Capítulo 13

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Por telefone, os pais de Bárbara pareceram surpresos, mas também felizes com a notícia. Possivelmente acreditavam que o interesse dela por McCain surgiu e se desenvolveu durante o ano que passou trabalhando diretamente com ele.

O fato de Bárbara não se relacionar com alguém há algum tempo desde o término de seu namoro com Henry, um colega de faculdade, os preocupava um pouco. Pensavam que ela não havia superado a traição dele, mesmo depois de tantos anos. Vê-la começar um namoro com um homem feito como McCain os deixava aliviados.

Nem imaginavam a dolorosa verdade por trás disso.

No horário marcado Daniel foi buscá-la como combinado.

– Bom dia, meu bem. – Ele disse quando ela abriu a porta.

Desta vez não usava o paletó, apenas uma camisa branca, gravata azul clara, calça preta e seus óculos escuros.

– Bom dia. – Ela respondeu secamente. Já tinha colocado seus óculos de sol também, pois não queria que ele visse seus olhos inchados de chorar na noite anterior.

– Achei que havíamos combinado um comportamento diferente da sua parte.

– Sim, perante os outros. Como estamos só eu e você aqui, creio que não há necessidade de fingir. – disse Bárbara virando-se e fechando a porta em seguida – Vamos?

Ele assentiu.

Desta vez Daniel tinha ido busca-la sozinho, sem a ajuda do motorista, o que Bárbara detestou, pois significava que seriam só os dois no carro.

Ele abriu a porta para ela e com gentileza ajudou-a a entrar.

"Uma pena que só gentileza não faça o caráter"–pensou ela.

Por todo o caminho não trocaram uma palavra. Bárbara olhou todo o tempo para a janela, evitando qualquer brecha.

Daniel não se surpreendeu com a reação dela. Sabia que não poderia esperar que o diálogo fluísse depois da conversa do dia anterior.

Chegando à empresa, ajudou-a a descer. Pegou o paletó no banco de trás e entregou o carro ao manobrista.

– Possuo um estacionamento e um elevador privativo que vai até minha sala, mas hoje entraremos pelo saguão. – Ele explicou enquanto vestia o paletó.

– Como quiser. – Disse Bárbara, caminhando para a entrada.

– Não tão rápido. – ele falou – Somos um casal, esqueceu? Todos têm que saber disso.

Ela suspirou e parou. Ele se aproximou então, e pegou sua mão.

– Pronto. Agora vamos.

Seu coração acelerou com a proximidade dele. Tinha a mão macia e muito quente, mas Bárbara se proibiu de sentir qualquer tipo de sentimento pelo toque que não fosse repulsa.

– Não sabia que era dado a esse tipo de demonstração pública de afetividade. – ela disse zombando – Não combina com você.

– Não sou. Mas essa é uma exceção necessária. – Ele respondeu sério.

Entraram no saguão e, como era de se esperar, todos os que estavam ali olharam surpresos para o casal. Mesmo tentando manter o foco, Bárbara se sentia tão nervosa que poderia desmaiar. Quando a porta do elevador se fechou, ela respirou aliviada.

– Foi tão difícil assim?

– Foi descomunal. – Disse ela, soltando a mão dele.

– Não exagere.

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora