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Christopher

O final de semana chegou e com ele a festa da empresa que anunciava o início da temporada de primavera. Teríamos muito trabalho durante o próximo mês que iam desde campanhas beneficentes até desfiles de luxo. Esse ano, mesmo com os avisos de Dulce sobre a passarela ser pesada, Anahi insistiu nisso e iria desfilar.

— Coitadinha, está tão feliz! — Dulce falou ao meu lado, enquanto observávamos Anahi falando com alguns jornalistas sobre o desfile. — Não sabe o inferno que a aguarda. — suspirou.

— Talvez ela aguente mais do que você. — eu não disse isso com maldade, mas ela me olhou como se eu tivesse lhe dado um tapa.

— Você disse que eu sou fraca? — arqueou a sobrancelha.

— Não, claro que não! — me defendi. — Eu quis dizer que algumas pessoas aguentam certas coisas e outras não. Não é sobre força, é sobre ficar onde se sente mais confortável.

— Esse é o problema, Christopher. A zona de conforto não te leva a lugar algum. Eu quero retornar às passarelas como uma Angel. — ergueu o queixo com orgulho.

— Então fique feliz pela sua amiga ter coragem de sair da zona de conforto dela.

— Eu estou feliz, só... tá... eu me preocupo. — relaxou os ombros. — Ela é tão delicada e eu gosto tanto dela! Juro que se eu presenciar um dos organizadores gritando com ela eu vou parti-lo em dois!

— Isso é fofo. — sorri de lado. — Por que não diz isso pra ela?

— Porque Dulce Maria não diz esse tipo de coisa pra ninguém. Eu sou uma cascavel. — jogou seu cabelo para trás.

— De qualquer forma, seja gentil. Ela está vindo até aqui. — acenei com a cabeça na direção de Annie.

— Oi, gente! — ela sorriu ao parar perto de nós.

— Oi, Annie! Parece radiante hoje, meus parabéns pelo mais novo degrau que está subindo. — ergui minha taça de champanhe e ela brindou comigo.

— Obrigada, Christopher, você é um anjo. Que bom que vai fotografar nos desfiles, assim me sinto menos pressionada, já que eu o conheço.

— Não me disse que ia fotografar. — Dulce me olhou confusa.

— É, eu vou estar bem ocupado durante o próximo mês, já ia falar com você sobre isso. Mas agora o foco é a nossa amiga.

— Claro! — Dulce sorriu. — Parabéns, Annie! Não há nenhum lugar nesse mundo em que você não possa brilhar.

— Você foi gentil! — Anahi olhou para Dulce como se estivesse vendo a coisa mais fofa do mundo. — Não me faça chorar!

— Se chorar, eu vou te bater! — Dulce brincou e depois as duas se abraçaram.

— Será que eu posso roubar a minha namorada um pouco? — Alfonso se aproximou abraçando Annie por trás e lhe dando um beijo no rosto. — Dulce, os jornalistas querem falar com você.

— Claro, eu vou lá sim! — eu conhecia a ironia na voz dela muito bem. Anahi e Alfonso se despediram de nós e se afastaram. — Vem, não quero falar com os urubus.

Ela segurou minha mão e me guiou para o elevador, onde nós subimos até o andar dos estúdios. Entramos no primeiro que estava com a porta aberta e antes mesmo que eu raciocinasse, ela me agarrou e me pressionou contra a parede, num beijo de tirar o fôlego.

— Opa... — coloquei minhas mãos em sua cintura e a afastei. — Espera chegar em casa, cacete!

— Mas isso aqui está um tédio! — bateu o pé como uma criança mimada.

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