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Dulce

Nós voltamos para casa no dia seguinte depois do almoço. A família de Christopher me fez prometer que voltaria e eu me mostrei bem animada com a chance de poder vê-los de novo. Aquele fim de semana passou rápido, mas me fez um bem grandioso e eu guardaria aquelas doces sensações dentro de mim.

Eu dormi no carro por toda a viagem e quando chegamos, eu mal me preocupei em descansar. Tinha que me arrumar para aquela noite. Thomas me mandou uma mensagem para avisar do horário em que me buscaria e disse que no lugar para onde íamos, não eram permitidos celulares, portanto, eu deveria deixar o meu em casa.

Christopher ficou em seu apartamento, dormindo a tarde inteira. Já eu, tive um verdadeiro dia de beleza e fiquei pronta dez minutos antes do horário marcado. Meus cabelos estavam soltos em ondas volumosas, meu olhos marcados com um delineado delicado e meus lábios bem vermelhos, quase vinhos.

Optei por usar um vestido preto básico, colado ao corpo. Fácil de vestir e fácil de tirar. Nos meus pés, um salto alto preto. Complementei usando brincos dourados, um colar que combinava com eles e uma pulseira fina em meu pulso.

Thomas mandou uma mensagem dizendo já estar na portaria e eu fui até a porta pronta para sair. Assim que abri, dei de cara com Christopher, vestindo um pijama e com a cara ainda um pouco amassada, como se tivesse acabado de acordar.

— Vai sair? — perguntou com estranheza.

— Vou. — falei apenas.

— Achei que iria querer descansar depois da viagem.

— Pois é, eu não estou tão cansada. — sorri sem jeito.

— Eu ia te chamar para jantar, mas... — olhou-me de cima a baixo, parecendo esquecer do que dizia, me comendo com os olhos. — Uau...

— Estou linda, eu sei. — sorri.

— Vai sair com alguma amiga? — arqueou a sobrancelha.

— Um amigo. — desviei o olhar.

— Ah... — ele recuou um pouco, baixando os seus ombros, claramente desanimado. — Vou parar de fazer perguntas. — forçou um sorriso. — Divirta-se.

— Obrigada. — nos olhamos desconfortavelmente uma última vez, antes de ele assentir e voltar para o seu apartamento.

Suspirei pesado, como se segurasse o meu fôlego por horas e enfim tranquei a minha porta e fui até o elevador. Eu sabia que agora Christopher estaria sozinho, lamentando-se por não poder fazer nada enquanto eu estivesse tendo um encontro com outro homem. Pela primeira vez, eu senti um peso em meu peito ao pensar nisso. Sempre achei que não deveria me importar, afinal, eu não era responsável por seus sentimentos, mas agora eu me senti mesmo muito mal.

Quando as portas do elevador se abriram, eu voltei para a realidade, sacudi minha cabeça para me concentrar e caminhei até a portaria, onde Thomas me aguardava. Ele sorriu ao me ver, lançou-me um olhar de desejo sobre o meu corpo e ofereceu-me o seu braço, começando a me guiar até o seu carro.

— Para onde vamos? — perguntei quando ele começou a dirigir.

— Não seja impaciente, querida. — olhou-me de canto. — Está muito bonita. Vai fazer sucesso hoje.

— Como assim? — franzi a testa.

— Não se preocupe, não vou deixar ninguém tocar em você além de mim. Sou bem possessivo. — sorriu cinicamente.

— Por que mais alguém tocaria em mim? — comecei a me assustar.

— Paciência. — limitou-se a dizer apenas isso.

Eu queria fazer dezenas de perguntas, mas vendo que ele não me responderia direito, eu achei melhor esperar para ver o que me aguardava. Thomas dirigiu até um bairro chique, cheio de mansões mais afastadas do centro da cidade. Foi até os portões da mansão mais isolada, de onde eu podia ver uma fila de carros que entrava no local.

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