Capítulo 17

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Os dias que se seguiram passaram rápido demais. Devido aos inúmeros preparativos para o casamento, Bárbara mal teve tempo de respirar. Viu Daniel algumas vezes, durante apenas alguns minutos. Trocaram palavras secas e objetivas sobre o casamento, como se tratassem de um evento corporativo. Ela não estava feliz com o que viria, mas ele tampouco parecia entusiasmado.

A cada dia tudo aquilo fazia menos sentido para Bárbara. De repente, numa tarde, enquanto tomava decisões sobre os doces que seriam servidos no casamento, sentiu-se tão angustiada que teve a impressão de que seu peito não conteria as batidas de seu coração.

Suas pernas amoleceram e ela começou a suar frio. Pediu então licença e saiu da sala em uma busca desesperada por ar fresco. Sentia-se sozinha, desamparada, desesperada. Queria poder gritar por socorro, pedir que alguém lhe tirasse desse pesadelo que sua vida havia se tornado. Andou com passos titubeantes pela calçada, atravessou a rua e foi em direção a uma praça, sentou-se então no primeiro banco que avistou. Seus joelhos tremiam e ela apertava compulsivamente as mãos. Por mais que se esforçasse a respirar, o ar simplesmente não enxia seus pulmões.

"Acalme-se Bárbara!" Repetiu para si mesma. Isso sempre funcionava, mas por algum motivo, não estava bastando dessa vez.

Pegou com dificuldade o celular no bolso do casaco e tentou achar algum contato para quem pudesse ligar. Talvez conversar com alguém faria a tensão desaparecer.

Mas quem? Não queria preocupar Emily que já estava em um estado delicado, muito menos seus pais, que com certeza fariam mil perguntas sobre porque ela estava daquele jeito e Cris havia simplesmente desaparecido.

Respirou profundamente mais algumas vezes, mas de nada adiantou.

Com tristeza percebeu que por mais que não lhe agradasse a ideia, só tinha uma opção: ligar para Daniel.

- Boa tarde, meu bem. - Disse ele quando atendeu a ligação.

- Da-n-i-el... - conseguiu dizer com uma dificuldade que a deixou assustada - Nã-ã-o es-tou me sentin... - Ela simplesmente não conseguia terminar a frase.

- Bárbara, o que aconteceu? - ele perguntou em tom aflito, mas ela não conseguiu responder, restando do outro lado da linha apenas o som pesado de sua respiração - Fique onde está, estou indo para aí agora mesmo.

- N-ão des-li-ga. - Ela conseguiu sussurar.

- Não vou desligar querida, fique tranquila, vai ficar tudo bem, estou indo para aí.

Foram os cinco minutos mais longos da vida de Bárbara. Seu coração parecia acelerar cada vez mais a cada segundo. Enquanto isso ela podia ouvir o barulho de portas se abrindo e batendo seguido de um carro andando à toda velocidade. Daniel continuava dizendo para que ela se acalmasse, pois estava a caminho. Ela fechou os olhos com força, tentando controlar-se o máximo que podia, enquanto sentia o suor escorrer por suas costas.

Quando voltou a abri-los, pôde ver de forma meio embaçada um homem de terno correndo em sua direção. Era Daniel, que se ajoelhando em sua frente tomou suas mãos.

- Acalme-se querida, estou aqui. Está tudo bem, vai passar, respire fundo.

Bárbara tentou segurar o nó que subia pela garganta, mas foi inútil e ela explodiu em lágrimas. Daniel então sentou-se ao seu lado e a abraçou enquanto ela tremia.

- Shhh....shhhh...tudo vai ficar bem. - ele dizia enquanto passava as mãos por seu cabelo, com a delicadeza de quem consola uma criança - Você está tendo uma crise de pânico querida, mas vai passar. Pode parecer uma onda gigante, mas logo ela bate nas rochas e se dispersa, eu garanto. Quer ir embora daqui? Quer que eu a leve para o carro?

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora