recepção, corri até ele.

— Onde ele está? Eu posso vê-lo? — perguntei.

— Calma. Agora ele está conversando com o advogado, mas depois você pode entrar. — eu assenti tentando manter a calma. — Vai me dizer o que pode ter acontecido?

— Eu saí com o Thomas ontem à noite e não contei ao Christopher. Não sei o que o Thomas foi fazer no meu prédio hoje, mas talvez ele não tenha dito coisas agradáveis.

— Dulce... — olhou-me com repreensão.

— O que?

— Percebe o que você está fazendo? Olha onde ele foi capaz de se meter por sua causa!

— Eu não queria que isso acontecesse, estou em pânico!

— Mas você poderia evitar isso parando de dar esperanças a ele.

— Eu não dou esperanças, eu...

— Você dá a ele bem mais do que o seu corpo. Ele ama você e toda vez que você permite que ele a toque, é como se dissesse que ele tem uma chance, mesmo que pequena, de estar com você definitivamente. Conheço o Christopher há anos. Ele é um romântico, acredita em amores eternos e em como conviver com alguém pode fazer você se apaixonar. Se o que sente por ele é só atração sexual, pelo amor de Deus, deixe-o em paz e sacie suas vontades com outro!

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